iBusiness reúne provedores de internet de vários estados e é considerado um grande sucesso

Presidente da Redeteleul frisa que provedores devem valorizar seu DNA

O presidente da Redetelesul, Rosauro Baretta, abriu o iBusiness 2019 lembrando que a associação preparou o evento para ajudar os provedores regionais de internet a melhorar a empresa e melhorar o lucro dos seus negócios.

O dirigente falou para um público formado por gestores e técnicos das empresas provedoras de internet. O evento contou com cerca de mil inscritos de todo Paraná, Mato Grosso do Sul, Acre, Ceará e Maranhão, entre outros estados.

Rosauro Baretta lembrou a importância de os provedores de internet acreditarem nos seus negócios e investirem não só em tecnologia, em equipamentos, mas na valorização do lado humano da empresa.

“O que faz a diferença entre um provedor e outro não é aquilo que é possível comprar. A tendência é de que os equipamentos e a tecnologia sejam iguais. O que fará a diferença é o que temos dentro do nosso coração. Sejam únicos, sejam vocês. Se a gente quiser ser outra empresa, vamos perder o nosso DNA e vamos morrer”, alertou Baretta.

O presidente agradeceu a equipe de colaboradores que está realizando o iBusiness, assim como os expositores e patrocinadores. Em especial, ele lembrou a Cisco, que é patrocinadora oficial do Jantar de Encerramento do evento que acontece nesta sexta-feira.

Consultor da Cisco fala sobre vantagens do IPv 6

O Engenheiro de Computação da Cisco, Adalberto Lins explicou ao público “Como ir do IPv4 para o IPv6”. Lins é especialista em produtos e soluções Cisco para Provedores de Serviços de Internet e Regionais.

Lins lembrou que no ano passado o IPv6 completou dez anos no Brasil. Segundo ele, a utilização do IPv4 está diminuindo a cada dia e a previsão de esgotamento é janeiro de 2020. “Os provedores precisam se atualizar para não travar no seu business e não conseguir mais crescer”, alertou.

Lins ressaltou que, hoje, o Brasil já faz parte da elite dos usuários de IPv6 no mundo. “Muitas empresas têm isso como algo resolvido”, garantiu, acrescentando que, em termos de alocação, as empresas estão com IPv6 em produção e o tráfego efetivo está aumentando.

“Do ponto de vista de telefonia móvel, todas as grandes empresas já suportam o IPv6. O pessoal da Vivo já consegue ter 100% do tráfego de telefonia móvel em IPv6 e, para o tráfego para internet, cerca de 70% já tem IPv6 e não precisam fazer a tradução para 100% da rede”, disse.

O especialista disse que muitas barreiras já foram derrubadas na implementação do IPv6. “Em termos de tecnologia, os problemas de protocolo já não existem, tantos nos dispositivos dos clientes quanto nos ambientes de rede. Ou seja, a base que precisamos está toda pronta”, comentou.

Lins falou sobre as vantagens do IPv6, levou provedores que falaram sobre os passos dados, dificuldades encontradas e vantagens do sistema.

Lacier Dias defende provedores saudáveis financeiramente


O consultor para provedores de internet e redes corporativas Professor Lacier Dias, especializado em Arquitetura, Design e Roteamento para Redes discorreu sobre o tema “Ataque ao ISP – Como se Preparar para o Inevitável”. O consultor para provedores de internet e redes corporativas Professor Lacier Dias, especializado em Arquitetura, Design e Roteamento para Redes discorreu sobre o tema “Ataque ao ISP – Como se Preparar para o Inevitável”.

Segundo o professor, existe um mercado negro que atrapalha os negócios. Ele explicou que a infraestrutura é um ponto nevrálgico das empresas e estas vêm sendo atacado de forma severa.

Os ataques chegam a 500 gigas de intensidade. Hoje o Brasil é o oitavo lugar no ranking mundial entre os países com maior vulnerabilidade a ataques que são feitos por várias portas, famosas por serem violadas em sua estrutura.

“Vamos pegar um provedor que tem 10 gigas e ocupa 9. Basta um ataque de dois gigas para afetar o negócio de forma grave”, frisa o professor Lacier Dias.

O especialista garantiu que os ataques, em grande parte, são evitáveis por meio de precauções que os provedores podem tomar.

“As empresas podem ter arquiteturas de rede para suportar ataques. É possível ter uma estrutura simples, mas que atenda as necessidades”, ressaltou.

O professor Lacier Dias destacou que é necessário bloquear as portas que estão prontas para ataque e desabilitar recursos que o provedor não usa, como wireless em equipamentos que não possui nem antenas.

Ele também alertou que muitas vezes os provedores adquirem equipamentos desnecessários e, quase sempre, muito caros. “O provedor deve gastar quando precisa. Deve trocar um equipamento por um mais novo, moderno, somente quando a rede estiver com ocupação próxima de 80%”.

De acordo com o professor Lacier Dias, é preciso projetar a arquitetura de rede com eficiência e só então investir em equipamentos. “Assim mantemos a tão difícil relação custo x benefício x performance, para que o provedor possa estar saudável financeiramente e com os clientes sempre bem atendidos”, pontua.

André Ribeiro ensina como montar um time de sucesso

O Engenheiro de Telecomunicações, André Ribeiro, mostrou aos empresários, durante o iBusiness 2019, “como montar um time de sucesso”. Consultor, Ribeiro é CEO da AR1, especializada em Mentoria e Consultoria de soluções para pequenas empresas, principalmente no segmento de Telecomunicações. 

André Ribeiro frisou que é preciso identificar a vocação do profissional e alocá-lo na melhor posição de acordo com o perfil dele.  “Desta forma, antes de contratar, é preciso definir as características comportamentais do futuro colaborador. Saber que comportamento ele precisa ter para desempenhar a melhor produtividade na vaga ofertada. Depois, é que se encaixa a pessoa na vaga”, ensinou.

O consultor disse que, ao conhecer apenas o currículo para contratar alguém, o empresário está conhecendo apenas 15% de uma pessoa. Segundo ele, para escolher o profissional, é preciso analisar no candidato o saber, o ter e o ser. “Saber é o currículo, ter é a habilidade de ele colocar em prática aquilo que aprendeu, e ser é ter atitude”, afirma.

Ribeiro lembrou que muitos empresários contratam pelo currículo e demitem pelo “ser”. Ele também comentou que é preciso mapear as características necessárias para a função; comunicativo ou analítico, ousado ou conservador, racional ou emocional, generalista ou especialista, entre outros comportamentos.

Para André estas características comportamentais estão acima das características técnicas. “A técnica ele aprende”, ensina, ressaltando que ao colocar o profissional em um local em que ele se sinta bem, ele aprenderá as funções e será feliz e produtivo.

Ele adverte que não é possível acertar 100% nas contratações, mas salienta que as ferramentas disponíveis no mercado para análise comportamental, quando usadas adequadamente, diminuem muito as chances de erros.

Em sua empresa, por exemplo, Ribeiro utiliza e oferece aos clientes a ferramenta Disc, que identifica os traços comportamentais predominantes em cada indivíduo. O consultor relatou as principais características do ser humano e fez relação com algumas das funções dos colaboradores das empresas provedoras de internet.

Sam Jolen mostrou aos empresários como fazer grandes mudanças na vida

como fazer grandes mudanças na vida

Sam Jolen ex-operário explicou ao público do iBusiness como se tornou empresário, palestrante e treinador de Programação Neurolinguística (PNL). Segundo Jolen, na juventude ele aprendeu que não era bom sonhar muito “para não se iludir”. Mesmo assim, ele ansiava por algo novo. Foi assim que Jolen foi parar no Japão como dekassegui e passou a trabalhar como operário em uma fábrica.

Apesar de trabalhar muito e ganhar de três a quatro mil dólares por mês, Jolen sentiu que não estava feliz. Sua vida mudou quando estava em um consultório e viu um homem aguardando o médico, acompanhado da filha. De repente, o homem teve um ataque e morreu.

Naquele momento, Jolen disse que começou a se perguntar se aquilo poderia acontecer com ele caso continuasse a trabalhar em excesso na linha de montagem da fábrica. Foi naquele dia que ele decidiu voltar ao Brasil. Em sua casa, o jovem procurou o conselho do pai para saber o que deveria fazer com o dinheiro e com a vida.

O conselho do pai foi na forma de um questionamento: “por que você não investe em algo que você vai pagar uma vez na vida e ninguém vai te tirar, que é a educação?” Para Jolen, o pai queria que voltasse à universidade. “Mas, eu fui estudar empreendedorismo. Fiz muitos cursos e aprendi muita teoria. Só não sabia colocar em prática”.

Jolen disse que conseguiu “se libertar” quando passou a estudar programação neurolinguística. A primeira mudança foi esquecer a timidez. “Eu passei a controlar os medos internos e comecei um empreendimento, uma startup de alimentação, ou seja, uma barraquinha de chocolate que funcionava na frente da loja de um tio.

Jolen alcançava uma boa remuneração com a barriquinha, mas sentiu que a atividade não tinha futuro. Assim, vendeu o negócio e se aprofundou no PNL. Depois, foi trabalhar em uma empresa multinacional, morando na Itália e Alemanha. Ele trabalhou em um ritmo alucinante e colocou em prática tudo o que sabia do PNL, até que se tornou sócio da empresa.

O palestrante conta que, para evoluir na vida, coloca em prática o conceito japonês Kaizen, que significa “melhora contínua”. Segundo ele, o segredo para fazer coisas incríveis é persistir e melhorar constantemente. “Eu fui aprendendo estratégias de sempre fazer melhor de maneira continuada e, com isso, aos 27 anos eu ganhei meu primeiro milhão de dólares”.

Sam Jolen frisa que só conseguiu crescer pessoal e profissionalmente graças ao PNL. Ele explicou que as pessoas projetam nas outras os seus limites e generalizam o que seus semelhantes podem fazer na vida. A programação neurolinguística, diz ele, é capaz de alterar esse fluxo natural da vida.

Sam diz que, em geral, as pessoas focam em quatro direções básicas: a primeira é para o passado e isso pode levar a pessoa a ficar chateada, triste. “As pessoas podem olhar para o passado, mas de forma estratégica, para se lembrar de alguma lição”. A segunda direção é pensar apenas no futuro, o que segundo ele também não é bom pois a pessoa não aproveita o presente.

Outra direção é pensar e sofrer com o que os outros pensam sobre ela, o que não a deixa crescer. Faz com que perca oportunidades na vida. “Para acreditar mais em nós mesmos, temos que pensar menos no eu”. A quarta direção e o segredo do sucesso é ficar no presente.

Artur Coimba aborda decreto regulamentador da Lei das Antenas

 

O diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Artur Coimbra, falou, durante o iBusiness 2019, sobre a discussão que está sendo feita em Brasília sobre a Regulamentação da Lei das Antenas.

Entre os objetivos da regulamentação, estão harmonizar e facilitar a legislação para implantação de infraestrutura de redes de telecomunicações em faixa de domínio, ferrovias e outros; facilitar a construção da infraestrutura para empresas de pequeno porte e apresentar tratamento isonômico no direito de passagem.

A lei atual veda a cobrança do direito de passagem em áreas rurais. Mas, o Dnit entende que deve haver cobrança. Também existe o descumprimento reiterado dos municípios em relação ao prazo de 60 dias para resposta do requerimento para implantação da rede.

“Muitas vezes, após seis meses e até no período de um ano, não sai a resposta”, lembra Coimbra. Ele também diz que sobre esta questão existem exigências desproporcionais. Coimbra explicou que a regulamentação que está sendo gestada vem no sentido de superar estas dificuldades e apresentar regras mais específicas a alguns pontos da lei.

“O primeiro ponto é a questão da cobrança. A ideia é que o regulamento obrigue o Dnit a não cobrar, evitando transtornos aos provedores”, explica. A segunda solução é o silêncio positivo, ou seja, caso o município não responda até o prazo de 60 dias, automaticamente o requerimento estaria aprovado.

Outro ponto que se pretende esclarecer no decreto regulamentador é em relação ao artigo 16 que trata das obras de interesse público. Coimbra frisou que a infraestrutura para os provedores, quando implantadas durante as obras de construção de rodovias ou ferrovias, têm custos bem menores do que se as mesmas forem realizadas depois das estruturas prontas.

“Nossa ideia é que quando os órgãos públicos forem fazer rodovias ou ferrovias, já sejam construídas as estruturas para compartilhamento”, salienta Coimbra.

No tocante ao licenciamento ambiental, há municípios que têm essa exigência para infraestrutura de telecomunicações. O que o decreto vai fazer é definir as situações em que haverá exigência de licenciamento e como isso deve ser feito.

O executivo do Ministério das Telecomunicações disse que outra solução que está sendo gestada nasceu no iBusiness há um ano. Naquela oportunidade, houve o pedido de que o ministério ajudasse na discussão com as receitas estaduais sobre os serviços de comunicação multimidia (SCM) e serviços de acesso à internet (serviços de valor adicionado – SVA).

“Nós concluímos uma minuta de Termo de Referência para que o Ministério das Telecomunicações faça um estudo sobre estes serviços. A ideia é que este documento tenha prosperado até o meio do ano explicando que atividade é inerente a cada serviço”, informou Coimbra.

O diretor disse que está sendo formatado um projeto para análise de custos de 15 provedores regionais para criar uma padronização das situações envolvendo empresas do setor. 

Coimbra solicitou a parceria da Redetelesul quando for necessária a participação de alguns provedores neste projeto e Benê Matos garantiu o apoio da instituição.

Segundo Coimbra, a partir deste trabalho prático, serão feitas duas entregas finais: oferecer metodologia para cobrança adequada destes serviços, o que incide ICMS e o que não incide; e também proposta de um Ato Normativo que consiga trazer uma segurança jurídica para os provedores.

Bene Matos disse que ainda hoje é preciso entrar na justiça para que os provedores consigam realizar suas atividades relacionadas à implantação de infraestrutura em estradas. O diretor da  Redetelesul pediu todo apoio do Ministério nesta questão e colocou a associação à disposição para auxiliar no que for possível.

Painel discute atualizações jurídicas, fiscais e trabalhistas para iSPs

O último painel do primeiro dia do iBusiness 2019 foiAtualizações Jurídicas, Fiscais e Trabalhistas para ISPs”. A discussão foi mediada pelo ex-presidente da Redetelesul, Marcelo Siena, com apresentação dos advogados Alan Silva Vitor, Paulo Henrique da Silva Vitor e Jordana Magalhães Ribeiro. Eles fazem parte do Escritório Jurídico Silva Vitor, Faria & Ribeiro.

O escritório tem atuação em direito das tecnologias com ênfase em telecomunicações e internet, com atuação em procedimentos administrativos junto à Anatel e Comissão Conjunta de Resolução de Conflitos.

Marcelo Siena abriu o painel explicando a importância da discussão das agendas regulatórias trabalhista e tributária, entre outras. “São temas muitos sérios e que merecem toda a atenção dos provedores. Quando a gente aprende que as matérias jurídicas são tratadas no âmbito da prevenção, do gerenciamento, a gente consegue caminhar melhor”, frisou.

Alan Silva Vitor disse que o calcanhar de Aquiles das empresas é representado pelas partes tributária, fiscal e trabalhista. Ele começou abordando uma situação que está acontecendo em outros estados e que, acredita, pode chegar ao Paraná.

“A resolução 4 está sendo revista pela Anatel e Aneel. Quando a resolução foi criada e o preço da Copel era menor que o valor de referência, a estatal aumentou seus preços”, lembrou o advogado.

Além do debate de preços, outra discussão paira sobre as fiscalizações do Ministério Público, que começou a atuar nesta área, principalmente em relação a mortes de trabalhadores. Também existe a questão da ocupação desordenada e irregular dos postes de compartilhamento. Isso tem demandado fiscalização em outros estados.

Alan Silva Vitor, aponta que, para a fiscalização, nos pontos de fixação não têm espaço para todos. Nesse ponto, a poluição visual e a segurança das pessoas recebem atenção especial do MP.

Ele contou que algumas concessionárias começaram a fazer projetos de fiscalização junto com os provedores e isso tem gerado dificuldade, pois há um número muito grande de ocupantes nos postes. Pela norma, seriam quatro ocupantes por poste e em estados como Minas e São Paulo, está sendo feita liberação de até seis ocupantes.

Outro debate é que as grandes operadoras não atualizam suas redes como os provedores regionais fazem.

Sobre a Resolução 4, que é uma inovação para o setor, o advogado lembrou que a mesma não aborda apenas o preço de referência. “Ela equipara a concessionária com a autorizada, traz o conceito de ocupação, diz que estes grupos econômicos não podem ocupar mais de um ponto por poste e apresenta questões de segurança, entre outros”, disse.

“Chamo a atenção para a importância desta Resolução 4, que foi precedida de inúmeros estudos com envergadura muito sólida que apresentaram preços que seriam justos e razoáveis. Já conseguimos resolver a questão de valores com algumas concessionárias e aplicar o preço de referência seja por negociação ou por ação judicial”, ressaltou.

Alan Silva Vitor alertou que é preciso lutar para que a alteração da Resolução 4 não seja feita sem a participação dos provedores. Ele disse que a Resolução 4 tem servido de base para decisões judiciais e que a queda da mesma significa rompimento de todo entendimento que está sendo construído.

Ele alertou também que a Consulta Pública para alterar a Resolução 4 prevê a regularização do compartilhamento dos postes e o preço. “O que chama a atenção é que uma das propostas é a abolição do valor de referência. Se isso acontecer será um retrocesso muito grande. A proposta é que este preço seja regulado pelas próprias elétricas. Se isso acontecer, tenho certeza de que o preço da Copel vai aumentar”, comentou.

O advogado também abordou o problema enfrentado pelos provedores pelo uso das faixas de domínio e que vem sendo enfrentado com ações judiciais. O advogado aconselhou os provedores a fazer foto e ata notorial, ou seja, levar o funcionário do cartório até o poste e fazê-lo conferir o que existe de estrutura e se está tudo igual na foto. Essa é uma prova importante no tribunal.

Outro debate apontado pelo advogado é a discussão do compartilhamento dos postes da Copel e Faixa de Domínio. Ele não concorda com o fato de a Copel exigir aprovação de projetos junto a três entidades (DER, Dnit e Viapar).

“Na nossa visão, o instituto de instalação da fibra óptica em um poste é diferente do uso da faixa de domínio. A Copel já utiliza um trecho da faixa de domínio e os provedores usam a mesma apenas como uma passagem”, compara.

Marcelo Siena disse que existem muitas ações que acontecem longe dos olhos dos provedores e que mexem com a questão financeira das empresas. O empresário lembrou que teve a oportunidade de participar de algumas discussões para criação da Resolução 4 quando presidiu o Conselho Consultivo da Anatel e concorda que a mesma foi realmente um grande avanço.

Fiscalização Tributária

O advogado Paulo Henriqueda Silva Vitor falou sobre a fiscalização tributária, enfatizando que o fisco mudou o entendimento, passando a desconsiderar a existência dos serviços de conexão à internet e concluindo que estes foram incorporados aos serviços de comunicação multimidia (SCM).

“Se o fisco chegar nas empresas ele vai autuar o SVA e ponto final. Acredito que, no futuro, o fisco vai questionar a proporção, ou seja, durante a fiscalização, ela vai informar que reconhece o serviço de internet, mas não concorda com o percentual que o provedor usa, considerando-o muito alto”, ressaltou Paulo Henrique.

O advogado recomenda atualmente a separação entre SCM e SVA (conexão à internet) em empresas distintas. Ele justifica que trata-se de um cenário jurídico mais consolidado, com respaldo da própria Anatel e acrescenta que isso possibilita economia tributária, especialmente Imposto de Renda, CSLL, Pis e Cofins.

A separação, segundo Paulo Henrique, também permite a criação de uma empresa para trabalhar com os mais diversos tipos de SVAs (Serviço de Valor Adicionado), além da conexão à internet, citando como exemplo serviços de OTT (streaming), cloud (dados), e-mail, assistência premium, antivírus, entre outros.

Adicional de Periculosidade

A advogada Jordana Magalhães Ribeiro apresentou dois pontos para análise dos provedores. O primeiro é o Adicional de Periculosidade para técnicos que sobe em postes. Ela disse que seu escritório tem recebido questionamentos sobre o assunto.

Segundo Jordana, muitos técnicos da engenharia têm opinado às empresas que fazem o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) que não existe risco de periculosidade para os referidos trabalhadores.

“Acredito que este entendimento pode gerar passivo trabalhista. A nossa defesa é pautada no fato de que a rede de dados está bem abaixo das redes de telecomunicações. Quando a justiça contrata perito, o laudo mostra que existe sim o adicional de periculosidade, o que é previsto na NR 10 e no decreto 93.412/96”, explicou Jordana Magalhães.

Sobre a reforma trabalhista, ela informou que algumas empresas entendem que não devem seguir a convenção coletiva. Para a advogada, esta análise é equivocada. “Independente de pagar contribuição sindical ou se filiar a sindicatos, é preciso seguir a convenção coletiva”, explica.

Nic.Br aborda como aumentar a

segurança dos provedores e da internet

A primeira palestra do segundo dia do iBusiness 2019 foi feita pelo Gestor de Projetos da Nic.br, Gilberto Zorello que abordou o tema “Aumentando a segurança dos provedores e da internet”. Ele é graduado em engenharia elétrica, especializado na área de telecomunicações e está desenvolvendo um programa para uma internet mais segura.

Segundo Zorello, existem equipamentos que conseguem reduzir bastante os ataques de DoS, mas são muito caros. Somente empresas muito grandes é que conseguem investir neste tipo de equipamento. “Nossa intenção é mostrar como é possível a segurança sem altos investimentos”, comenta.

Um dos ataques mais comuns é quando alguém, de forma maliciosa, troca o endereço do servidor e consegue contato diretamente com uma vítima. “O servidor não consegue visualizar o ataque. O atacante consegue enviar milhares de mensagens para a vítima, o que congestiona o servidor”, frisa Zorello.

A solução, segundo ele é implantar filtros antispoofing. “Se todos os operadores implantarem estes recursos, este tipo de ataque acaba. Outra solução é fechar os serviços abertos para protocolos que permitem reflexão (amplificação)”, ensina o especialista.

Também existe o sequestro de prefixos, o Hijacking. O atacante anuncia prefixos de outra rede e, ao invés do tráfego chegar no destino, ele desvia o tráfego para ele mesmo. A solução é implementar filtros na entrada no provedor de trânsito que só aceitará anúncios previamente combinados.

Também existe o ataque por Vazamento de Rotas, o chamado Leak. Ele acontece pela má configuração do AS ou por ação maliciosa de terceiros e aumenta a latência da rede. Neste caso, é importante implementar filtros de saída para evitar o problema.

Sobre o programa para uma internet mais segura, Zorello explicou que os objetivos são a redução de negação de serviços e vulnerabilidade e criar cultura de segurança entre os operadores da rede. O NiC.br faz palestras de conscientização, disponibiliza materiais didáticos em português, realiza a interação entre as associações da área para divulgar as soluções, e implementa filtros de rotas no IX.br, o que contribui para a melhoria do cenário geral.

Entre os pontos do Programa pela internet mais segura estão: 1) fechar portas abertas de serviços que permitem ataques de amplificação; 2) implementar as ações preconizadas pelo MANRS; e 3) realizar o hardening de equipamentos e redes.

Sobre o MANRS, trata-se de uma iniciativa global e a sigla em português significa Acordo Mútuo para Segurança de Roteamento. Zorello ressaltou que hoje todos tentam proteger a sua rede olhando apenas o que está entrando. Poucos olham o que sai da rede. Ele diz que adotar o MANRS é uma solução fácil e barata para resolver algumas questões de segurança.

O palestrante enfatizou que entre os benefícios na implantação do MANRS, estão adicionar um valor competitivo em um mercado onde todos oferecem serviços semelhantes e direcionado ao preço; mostrar aos clientes competência e comprometimento com a área da segurança; e ajudar a resolver problemas de rede. Hoje 12 empresas brasileiras já participam do MANRS.

Em relação ao Hardening, trata-se de um processo de mapeamento de ameaças, mitigação dos riscos e execução das atividades corretivas com foco na infraestrutura. O objetivo é prepará-la para tentativas de ataque.

Gerente do Nicbr conclama provedores a aderir ao IPv6

Antonio Moreiras, do NicBr, gerente de desenvolvimento e projetos da Nicbr falou sobre o IPv6 e afirmou que em termos de Brasil, um em cada três brasileiros usam esse protocolo em seus dispositivos, computadores e celulares.

“O IPv6 não é mais protocolo do futuro ou algo incerto. As grandes operadoras estão fazendo um trabalho muito sério nesse sentido. Até 2014 ninguém usava e de lá para cá, 30% das pessoas passaram a usar esse protocolo”, frisou Moreiras.

O técnico garantiu que chegou a hora de todos os provedores entrarem no IPv6, já que, a rigor, “o IPv4, que começou a ser usado na internet em 1983, acabou. Quem não aderir ao novo protocolo, em alguns anos estará fora do mercado”.

Moreiras disse que para implantação do IPV6 é fundamental o convencimento e envolvimento da direção da empresa e qualificar os funcionários, salientando que o Nicbr oferece cursos gratuitos para atualização sobre o protocolo.

“Depois que contratar banda externa, comprar os equipamentos necessários e qualificar a equipe técnica, não é interessante que o provedor ofereça o IPv6 para toda sua rede. Para prevenir problemas, é importante que ele faça testes primeiro. Ele deve escolher alguns usuários e colocar o protocolo na casa de funcionários, amigos ou em um único bairro. Vai implantando devagar e com pouco custo, vai liberando o tráfego aos poucos para todos os usuários”, aconselha Moreiras.

Copel explica mudanças no compartilhamento de postes

Fechando a manhã de palestras do segundo dia do iBusiness, executivos da Copel Distribuição falaram sobre o Compartilhamento de Postes e Alterações na NTC 855901.

Os técnicos da Copel que se apresentaram foram Nilson Ribeiro de Jesus – Superintendente de projetos; Diogo Ribeiro da Silva – Gerente de Projetos; e Silvia Maria Guedes Machado – Diretora de Projetos. O painel foi mediado pelo diretor da Redetelesul, Benê Matos.

 A NTC 855901 tem por objetivo estabelecer os procedimentos e condições técnicas, para compartilhamento da rede de distribuição aérea de energia elétrica com agentes do setor de telecomunicações na área de concessão da Copel.

Os técnicos explicaram a responsabilidade das partes e condições iniciais para a aprovação de projetos de compartilhamento, cuidados, direitos, entre outros aspectos técnicos e práticos.

Bene Matos questionou sobre a possibilidade de aumento da capacidade de 4 para 6 ocupantes por postes. O diretor da Redetelesul lembrou que há escassez de postes em algumas regiões. Nilson Ribeiro de Jesus disse que há um estudo em andamento na Copel para aumentar até o final do ano para 5 ou 6 ocupantes por poste.

Benê Matos também solicitou que seja criado um critério para definição do quinto e sexto ocupante caso a proposta avance. Para ele, não é interessante que a Copel privilegie quem tem cabo instalado irregularmente porque isso pode acarretar em aumento da infração.

Benê solicitou também que a Copel disponibilize informações do banco de dados de postes para facilitar a elaboração de projetos por parte dos provedores. A Copel disse que este é um tema que também está em discussão.

Silvia Maria Guedes Machado propôs que a Redetelesul, pela força que tem ao representar os provedores de internet do estado, procure a Copel no momento da discussão das alterações em relação ao compartilhamento de postes. “A Associação pode ver a possibilidade de que seja revista a tarifação e se há possibilidade de negociação dentro do contrato”.

Benê disse que acredita que a Copel não deveria cobrar aprovação do Dnit para uso da faixa de domínio, já que isso já era previsto quando a rede de distribuição elétrica foi instalada. “Se já era previsto, por que novamente tem que existir uma aprovação de outros órgãos”? questionou.

Segundo Benê Matos, o processo de aprovação pode demorar anos e inviabilizar os projetos dos provedores. Nilson Ribeiro de Jesus disse que concorda com o argumento, mas afirma que a Copel é cobrada pelo Dnit quando libera algum poste ou equipamento em faixa de domínio. Benê lembrou que a Redetelesul já entrou com liminares para permitir que a aprovação seja feita sem consulta ao Dnit.

Irmão Couto abordam marketing estratégico durante o iBusiness 2019

“Desafios e Oportunidades pós FTTH”. Este foi o título do painel que contou com as presenças dos irmãos Couto. Ronaldo Couto atua no segmento de telecomunicações há mais de 20 anos e presta consultoria de marketing estratégico para desenvolvimento de vantagens competitivas de mercado. 

Rogério Couto tem experiência de 25 anos nas áreas comerciais e estratégicas de empresas de telecomunicações de médio e grande porte nacionais e multinacionais. É consultor e especialista em ISPs.

Rosauro Baretta fez questão de abrir o painel com os irmãos Couto e enfatizou que eles não encaram a palestra como um trabalho, mas como missão de vida.

Ronaldo Couto disse que as dúvidas dos provedores são sempre muito técnicas e isso não garante mais o sucesso da empresa. Explicou que hoje é fundamental que o provedor entenda muito mais sobre as tendências do setor.

“A competência técnica garantiu o sucesso dos provedores durante muitos anos. Mas, isso mudou”, disse Ronaldo. O ponto chave daqui para frente é cada vez mais garantir a experiência positiva do cliente com os provedores.

“Atendimento não significa mais o cliente nos procurar por um problema. Para o usuário, atendimento é ter a rede toda à disposição o tempo todo”, frisou Ronaldo. “Vender suporte não é diferencial competitivo para o cliente porque isso é uma obrigação do provedor”, complementou Rogério.

Para ter qualidade, segundo os consultores, é preciso colocar primeiro os equipamentos certos nos lugares certos. “Acontece que alguns clientes não colocam o equipamento ideal e acabam tendo que gastar mais em suporte. Ou seja, se eles fizessem tudo certo, investiriam menos em suporte”, compara Ronaldo.

Os irmãos dizem que os provedores precisam buscar a eficiência operacional, ou seja, plano de contas, segmentação de receitas, custo fixo, variável, lucro, entre outros. Rogério disse que muitos provedores só observam o caixa. “Se tem dinheiro, está bom, se não tem, está ruim”.

Mas, eles alertam que ter dinheiro não significa que a empresa está bem gerenciada. Segundo Ronaldo, o gerenciamento significa analisar o máximo possível de indicadores da empresa. Ele citou também que é fundamental o planejamento financeiro antes de realizar um projeto.

“A rede não dá dinheiro. O que dá dinheiro é o cliente. Instalar a rede é 30% da despesa e outros 70% é direcionado para ativação do cliente”, explicou Ronaldo. “A primeira parte do projeto não é lançar o cabo, mas ter o entendimento do mercado, saber o que oferecer ao cliente para que ele opte por nós e não pelo concorrente”, complementou.

Os irmãos afirmam que o provedor tem que gostar primeiro do lucro e depois da tecnologia. “É preciso ainda ter metas de vendas”, ressalta Rogério.

Os palestrantes também enfatizaram que muitos provedores vendem a fibra óptica como diferencial único. “Não adianta instalarmos a fibra óptica se outros equipamentos não forem eficientes”, alertou Ronaldo.

Para os irmãos, os provedores precisam criar uma marca que o cliente deseja e, para isso, é preciso propiciar bons momentos aos usuários, ou seja, ter excelência na entrega do serviço. “Uma dica é substituir o atendimento pelo relacionamento”, enfatizou Rogério Couto.

Redetelesul anuncia parceria com a Cisco

Falando sobre experiência de usuário, como agregar valor aos serviços, a Cisco e a Redetelesul celebraram uma parceria buscando dar esta oportunidade a todos os provedores associados de atender melhor os seus clientes.

Pela parceria, a Cisco venderá licença de uso da plataforma de segurança Umbrella em condições especiais. Quem comprar uma licença terá o preço de quem compra cinco mil licenças e cada provedor interessado ganhará uma licença que poderá colocar em 20 clientes.

Max Gehringer fecha o iBusiness 2019 em grande estilo

O fechamento do iBusiness 2019 foi feito pelo consultor Max Gehringer. Conhecido por seus artigos em revistas como Época, Exame, Você S/A, dentre outras, o comentarista da Rádio CBN e do programa Fantástico, na TV Globo, falou sobre o tema Gestão de Mudanças.

Segundo Gehringer, uma pergunta que muitos fazem é por quanto tempo haverá um número tão grande de pequenos provedores. Isso porque uma tendência natural do mercado é a fusão entre empresas e a compra das menores pelas maiores. Sobre isso, ele fez uma analogia com a época em que surgiram as redes de supermercados no Brasil.

“Na época, todos diziam que os pequenos mercados iriam desaparecer. Naquele tempo, os pequenos respondiam por 90% do mercado. Hoje, eles detêm 80% do mercado. Ou seja, o que acontece quando surgem os grandes, acontece uma acomodação do mercado. Não necessariamente o desaparecimento dos pequenos.

Gehringer frisou que as empresas grandes perdem o contato direto com os clientes. E os pequenos provedores têm a vantagem de estar próximos dos clientes, de fazer parte de uma comunidade. “Esse vínculo é muito importante e nenhuma empresa grande consegue ter”.

O palestrante enfatizou que os administradores de empresas nem sempre precisam ser especialistas em determinados setores, mas contratar as pessoas certas para atuar nestes setores. Ele frisou também que é preciso haver confiança nas organizações para que elas possam realizar trabalhos complementares e não concorrentes.

Sobre a educação formal, Gehringer disse que antes os jovens eram preparados para serem empregados e que hoje, com as dificuldades e exigências do mercado, as novas gerações estão empreendendo mais.

Max também disse que quando era executivo, presidente de empresa, ele não se preocupava muito em contratar pessoas com determinadas qualificações. “Eu dava preferência para contratar pessoas agradáveis porque a técnica você ensina, mas é mais difícil ensinar alguém a ser simpático”.

O consultor falou da importância dos consultores para as empresas. O empresário muitas vezes, segundo ele, precisa melhorar algum setor ou serviço e pode buscar no mercado um profissional especialista que o auxilie a realizar as mudanças necessárias.

Sobre a guerra de preços, Gehringer disse que a disputa entre concorrentes não é saudável. Ele explicou que, quando existe guerra de preços, somente os clientes não fidelizados é que mudam. E quem ganha esse cliente, logo vai perdê-lo para outro concorrente com menor preço.

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