Saiu hoje a notícia de que o Cabometyx® (levomalato de cabozantinibe) foi aprovado pela Anvisa como medicamento oral para tratamento de adultos com carcinoma de células renais (ou câncer de rim) avançado ou metastático, com a promessa de oferecer uma melhora expressiva na qualidade do tratamento dos pacientes. A aprovação engloba tanto o uso em pacientes virgens de tratamento (primeira linha) quanto naqueles que tiveram falha em uma linha prévia de tratamento (segunda linha).
“Essa aprovação é um passo à frente para pacientes com câncer de rim avançado no Brasil, que poderão acessar uma nova opção de terapia oral que foi significativamente superior aos atuais padrões de tratamento (tanto em primeira como em segunda linhas de tratamento)”, afirma Edio Costa Filho, Diretor Médico da Ipsen.
“Devido à ação simultânea em três vias celulares importantes para o desenvolvimento do câncer renal, o Cabometyx consegue boa resposta terapêutica, mesmo em pacientes com doença mais avançada e pior prognóstico”, acrescenta Dr. André Nebel, Gerente Médico de Oncologia da Ipsen.
A decisão foi baseada nos estudos clínicos CABOSUN (primeira linha) e METEOR (segunda linha). O estudo CABOSUN demonstrou que o cabozantinibe prolonga significativamente a sobrevida livre de progressão em comparação com o sunitinibe, promovendo uma redução de aproximadamente 52% no risco de progressão da doença ou morte. O medicamento é a primeira e única monoterapia que demonstrou eficácia clínica superior ao sunitinibe, que até então vinha sendo o mais indicado, em pacientes com esse estágio da doença.
Já no estudo METEOR, o cabozantinibe foi comparado com everolimo em um estudo randomizado de fase III em pacientes que tiveram falha de uma ou mais linhas de tratamento, onde o uso de cabozantinibe resultou em 7,4 meses de média de sobrevida livre de progressão versus 3,8 meses com everolimo, numa taxa de progressão 42% menor com cabozantinibe (HR de 0,58) e com uma taxa de resposta objetiva de 21% (versus 5%).
Sobre a doença
O câncer de rim é um tipo de câncer raro que afeta principalmente indivíduos do sexo masculino e com idade mais avançada. Existem vários tipos, mas o mais comum deles é o carcinoma de células renais (ou adenocarcinoma de células renais ou RCC) que representa aproximadamente 9 em cada 10 casos de tumores renais, de acordo com a American Cancer Society. Por isso, o RCC acaba sendo chamado de forma genérica de “câncer de rim”.
A doença está entre os cânceres que mais crescem no mundo. Segundo dados do GLOBOCAN 2018, estima-se que serão diagnosticados mais de 400 mil novos casos este ano. Isto ocorre porque seus sintomas são silenciosos e não existe um exame específico para a detecção, o que faz com que grande parte dos pacientes seja diagnosticada por acaso e de forma tardia, perdendo as chances de cura.
De acordo com a American Cancer Society, a idade média das pessoas quando são diagnosticadas é de 64 anos – a doença é incomum em pessoas que estão abaixo dos 45 anos, e os principais fatores de risco são o tabagismo, a obesidade, a exposição a substâncias tóxicas, histórico familiar, hipertensão e doenças renais avançadas.
Os sintomas mais comuns são a coloração rosada ou avermelhada da urina (ou até urina com sangue, em alguns casos), dor em um dos lados da região lombar, massa (nódulo) na parte lateral ou inferior das costas, febre e perda de peso sem motivo.
Em estágio inicial, o tratamento é feito por meio de cirurgia e ainda há chance de cura. Porém, devido à dificuldade de detecção, muitos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado, podendo até apresentar metástase, ou seja, a extensão do tumor para outros órgãos. Nestes casos, opta-se pelo tratamento sistêmico, que tem o objetivo de frear o avanço da doença e promover uma melhor qualidade de vida.
Alessandra.Muro@bm.com