Iniciativas de jornalistas, empresas de comunicação, organizações sem fins lucrativos e poder público auxiliam a população a averiguar notícias das eleições
Com o início da propaganda eleitoral das eleições de 2018, na última quinta-feira (16/8), aumenta também o volume de informações, fatos e boatos circulando na web e redes sociais. Preocupados com a força das notícias falsas, as chamadas fake news, diversas organizações dedicam-se ao combate dessa prática neste ano.
Um exemplo é o recém-lançado projeto ComProva, que reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação do país para checar informações durante o período eleitoral e recebe questões por Whatsapp. O poder público também se mobilizou – a Polícia Federal e o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, por exemplo, montaram equipes exclusivas para investigar e combater notícias falsas.
O fenômeno das notícias falsas não é novo, mas foi potencializado com a popularização da internet. É o que explica o professor Guilherme Carvalho, coordenador do curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter. “A notícia falsa existe desde que o jornalismo foi criado. Porém, o processo de comunicação de massa não é mais um monopólio dos grandes meios de comunicação, já que o cidadão comum também consegue transmitir conteúdos”, ilustra.
Durante a corrida eleitoral que elegeu Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, por exemplo, houve um “boom” de notícias falsas. Uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center no período pré-eleitoral norte-americano apontou que 64% dos adultos dos Estados Unidos acreditavam que as notícias falsas estavam deixando a população confusa a respeito de fatos básicos.
Sem boatos
No combate às notícias falsas, Carvalho afirma que a responsabilidade maior é dos jornalistas, que devem prezar pela qualidade do próprio trabalho, mas outras entidades são responsáveis – empresas midiáticas, poder público e organizações da sociedade civil. “Tem que ser feito um trabalho conjunto”, defende.
Para diferenciar uma notícia falsa da verdadeira, o professor sugere que os leitores busquem qual é a fonte da informação, comparem a mesma notícia em vários sites ou veículos jornalísticos e se questionem: quem está disseminando essa informação e com qual interesse? “O brasileiro, infelizmente, não é educado para pensar a mídia. É um processo de aprendizagem”, pontua.
A população também pode acessar sites confiáveis de checagem de fatos, como o ComProva, sugere Carvalho. Conheça outras iniciativas abaixo:
Site de checagem de fatos existente desde 2015, atua fortemente em questões de interesse público. Destaca-se pelo lançamento da Fátima, “bot” (robô) que vasculha a rede social Twitter em busca de notícias falsas e alerta os usuários que as compartilharam.
É a primeira agência dedicada exclusivamente à checagem de fatos no Brasil, derivada da Revista Piauí. Acompanha o noticiário diário de diversas áreas e publica os resultados de checagem em seu site, além de vendê-los para outros veículos de comunicação.
Pertencente à Agência Pública, iniciou o trabalho em 2014, checando as falas dos candidatos à presidência no 1º e 2º turno. Desde então, o projeto ampliou para a ampla checagem de fatos de interesse público.
Criado em junho de 2013, o site reúne jornalistas que investigam a veracidade de diversos tipos de histórias, boatos, rumores e informações compartilhadas na internet. É liderado pelo jornalista Edgard Matsuki.
Serviço recém-lançado pelo portal de notícias G1, conta com o time de jornalistas da Rede Globo para a checagem de fatos.
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