Debate CRCSC aborda complexidade da Matriz de Saldos Contábeis

Instaurado em 2018, a MSC ainda apresenta desafios na sua implantação, principalmente nos pequenos municípios brasileiros

Debate CRCSC aborda complexidade da Matriz de Saldos Contábeis
No CRCSC, especialistas debateram sobre Matriz de Saldos Contábeis

O Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC) realizou na manhã  desta sexta-feira (26), em sua sede, em Florianópolis, mais uma edição do Debate CRCSC. Com o tema “Matriz de Saldos Contábeis – Dificuldades e avanços no processo de mapeamento e consolidação das contas públicas”, o evento teve a transmissão ao vivo pelo canal do Conselho no Youtube, com a participação de internautas, que após as apresentações, fizeram perguntas e esclareceram dúvidas. Cerca de 60 pessoas acompanharam a transmissão.

O presidente do CRCSC, Marcello Seemann, recebeu os palestrantes e aproveitou a ocasião para saudar todos os profissionais da Contabilidade pelo seu dia, comemorado em 25 de abril. “Estamos em um grande momento das Ciências Contábeis. Deixamos de ser apenas executores para ser pensadores da profissão, cada vez mais precisamos olhar para a Contabilidade como uma ciência, com pesquisa”, afirmou.

Seemann mais uma vez destacou a oportunidade que o Conselho oferece aos seus profissionais, por meio das iniciativas de Educação Continuada. “Temos como missão promover a qualificação dos profissionais e, ao fazer a transmissão e publicação das nossas palestras e debates, estamos garantindo que de qualquer lugar de Santa Catarina e do Brasil, um contador consiga se aprimorar”, reiterou.

Desmistificar a MSC

O evento teve como objetivo trazer esclarecimentos sobre os procedimentos da Matriz de Saldos Contábeis (MSC), que é o conjunto de informações de natureza contábil, orçamentária e gerencial necessária para a geração de relatórios fiscais e demonstrações contábeis. O modelo é considerado um avanço nos processos de consolidação contábil e estatística fiscal, pois elimina a digitação dos dados e as relações cruzadas.

O debate reuniu especialistas no tema: Cláudia Magalhães Dias Rabelo de Sousa, gerente de Normas e Procedimentos de Gestão Fiscal na Coordenação Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação; Maria Luiza Seemann, diretora de Contabilidade Geral da Secretaria de Estado da Fazenda e Dreone Mendes, presidente do Colegiado de Contadores Públicos da Associação de Municípios do Meio Oeste Catarinense.

O mediador da conversa foi Flávio George Rocha, gerente de Estudos e Normatização Contábil da Secretaria de Estado da Fazenda e assessor da área pública do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). “É um tema em voga na administração pública, uma nova forma do Governo Federal de capturar informações e prestar contas das finanças públicas, ou seja, é de interesse de todos aqueles que estão atuando no serviço público e precisam de capacitação no assunto”, argumentou Flávio.

Por ser um procedimento recente, instaurado em 2018, a Matriz ainda apresenta desafios na sua implantação. Para Cláudia, a intenção não foi criar mais uma obrigatoriedade do Tesouro Nacional e sim, aprimorar os processos e dar mais transparência nas prestações de contas. “Sabemos que ainda não é possível entregar 100% das informações, até mesmo por questões de mapeamento. Então estamos caminhando para a perfeição, ouvindo as dificuldades e pensando em novas possibilidades. Essa interação é muito importante para resolver as questões”, advertiu.

Na avaliação de Maria Luiza Seemann, o uso da Matriz está em construção. “Ainda pode parecer complexo visualizar todos os benefícios, mas certamente ela terá suas facilidades quando estiver funcionando em sua totalidade. O Estado continua trabalhando para melhorar e nossa intenção mais adiante é gerar todos os relatórios de forma automática e dar mais transparência às contas públicas,” avaliou.

Segundo Dreone, a situação se complica nas cidades pequenas. Os municípios não tem estrutura e pessoal para arcar com a complexidade da Matriz. O contador geralmente é multitarefa, faz licitação, patrimônio, prestação de contas públicas e demais atribuições, e não consegue tempo hábil para se adequar ao modelo.

“O futuro é promissor, mas para nossa realidade, ainda soa como mais um obrigatoriedade no cotidiano dos contadores”, argumentou. No entanto ele agradeceu a oportunidade de participar do evento. “Isso mostra que o CRCSC está ouvindo o contador que está fora dos grandes centros, integrando todas as partes interessadas nessa discussão e na solução dos desafios”, finalizou.

O vídeo completo do evento poderá ser acessado, em breve, no Canal do CRCSC no YouTube: youtube.com/eventoscrcsc.

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