Quando alguém diz que está com “dor abdominal” próximo à bexiga, pode ser que esteja com uma infecção urinária. Segundo o urologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dr. Fernando Meyer, trata-se da presença de bactérias na urina, que podem causar dor ou ardência para urinar, presença de sangue na urina, necessidade frequente de urinar, entre outros sintomas.
“Existem basicamente dois tipos de infecção urinária: a “baixa”, que é a cistite, e a “alta”, quando atinge o rim. Podem ser causadas por bactérias, fungos e até mesmo vírus. Entretanto, a causa mais comum são as bactérias, principalmente a Escherichia coli”, explica. Popularmente imagina-se que por se chamar “infecção urinária” o problema é na bexiga. No entanto, Meyer esclarece que essa informação trata-se apenas do imaginário popular. “A infecção urinária pode ocorrer em qualquer parte do trato urinário, ou seja, desde o rim (pielonefrite), bexiga (cistite), próstata (prostatite) e uretra (uretrite)”, relata.
Fatores de risco
Os fatores de risco podem variar. Em crianças são as malformações, como o refluxo vesicoureteral, por exemplo. Em meninos uma causa comum é a fimose. Já em mulheres jovens existe uma relação grande com a atividade sexual. “Na infância é mais comum em homens devido a fimose, depois da fase adulta passa a ser mais comum em mulheres devido ao início da atividade sexual, e quando a uretra mais curta é localizada próxima a regiões mais contaminadas como vagina e ânus”, diz.
A infecção urinária também tem relação com a gravidez. “Durante a fase gestacional ocorrem mudanças anatômicas e funcionais que aumentam a presença da bactéria na urina e, consequentemente, há maior incidência e gravidade da infecção urinária”, comenta o médico.
Cuidados
Além de desconfortos, a infecção urinária necessita de cuidados imediatos para evitar problemas mais sérios. “Deve-se procurar o médico quando se iniciam os sintomas, podendo ser um urologista ou clínico geral. O diagnóstico na maioria da vezes é clínico, com base nos sintomas e exame físico. Entretanto, pode ser solicitado exames de urina e de sangue e, em determinadas situações, ecografia do aparelho urinário. Caso a infecção seja causada por bactérias o tratamento é feito com antibiótico”, fala.
Prevenção
Para se prevenir existem alguns cuidados. “Ingerir muito líquido, esvaziar a bexiga frequentemente, cuidar com a higiene pessoal, ter uma dieta rica em fibras e vegetais para um bom funcionamento intestinal, e para mulheres sexualmente ativas é sempre importante esvaziar a bexiga após o ato sexual”, finaliza.
Complicações
A infecção da bexiga pode evoluir para uma infecção na parte “alta” do trato urinário (pielonefrite). Pacientes que tenham vários episódios desse tipo de infecção podem desencadear atrofia e, consequentemente, perda do rim afetado. De acordo com o médico, se tratado corretamente, há cura e chances de não sofrer novamente com o problema. “O prognóstico é bom, desde que tratado adequadamente e acompanhado pelo médico”, avalia.
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