Terminou no último dia 12 de setembro a segunda edição do encontro de Etanol Combustível (TECO), realizado na cidade de Cuiabá (MT), com a presença de mais de 250 participantes, que conferiram temas relacionados à perspectiva de um futuro global para o Etanol.
Entre os assuntos apresentados, as tecnologias disponíveis não apenas para melhorar a eficiência das plantas (usinas), por meio de controle de dados mais aprimorados e uso de novas tecnologias, como a biotecnologia, além de como encontrar formas de otimizar a produção, retirando mais da matéria-prima e gerando elementos que trazem valor agregado para o mercado, como é o caso do óleo de milho, por exemplo.
Desafios
No primeiro dia dos debates (11/09), uma apresentação de Thomas Schrøder, vice-presidente de Biorefining da Novozymes. Ele reforçou que “a expectativa é que a demanda de etanol mundial dobre até 2030. Mesmo com a expectativa mais agressiva de eletrificação, a maior parte dos carros ainda vai trabalhar com a mecânica de combustão nos próximos 30 anos”, exemplificou. Essa perspectiva vem como uma excelente mensagem aos produtos de etanol, que têm acompanhado a crescente popularidade do automóvel elétrico.
Todas as apresentações abordaram estimativas que mostram o papel estratégico dos biocombustíveis, não apenas na manutenção de uma matriz energética sustentável para os países em desenvolvimento, como o Brasil, mas como precursores de uma mudança de pensamento global em prol da adoção de alternativas sustentáveis aos derivados fósseis.
Outro participante, Dave Vandergriend, CEO da ICM Inc, reforçou a importância do etanol de milho para “o crescimento da economia e agricultura locais, atendimento da demanda de energia e proteína, inclusive, proteção ambiental”. Ricardo Tomczyk, presidente executivo da UNEM – União Nacional do Etanol de Milho, falou sobre as conquistas do primeiro ano da entidade e os principais desafios para os próximo anos, entre eles, a finalização da regulamentação e a efetiva implantação do RenovaBio, a modernização da legislação de licenciamento ambiental, adequação da legislação tributária, desenvolvimento dos novos corredores logísticos para etanol e DDGS, bem como o desenvolvimento do mercado local, programas de fomento às florestas plantadas e fortalecimento de toda cadeia de produção.
Glauco Monte, diretor de commodities da INTL – FCStone, falou sobre as perspectivas do mercado de milho e como se proteger da volatilidade dos preços domésticos. Ainda, como ocorreu a mudança distribuição regional da produção de milho, do ano 2000 a 2018, fazendo com que a região Centro-Oeste se tornasse o principal polo produtivo. “Uma projeção é que de o potencial brasileiro, área e rendimento para 2030, represente um crescimento de 19% da área plantada total do país. O milho verão continuaria perdendo área e, em contrapartida, a safrinha aumentaria 38% em 2030. Com o aumento de área e rendimento, o Brasil chegaria a quase 150 milhões de toneladas de soja e o milho, mesmo com o balanceamento de área de verão e inverno, chegaria a 135 milhões de toneladas”, comentou.
John Kwik, presidente da Fluid-Quip Process Technologies falou sobre como impulsionar sua rentabilidade por meio da diversificação dos coprodutos gerados no processo de produção de etanol de milho, como, por exemplo, óleo de milho e proteína de alto valor para o mercado de nutrição animal.
William Yassumoto, head of commercial biorefining da Novozymes Latin America, diz que a Novozymes espera que o etanol de grãos tenha um crescimento de aproximadamente 4 vezes o que é produzido hoje no Brasil, em um horizonte de 4 a 5 anos. “No Brasil, com as novas políticas de incentivo, esperamos chegar numa produção de mais de 3 bilhões de litros em 2022. Isso é realmente empolgante e proporciona inúmeras oportunidades de crescimento. Acredito que esse crescimento terá grande destaque no cinturão de milho do Estado do Mato Grosso, que assistirá à uma forte expansão no volume de etanol de milho nos próximos anos”, finalizou.
O fechamento da programação ficou a cargo do renomado apresentador Prof. Dr. Marcos Fava Neves (USP/EAESP/FGV), especialista em Planejamento Estratégico no Agronegócio. Ele abordou temas sobre o cenário agro 2028 e como aproveitar a janela de oportunidade dos próximos anos para construção de margens no agronegócio. “Há muito mercado para conquistar em termos de volume, mas os preços serão estes, portanto temos que construir margem via eficiência das cadeias produtivas integradas: tecnologia/digital; economia circular e do compartilhamento, mudando nosso comportamento”, comentou.
Nesta edição, diversas personalidades que se destacam na cadeia produtiva do milho foram homenageados:
ü José Lopes – Presidente da Inpasa;
ü Alfredo Scholl – Acionista da Usimat;
ü Luiz Carlos Ticianel – Presidente da Destilaria de Alcool Libra;
ü Michael Matheus – Acionista da Usina Porto Seguro;
ü Henrique Ubrig – Presidente Institucional, FS Bioenergia;
ü Alisson Venturini Colonhezi – Gerente Industrial da SJC Bioenergia;
ü Cássio Iplinsky – Diretor executivo da Usina da Rio Verde;
ü Fernando Nardini – Diretor da Cooperval;
ü Monique Meneghetti, Elcio Darcy Meneghetti e Elizabeth Meneghetti – Proprietários da Cereale Brasil Agroindustrial;
ü Adriano Soriano – Proprietário da ALS Consultoria e Projetos;
ü Vital Nogueira – Gerente industrial da Maiz Projetos e Consultoria;
ü Glauber Silveira – Vice-Presidente da Abramilho.
O TECO Brasil 2018 contou com os seguintes patrocinadores: Argus Media; Bermo; Fermentec; Flottweg; Fluid-Quip; ICM; Katzen; Phibro; Praj; Thermo Fisher Scientific; Vogelbusch.
Além disso, o evento teve apoio das seguintes instituições:
ABRAMILHO: Associação Brasileira dos Produtores de Milho;
AREFLORESTA: Associação de Reflorestadores de Mato Grosso;
APROSOJA: Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso;
FIEMT/SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SIFAEG: Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás.
SINDALCOOL-MT: Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso
UNEM: União Nacional Do Etanol De Milho
Paula Batista