Causada pelo estreitamento das artérias que levam sangue ao coração, a angina provoca deficiência no suprimento de nutrientes e de oxigênio cardíaco. Ou seja, a dor no peito é sinal de que o coração está recebendo menos sangue do que precisa. Silenciosa e com altos riscos, a angina do peito é tema da campanha nacional de conscientização que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está lançando nesta segunda-feira (8), com ações previstas em hospitais de Curitiba e região metropolitana até sexta (12), além de todo o território nacional e mais 62 países.
A campanha é coordenada pelo cardiologista Dalton Précoma, diretor científico da SBC e coordenador do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Angelina Caron (HAC), em Campina Grande do Sul. A angina do peito foi definida como um dos temas de atenção ao público leigo para 2019 pela Sociedade Europeia de Cardiologia.
“É uma ação conjunta em 62 países, que entregará um prêmio ao país que mais se empenhar nas ações de prevenção. Dividimos em duas frentes: com os médicos, para ensinar as melhores formas de propagar os cuidados com a dor precordial que pode ser indicação de infarto; e com os pacientes, para orientar sobre o que é angina, os sintomas, sinais e tratamentos”, explica Précoma, ressaltando que, na região, as ações já estão confirmadas no Hospital Angelina Caron e em outros hospitais do Paraná.
Sintomas e tratamento
A angina do peito tem como sintoma uma dor intermitente ou grande desconforto e pressão no peito. Em geral, a dor é mais intensa durante as atividades físicas e diminui durante o repouso. “Costuma durar até 15 minutos. Se persistir, é preciso ir para o hospital. É o diferencial para salvar vidas, devido ao risco de infarto”, pontua o diretor da SBC.
Alguns tipos de angina, porém, podem causar dor mesmo quando a pessoa está dormindo. É uma dor que pode se irradiar pela mandíbula e pelos ombros ou braços, sendo mais comum pelo lado esquerdo do corpo. “A dor da angina pode ser agravada pelo estresse emocional, estômago cheio ou ficar em baixas temperaturas. Entre os tratamentos estão medicação específica e até procedimentos cirúrgicos, como a angioplastia, para desentupir a coronária.”
Précoma enfatiza que os cuidados para evitar a angina, além de outros problemas cardíacos, são “velhos conhecidos” da população: não fumar, praticar exercícios físicos, além de evitar pressão e colesterol altos.