Em novembro, as receitas no varejo brasileiro apresentaram crescimento de 4,4% na comparação com o mesmo período de 2017, descontando a inflação que incide sobre os setores do varejo ampliado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta sexta-feira (14). Em termos nominais, que refletem o que o varejista de fato observa na receita das suas vendas, o indicador registrou alta de 8,5% na comparação com o ano anterior.
O mês foi levemente prejudicado pelo calendário. Novembro deste ano teve três feriados (Finados, Proclamação da República e Consciência Negra em algumas cidades) com mais emendas que 2017. Se ajustado a esses impactos, o índice deflacionado apontaria alta de 4,6%, o que representa uma aceleração de 2,2 pontos percentuais em relação ao observado no mês de outubro (2,4%). Pelo ICVA nominal, no mesmo conceito, o indicador apresentaria alta de 8,8% na comparação com o mesmo período de 2017, apresentando também uma aceleração de mais de 2 pontos percentuais em relação a outubro (6,4%).
“O resultado de novembro para o Varejo foi bem positivo, tendo apresentado o maior crescimento nominal do ano e segundo maior em termos deflacionados. A Black Friday vem cada vez mais se mostrando uma alavanca importante de vendas, principalmente nas vendas online, e surpreendeu positivamente este ano, mesmo quando comparada à mesma data do ano passado.”, explica Gabriel Mariotto, diretor de inteligência da Cielo.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em novembro pelo IBGE apontou alta de 4,05% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma desaceleração em relação ao número registrado em outubro (4,56%). Os grupos de itens de Transportes, Vestuário e Habitação (este último não impacta o varejo diretamente) contribuíram para a desaceleração do índice.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em novembro ficou em 3,9%, mesmo número de outubro (3,9%).
BLACK FRIDAY
A sexta-feira de descontos, realizada no último dia 23, reforçou sua importância no varejo brasileiro em 2018. No período de quinta (22) a domingo (25) o varejo apresentou crescimento da receita nominal de 11,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Quando observamos apenas as vendas on-line, o crescimento no mesmo conceito foi de 25,2% no mesmo período, corroborando a força do e-commerce na data.
“Costumamos dizer que a Black Friday ‘nasceu’ em 2013 no Brasil, quando teve um crescimento de mais de 40% em relação ao ano anterior. Desde então naturalmente a cada ano o ‘desafio estatístico’ de crescimento é maior, então é natural que os crescimentos viessem desacelerando. Mas em 2018 a Black Friday surpreendeu e cresceu mais que no ano passado”, comenta Mariotto. “Além disso a data reforçou a tendência observada neste ano, do consumidor brasileiro priorizar as compras nas principais datas comemorativas do varejo”, complementa.
SETORES
O macrossetor de Bens duráveis e semiduráveis acelerou em novembro em comparação a outubro. O grande destaque no bloco foi para o setor de Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, puxado principalmente pelas vendas durante a Black Friday. Também o macrossetor de Bens não duráveis apresentou aceleração no mesmo período, com destaque para os setores de Supermercados e Livrarias/Papelarias. Por fim, o bloco dos setores de Serviços apresentou estabilização na passagem mensal. Neste grupo, o setor de Turismo e Transporte apresentou aceleração – beneficiado pela Black Friday –, enquanto que os setores de Recreação e Alimentação em Bares e Restaurantes apresentaram desaceleração.
REGIÕES
Todas as regiões apresentaram aceleração, destaque para as regiões Norte e Centro-Oeste, segundo o ICVA Deflacionado com ajuste de calendário.
Pelo ICVA deflacionado sem ajustes de calendário, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Norte apresentou alta de 9,5%, seguido pelas regiões Sul e Centro-Oeste com 7,3% e 6,1% respectivamente. Por fim, vale mencionar as regiões Nordeste, com alta de 4,7%, e o Sudeste, com alta de 2,7%.
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – o destaque também foi a região Norte, que registrou alta de 11,8%. Em seguida, temos as regiões Sul e Centro-Oeste com crescimentos de 9,9% e 9,4% respectivamente. Já as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram crescimentos de 9,3% e 7,6% respectivamente.