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8 perguntas e respostas sobre câncer de pênis

O câncer de pênis é um tumor raro que atinge homens na meia-idade. Exames de rotina e atenção aos sintomas são sempre fundamentais para o diagnóstico preciso de doenças graves, ainda no início. A importância para a descoberta de um câncer é que num estágio mais avançado, as chances de cura podem diminuir.  

A seguir, o professor do setor de uro-oncologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e responsável pelo setor de cirurgia robótica urológica no Hospital Brasil e rede D’Or, Dr. Marcos Tobias Machado, esclarece informações necessárias sobre causas, prevenções e tratamentos do câncer de pênis.

1. Primeiramente, o que é câncer de pênis?

O câncer de pênis é uma neoplasia maligna (doença em que as células anormais se dividem incontrolavelmente e destroem o tecido do corpo), caracterizada pela presença de um tumor que pode se localizar desde a base da haste peniana até a glande.

2. O que o causa câncer de pênis?

Os principais fatores envolvidos na gênese da doença são a presença de fimose, que predispõem a má higiene e ao acúmulo de esmegma (substância branca e pastosa), que tem um efeito tóxico promovendo metaplasia do epitélio e se transformando em células malignas. Outros fatores de risco são o tabagismo, a presença do HPV e a zoofilia.

Condições precárias de educação e higiene, também são causas da doença, onde possui maior incidência na África, Ásia e América do Sul. No Brasil, os estados do Maranhão e Piauí são uma das maiores incidências de câncer de pênis do mundo, fazendo com que, alguns urologistas brasileiros sejam referência mundial no tratamento deste tipo de tumor.

Em contrapartida, como as condições de higiene e educação são melhores nos EUA e nos países europeus, a indigência desta doença lá é bem menor.

Ainda segundo Dr. Marcos Tobias pesquisas estimam que entre 30 e 70% dos casos estejam ligados à presença do vírus do HPV. Neste sentido, uma vacinação na juventude de indivíduos do sexo masculino que ainda não tiveram contato com os subtipos causadores de tumor, poderia ter algum impacto na frequência do mesmo em populações de maior risco. Como o emprego da vacina para HPV tem pouco tempo de implantação, esta hipótese aguarda confirmação em estudos futuros.

3. Quais os principais sintomas da doença?

Os principais sintomas, além da presença de fimose, são o abaulamento e tumor local, que constantemente é verrugoso, sangrante ao toque e apresenta mau cheiro.

4. Como evitar a doença?

A prevenção pode ser realizada com higienização diária do órgão sexual, utilizando apenas água e sabão. “A Sociedade Brasileira de Urologia, há alguns anos, fez uma campanha nacional de prevenção onde o famoso atleta Zico segurava um sabonete na mão e dizia: Cuide bem do seu amigo!”, lembra o Dr., que reforça a necessidade de falar sobre o assunto.

5. O câncer de pênis tem cura? Quais os tratamentos para a doença?

O tratamento em casos iniciais pode ser realizado com pomadas ou tratamentos tópicos como a crioterapia e o laser. No caso da pomada, se em 15 dias não apresentar melhoras ou até mesmo piorar, deve-se procurar um médico para a realização de biópsia da lesão.

O índice de cura para doença localizada superficial é maior do que 90%. Em pacientes com infiltração linfonodal (órgãos de defesa) de pequeno volume a cura chega a 80%. Pacientes com acometimento linfonodal significativo, mas removido cirurgicamente tem sobrevida de 40%, enquanto pacientes com doença metastática são incuráveis. Pacientes com doença metastática podem receber quimioterapia paliativa para melhorar os sintomas, mas não cura.

6. Qual a principal faixa etária que o câncer de pênis pode afetar os homens?

A doença pode acometer homens entre 40 e 60 anos.

7. O uso de prótese peniana é recomendado em qual caso?

Pode ser oferecida a reconstrução do pênis para pacientes motivados e onde a cura está estabelecida em longo prazo.

8. A retirada total de todo o órgão sexual e testículos é indicado em qual situação?

A ressecção parcial ou total do pênis é indicada em casos mais graves, onde exige uma margem de segurança. A retirada dos testículos é raramente necessária.

Sobre Dr. Marcos Tobias Machado

Formado em Medicina pela Santa Casa, Dr. Marcos Tobias Machado acumula experiência e conhecimento em diversas instituições, tendo destaque para residência médica no Hospital das Clínicas da USP, fellowship em uro-oncologia na Universidade de Miami, especialização em laparoscopia e robótica no H.Henri Mondor em Paris, desenvolvendo cirurgias minimamente invasivas mais complexas, além de atualmente ser chefe do setor de uro-oncologia e cirurgia robótica em urologia do Hospital Brasil e urologista dos Hospitais da rede D’Or – Bartira, Assunção e São Caetano do Sul. <barbara.caleffo@agenciacontatto.com.br>

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