Alunos de Campo Alegre escolhem Presidente do Campo em eleição fictícia

Com foco no ensino da democracia e consciência ambiental, estudantes participam da elaboração dos candidatos, campanha eleitoral e votação em urna eletrônica

Em momentos políticos importantes como o que o Brasil passa atualmente, debate-se muito sobre a educação política nas escolas e o preparo das crianças para o futuro. Com o intuito de promover a aprendizagem a respeito da democracia, cidadania e consciência ambiental, o Sistema de Ensino Aprende Brasil, da Editora Positivo, está desenvolvendo uma ação de “eleições presidenciais” com alunos da rede municipal. O projeto já foi aplicado em Governador Celso Ramos (SC), na disputa pela presidência do Fundo do Mar, e agora chega a Campo Alegre, onde os estudantes escolherão o presidente do Campo.

O projeto simula uma eleição nos padrões reais: os candidatos a presidente têm vice-presidentes, partidos, propostas eleitorais e números para votação. Os alunos terão título de eleitor fictício e precisarão comparecer à urna eletrônica no dia da votação, ambos nos moldes oficiais do Tribunal Superior Eleitoral. A urna estará em uma cabine de eleição personalizada, que conta com a ajuda de um aplicativo programado com os candidatos do Campo.

“Toda a campanha está organizada de forma que os estudantes se engajem. Fizemos as peças publicitárias de cada partido, com propostas das chapas, cartazes, bottons, santinhos e toda a ambientação da escola, para que eles sintam-se em uma eleição completa”, conta Damila Bonato, gerente de  produto do Aprende Brasil. Para ela, a ação tem grande impacto tanto nas questões ambientais, por fazer com que as crianças reflitam sobre as propostas de cada candidato, quanto cívica, por demonstrar a importância do voto em uma democracia.

Os professores e toda a comunidade escolar estão envolvidos na ação. A campanha eleitoral começa nesta quarta-feira (26) e segue até o dia 4 de outubro, quando os alunos escolherão o novo Presidente do Campo. Para o professor Daniel Medeiros, doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo, ações como essa reforçam que a escola é um espaço público que deve formar o cidadão para os demais espaços públicos. “A discussão democrática, o debate respeitoso, o ardor e a frustração fazem parte do processo da construção do consenso, que é a única saída para a democracia. Sem a escola, a política não avança. Sem a política, a escola perde parte importante de sua função”, afirma.

A ação acontece na Escola Bela Vista, com os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Segundo a diretora da unidade, Marilda Schadeck, essa idade é ideal para que os estudantes comecem a aprender sobre cidadania. “Vamos levá-los ao cartório eleitoral do município para que entendam como funciona o título de eleitor e possam ver de perto a importância de exercer o voto”, conta. Na próxima semana também serão escolhidos os alunos que vão representar cada candidato, de acordo com a facilidade de oralidade de cada um, para que possam discursar e conquistar eleitores na campanha eleitoral.

Para o professor de Gestão Ambiental da Universidade Federal de Viçosa e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Fabiano Melo, aliar um tema tão forte como a política ao meio ambiente é uma iniciativa extremamente importante. “As questões ambientais devem ser sempre tratadas como prioritárias. Sem um ambiente saudável, não teremos qualidade de vida. Todas as mazelas sociais importantes, como doenças provocadas pela má qualidade ambiental, enchentes etc., terão sempre um custo altíssimo no planejamento urbano; e questões como segurança alimentar passarão a ser tão relevantes que os projetos econômicos para um país dependerão diretamente disso. Portanto, uma consciência ambiental plena, desde cedo, é a garantia de um futuro melhor para todos nós”, ressalta.

Conheça as chapas candidatas à Presidência do Campo:

  • 26 – Teo Tirico e Lourival do Céu (Partido da Mata Atlântica), propostas: fiscalizar o tráfico de animais silvestres; promover gestão ambiental que gere desenvolvimento sustentável; incentivar proprietários a ampliar reservas legais de vegetação original.
  • 34 – Laninha Branca e Morcílio Asa (Partido do Campo), propostas: ampliar a mata ciliar para proteção do meio ambiente; canalizar rede de esgoto de propriedades rurais para despoluir nascentes; aplicar multas contra a caça predatória da fauna local.
  • 41 – Gabriel Azulino e Gil Ximin (Partido da Mata de Araucária), propostas: incentivar o turismo rural ambientalmente responsável; separar sacolas e garrafas plásticas para que não contaminem trilhas silvestres; conscientizar para evitar a pesca durante a piracema.

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