O Valentine’s Day, celebrado em 14 de fevereiro, é tradicionalmente o Dia dos Namorados nos países de língua inglesa. Com a globalização e mistura de culturas, a data tem se tornado mais relevante também em outros locais, como o Brasil, que oficialmente comemora o Dia dos Namorados em 12 de junho.
Há várias versões sobre a história do Valentine’s Day. Segundo a Britannica Digital Learning o feriado tem origem no festival romano de Lupercalia, realizado em meados de fevereiro, que comemorava a chegada da primavera, e incluía rituais de fertilidade e a formação de casais por sorteio. “No final do século V, o Papa Gelásio I substituiu Lupercalia pelo Dia de São Valentim, que passou a ser celebrado como um dia de romance somente a partir do século XIV”, destaca a enciclopédia.
Embora houvesse vários mártires cristãos chamados Valentine, o dia pode ter sido uma homenagem a um padre martirizado por volta de 270 d.C. pelo imperador Claudius II Gothicus. A Britannica Digital Learning ainda menciona histórias que podem ser vinculadas à data: “segundo a lenda, o padre assinou uma carta para uma amiga, a quem tinha curado da cegueira, com os dizeres ‘do seu namorado’ (from your Valentine, no original)”. E outra lenda comum afirma que São Valentim desafiou as ordens do imperador e secretamente celebrou casamentos para poupar os maridos da guerra, fazendo com que seu dia seja associado ao amor.
Vantagens comerciais e o Dia dos Namorados no Brasil
Foi no final do século XVIII que a data passou a ser comercialmente aproveitada. E, em meados do século XIX, os primeiros cartões comerciais foram impressos nos Estados Unidos, retratando o Cupido, deus romano do amor, juntamente a corações. Tal prática, segundo o coordenador do MBA em Gestão do Varejo da Universidade Positivo, Leandro Krug Batista, é mais uma expressão de como o varejo acaba se apropriando de datas comemorativas para dar significado às vendas. “Em função da comunicação global, as pessoas têm a informação de que o Dia dos Namorados está sendo comemorado fora do Brasil e, então, o comércio usa essa data para dar motivos para presentear”, explica. Para o especialista, atualmente o Valentine’s Day se tornou um dia extra para presentear os namorados, enquanto o 12 de junho é o dia “oficial” no Brasil.
Outro fator interessante, segundo Krug, é que fevereiro não possui data comemorativa além do Carnaval, e é um mês mais curto, com baixo faturamento – logo, é vantajoso para o comércio inserir o Valentine’s Day para a venda de chocolates, perfumes e flores – “assim como o dia oficial, em junho, que é um mês com poucas vendas e também próximo ao Dia de Santo Antônio (13 de junho), santo casamenteiro”, expõe.
Para o professor, quanto mais o varejo agir coletivamente em ações de Valentine’s day, maior a possibilidade de ele entrar de fato para o calendário. “Ações coletivas fazem mais efeito que ações individualizadas, o público absorve mais”, explica, e conta que, em resumo, cada vez mais o varejo é o maior interessado em fomentar as celebrações, “mais do que as próprias famílias e pessoas”.