Apesar de ser um assunto pouco comentado pela grande maioria das pessoas, um dos fatores mais importantes quando o assunto é perda de peso e prevenção da obesidade é o Índice Glicêmico (IG) dos alimentos, que indica a velocidade com que os carboidratos de um alimento são absorvidos pelo organismo. “Quanto maior o índice glicêmico do alimento, mais rápido o açúcar será transportado para a corrente sanguínea e mais insulina será liberada pelo pâncreas para manter os níveis de glicemia na faixa normal. O problema é que altos níveis de insulina no organismo contribuem para menor saciedade e maior estímulo ao consumo de alimentos, podendo assim favorecer o aumento de peso e a resistência à insulina, que, conforme vai se agravando, resulta na diabetes tipo 2”, explica a Dra. Renata Domingues, médica especializada em Nutrologia, diretora responsável da Clínica Adah e vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro).
Em contrapartida, alimentos com índice glicêmico mais baixo liberam insulina mais lentamente, fazendo com que a glicemia se mantenha controlada por mais tempo e retardando o aparecimento da fome depois de uma refeição. “Estudos demonstram que uma dieta com baixo índice glicêmico pode ser benéfica na prevenção de obesidade, além de promover melhor controle glicêmico em pacientes diabéticos, a oxidação da gordura e maior saciedade após as refeições”, destaca a médica.
Mas organizar a alimentação em torno do índice glicêmico não é difícil, ainda mais com a ajuda de um nutricionista ou nutrólogo. “Doces, farinhas brancas, cereais refinados, tubérculos, como a batata e a mandioca, e sucos coados ou adoçados são exemplos de alimentos com alto índice glicêmico, que devem ser consumidos raramente ou combinados com fontes de fibras, proteínas e gorduras saudáveis”, recomenda a especialista. “Para se ter uma ideia, os alimentos são considerados de alto índice glicêmico quando possuem valores de IG acima de 70. O pão branco, consumido diariamente pela grande maioria das pessoas, possui IG de 95.”
Segundo a Dra. Renata, a atenção com a composição de suas refeições é muito importante para evitar consequências à saúde, por isso alimentos como brócolis, abóbora, folhagens, castanhas, laticínios, carnes e algumas frutas devem ser priorizados, já que possuem baixo índice glicêmico. “É importante lembrar que caso você suspeite sobre o índice glicêmico de algum alimento é fundamental recorrer à ajuda de um profissional da saúde, como um nutricionista ou nutrólogo. Apenas ele poderá informar as características e funcionalidades dos alimentos e indicar aqueles que são mais adequados para você”, finaliza.
Dra. Renata Domingues: Médica especializada em Nutrologia, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro) e diretora responsável pela Clínica Adah. Pós-graduada em Nutrologia Médica e em Ciência da Fisiologia Humana e Longevidade Saudável, a nutróloga é membro da World Society of Interdisciplinary of Anti-Aging Medicine (WOSIAM). http://www.clinicaadah.com.br
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