É muito importante divulgar que a dependência química do álcool é considerada hoje uma doença crônica, pois tradicionalmente sempre existia a dúvida se o alcoolismo era um problema de caráter, de personalidade, de fraqueza moral ou se simplesmente estaria relacionado com a decisão pessoal de beber.
Assim como outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, a dependência química, se controlada, tem uma boa evolução. No caso do álcool, se a família convencer a pessoa a se tratar e se ela estiver disposta a isso, a evolução é positiva em 70% ou mais dos casos, taxa melhor do que aquelas apresentadas por hipertensão ou diabetes.
Nesse sentido, é bom saber que a dependência do álcool tem controle. Isso mostra que é possível que uma pessoa, após o devido tratamento, retome a sua vida, como acontece perante qualquer outra doença crônica. Esse olhar otimista sobre os problemas relacionados ao álcool precisa estar em nossa mente para ajudar aqueles que estão próximos de nós.
Guilherme Messas, psiquiatra especialista em Álcool e Drogas, é Professor e Coordenador do Programa de Duplo Diagnóstico em Álcool e Outras Drogas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Coordenador da Câmara Temática Interdisciplinar sobre Drogas do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Contato: gmessas@gmail.com
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