Após o diagnóstico do diabetes tipo 2, muitos pacientes ficam na dúvida sobre o que comer e restringem exclusivamente o açúcar, ingrediente preocupante para essa condição, mas que não é o único vilão à mesa¹. Assim como é recomendável reduzir a quantidade de carboidratos do cardápio, é necessário incorporar novos hábitos alimentares¹, tomando cuidado com outros compostos presentes na comida.
O açúcar é o que mais afeta a glicemia, pois quase 100% é convertido em glicose, num período que pode variar de 15 minutos a 2 horas após o consumo². “Como no diabetes tipo 2, o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não possui quantidade suficiente do hormônio para controlar as taxas de glicemia, fica mais fácil entender porque o carboidrato deve ser limitado²”, esclarece a médica endocrinologista Dhiãnah Santini de Oliveira.
Existem os carboidratos simples, os quais são rapidamente absorvidos pelo organismo e contraindicados para pacientes diabéticos. Há ainda os complexos (cereais e derivados, farinhas integrais, tubérculos, além das leguminosas, como feijões, ervilha, lentilha e soja) que são os mais indicados para os pacientes com diabetes por terem uma absorção mais lenta².
Além do açúcar, as gorduras também devem ser controladas no cardápio, principalmente as saturadas (carnes vermelhas e laticínios, por exemplo) e as gorduras trans (como margarina, biscoitos recheados, sorvete e salgadinhos industrializados)². Segundo a Dra. Dhiãnah, “as gorduras, além de atrasar o tempo de digestão, dificultando o trabalho da insulina, o que também leva a um aumento da glicose no sangue horas após as refeições, estão relacionadas com o acúmulo de gordura abdominal, com o aumento do colesterol e com o excesso de peso²”.
Conclui-se, portanto, que o paciente deve ter cuidado na hora de se alimentar por uma série de motivos¹. Um dos órgãos mais prejudicados pela doença é o coração: o risco de um infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral) para quem tem diabetes tipo 2 é de 2 a 4 vezes maior do que uma pessoa sem a condição³, fazendo assim com que a doença cardiovascular seja a principal causa de morte no paciente com diabetes, matando mais que o vírus HIV, a tuberculose e o câncer de mama juntos¹.
Como a gordura leva ao aumento do colesterol ruim (LDL), o coração fica ainda mais suscetível4. Isso ocorre, de acordo com a endocrinologista, porque as chances de formação de ateromas (acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos) aumentam, agravando a saúde vascular4, já comprometida devido ao quadro de inflamação crônica causado pelo diabetes¹.
Mas o que fazer em relação às proteínas? Elas também devem ser consumidas com moderação, já que cerca de 30% a 60% se transformam em glicose no organismo². Presente nas carnes, ovos, leite e seus derivados, além de algumas leguminosas, as recomendadas são as carnes de origem animal consideradas magras, ou seja, que possuem quantidade reduzida de gordura². “Substituir os derivados do leite por versões mais light, além de trocar a carne vermelha pela branca, como frango ou peixes, são medidas bem-vindas²”, explica a Dra. Dhiãnah. Porém, o paciente deve conversar com seu médico que o acompanha e também com um nutricionista para elaborar e validar um cardápio individualizado.
Como o carboidrato está presente em grande parte dos alimentos que consumimos, como as frutas e vegetais, as farinhas, as massas e os pães, é provável que o paciente com diabetes seja orientado por um profissional de saúde a adotar a dieta de contagem de carboidratos, estratégia nutricional que traz maior flexibilidade na alimentação². “Para saber quantas calorias pode consumir diariamente, incluindo a quantidade exata de carboidratos, é necessário o acompanhamento nutricional, já que se trata de um método bem individualizado, que depende também do estilo de vida de cada pessoa”, esclarece a especialista.
Por fim, quem tem diabetes ainda deve incluir mais fibras na dieta². Presentes nos vegetais e principalmente nas cascas desses alimentos, elas atuam no metabolismo dos carboidratos, pois formam um gel no intestino que torna mais lento o processo pelo qual a glicose entra na corrente sanguínea². As fibras também atuam como vassouras que carregam os resíduos alimentares e a gordura excedente na alimentação pelo intestino, baixando o nível de colesterol absorvido².
Um sério problema no mundo
Grave problema de saúde pública, o diabetes tipo 2 representa 90% dos casos da patologia, acometendo 422 milhões de pessoas no mundo³, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo cerca de 14 milhões apenas no Brasil². “O diabetes do tipo 2 ocorre em razão da obesidade e do sedentarismo. Por ser uma doença muitas vezes assintomática, o paciente não percebe que algo está errado. Segundo o IDF (International Diabetes Foundation), para piorar o cenário, metade dos pacientes não foram diagnosticados ainda no mundo5“, informa.
Em alguns casos, porém, é possível que o paciente perceba algumas mudanças, como fome e sede excessivas, ganho ou perda de peso, vontade de urinar com frequência, fadiga, entre outros sintomas¹. Sem cura, mas tratável, o diabetes não deve ser negligenciado “Para ter uma ideia, além de comprometer o coração, o diabetes tipo 2 afeta os rins, leva à cegueira e à amputação dos membros inferiores, caso não seja tratado²”, alerta a médica.
O tratamento do diabetes tipo 2 envolve mudanças nos hábitos de vida, incluindo uma alimentação mais saudável e a inclusão regular de atividade física, e, em determinados casos, o uso de insulina ou de medicação². Um dos destaques quando falamos em medicamento para o diabetes tipo 2 é a empagliflozina que possui ação exclusiva e diferenciada, pois não só auxilia no controle das taxas de glicemia, como possui cardioproteção comprovada. O resultado do estudo EMPA-REG OUTCOMEâ com 7.020 pacientes, publicado em 2015 no The New England Journal of Medicine, mostrou que a empagliflozina reduziu o risco de mortes cardiovasculares em até 38% em pacientes com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular quando comparado com o placebo6,7,8.
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Referências
1. American Diabetes Association. Disponível em: http://www.diabetes.org/?loc=
2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/
3. World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/en/. Acesso em maio de 2018.
4. American Heart Association. Disponível em: http://onlineaha.org/. Acesso em maio de 2018.
5. International Diabetes Foundation. Disponível em: http://www.diabetesatlas.org/. Acesso em maio de 2018.
6. Zinman B., et al. Empagliflozin, Cardiovascular Outcomes, and Mortality in Type 2 Diabetes. N Engl J Med; 2015 10.1056.
7. European Summary of Product Characteristics Jardiance®, approved January 19, 2017. Disponível em: http://ec.europa.eu/health/
8. Heise T, Seewaldt-Becker E, Macha S, Hantel S, Pinnetti S, Seman L, Woerle H-J. Safety, Tolerability, pharmacokinetics and pharmacodynamics following 4 weeks’ treatment with empagliflozin once daily in patients with type 2 diabetes. Diabetes Obes Metab. 2013;15:613-621.
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