De acordo com o neurologista Marcio Balthazar, coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), atualmente, as mais prevalentes são Doença de Alzheimer, de Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
A doença de Alzheimer é uma demência caracterizada pela alteração de funções cognitivas como perda de memória e raciocínio, associada à morte dos neurônios. Com o tempo, pode causar grande impacto na rotina do paciente, que passa a não conseguir realizar algumas tarefas simples do dia a dia.
Já a doença de Parkinson, como explica Balthazar, traz principalmente problemas motores. Provoca tremores, rigidez e alentecimento motor, acarretando problemas de locomoção.
“Em geral, a doença se manifesta de maneira assimétrica, onde um lado é mais afetado do que o outro e assim vai progredindo lentamente.” Ao longo dos anos, a doença de Parkinson também pode provocar comprometimento cognitivo e sintomas comportamentais, como depressão, por exemplo.
A ELA também é considerada uma patologia motora. Afeta os principais neurônios motores, causando a combinação de atrofia dos músculos com lesões, até perda de massa cerebral. Entre os sintomas estão a perda de força, reflexos exagerados e dificuldade de deglutição.
A causa dessas doenças ainda não está plenamente dominada, mas, conforme a neurologista Jerusa Smid, secretária do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da ABN, há evidências de que algumas são causadas pelo depósito de proteínas malformadas nos neurônios, levando-as a morte. Por isso essas doenças estão classificadas no grupo de proteinopatia.
Nenhuma tem cura, já que não existe medicamento que breque o processo degenerativo. O que já temos são tratamentos que podem influenciar os neurotransmissores e retardar a evolução.
“Para a doença de Parkinson, por exemplo, há diversos medicamentos que servem para melhorar o metabolismo da dopamina, pois os portadores apresentam grave diminuição na produção dessa substância”, comenta Balthazar.
Além disso, não existem métodos de prevenção eficazes e de comprovação científica. Segundo o coordenador, estilo de vida mais saudável, com atividade física regular, controle adequado de fatores de risco cardiovasculares como pressão alta, diabetes e dislipidemia podem diminuir o risco de adquirir uma dessas doenças.
“Por meio de uma análise populacional é possível estimar o quanto a alimentação pode influenciar, mas não é uma determinante”, comenta Jerusa.
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