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A receita da sorte

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Luís Fernando Cordeiro*

 

Somos seres dependentes da repetição. Desde nossos processos biológicos à necessidade de se estipular uma rotina mínima para que a civilização funcione, tudo está relacionado a algum tipo de recorrência. O coração faz exatamente o mesmo movimento por toda a vida, a sociedade conseguiu medir o tempo pela repetição do nascer e pôr do sol todos os dias, e a natureza tem infinitos exemplos de como a rotina faz tudo funcionar. Logo, é inegável que a frequência e a rotina sejam inatas ao ser humano.

Mas, apesar da demanda natural pela repetição, há dois tipos de pessoas: as que a utilizam para fortalecer a preguiça e as que a transformam em ferramenta para alcançar o sucesso. O fato de dirigirmos todos os dias faz com que nosso cérebro e músculos passem a fazer a ação automaticamente. Mal percebemos que estamos trocando a marcha, olhando o retrovisor, pisando no pedal do acelerador, etc. Esse é um exemplo de como a repetição pode facilitar ações, reduzir o esforço. Por outro lado, o fato de uma ginasta repetir os mesmos movimentos, em todos os treinos, todos os dias, faz com que ela seja cada vez melhor no que faz. Simone Biles, considerada a maior ginasta de todos os tempos, treinou cerca de 32 horas semanais para conquistar o ouro na Olimpíada de 2016. Ela é um exemplo da utilização da repetição para alcançar o sucesso – e isso não é diferente em todas as outras áreas.

A máxima “a prática leva à perfeição” talvez seja uma das mais corretas presentes na sabedoria popular. Tudo exige esforço. Cristiano Ronaldo, melhor jogador do mundo em 2017, é conhecido por ficar mais tempo que os colegas treinando – segundo Felipão, “quanto mais treina, mais pede para treinar”. No entanto, quem não conhece a história do menino que aos 11 anos decidiu que seria o melhor do mundo, afirma que ele teve apenas sorte. Os estudantes que conquistaram os primeiros lugares nos vestibulares por terem passado o ano realizando testes e simulados também “devem ter tido sorte”. Estagiários que se tornaram presidentes de grandes empresas, como Laércio Cosentino, CEO da TOTVS, e Alexandre Schiavo, presidente da Sony Music, “tiveram muita sorte na vida”.

A sorte é o encontro da oportunidade com a preparação. Se, ao surgir uma oportunidade, você não estiver preparado para ela, não há sorte, há chance desperdiçada. Se cada um dos exemplos citados acima não estivesse preparado para as portas que se abriram, hoje poderíamos dizer que tiveram sorte? De que adianta a melhor oportunidade da vida surgir para a pessoa menos preparada? Devemos criar nossas oportunidades por meio da preparação para o momento que elas surgirem. As vagas, os cargos, as medalhas e os troféus não serão entregues aos que não têm capacidade de suportá-los. A preparação, vinda da repetição, do esforço e do comprometimento, leva às pessoas aos patamares mais altos e mais disputados. Certo estava Thomas Jefferson ao afirmar que acreditava na sorte, uma vez que, quanto mais arduamente trabalhava, mais sorte tinha.

 

*Luís Fernando Cordeiro é orientador educacional e professor no Curso Positivo.

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