A mamografia é o exame capaz de detectar lesões mamárias pequenas que ainda são assintomáticas e que não podem ser notadas nos exames físicos. É o principal exame para diagnosticar o câncer de mama. A dra. Vivian Milani, radiologista da FIDI, explica que este tipo de câncer tem até 95% de chances de cura se for precocemente detectado. “É o segundo tipo da doença que mais acomete mulheres no Brasil e no mundo. A melhor forma de se fazer essa prevenção é com a realização do exame de mamografia. Por isso é muito importante que as mulheres respeitem o período de retorno prescrito no laudo médico e busquem fazer este exame”, explica.
Para ajudar a quebrar alguns mitos, a especialista esclarece algumas dúvidas abaixo:
A mamografia causa desconforto e dor.
VERDADE. Durante o exame, as mamas são comprimidas e a mulher pode sentir dor e/ou um certo desconforto toleráveis, mas isso depende da sensibilidade individual. Algumas medidas podem ser tomadas para amenizar essa situação:
- Não realizar a mamografia nos dias que antecedem a menstruação, pois nesse período as mamas ficam mais sensíveis;
- Informar sobre sua sensibilidade à técnica que realizará o exame, pois ela poderá tornar o exame menos doloroso.
A radiação da mamografia é perigosa.
MITO. Embora a mamografia utilize raios X para formar a imagem da mama, estes são de baixa dose de radiação. Portanto, o risco associado à exposição à radiação é mínimo, principalmente quando comparado com o benefício obtido: a prevenção do câncer de mama.
O autoexame dispensa a mamografia.
MITO. O autoexame é importante para que a mulher conheça o próprio corpo e identifique se há algo diferente do habitual. Deve ser realizado mensalmente, após a menstruação. Se houver alguma alteração durante o autoexame, o médico deverá ser procurado. Os nódulos, a partir de um centímetro, dependendo da localização, podem ser percebidos ao toque. Já a mamografia é capaz de identificar alterações menores, com cinco milímetros, por exemplo, possibilitando tratamento do tumor nas fases iniciais de forma menos agressiva, reduzindo a morte por câncer de mama.
Não tenho histórico de câncer de mama na família, então não preciso fazer mamografia.
MITO. O fator genético é responsável por 15% dos canceres de mama. Portanto, a mamografia deve ser feita sempre que o médico solicitar.
Devo fazer a mamografia a cada seis meses.
MITO. De acordo com a Sociedade Brasileira de Radiologia e Sociedade Brasileira de Mastologia, recomenda-se que mulheres a partir dos 40 anos iniciem o rastreamento com mamografia anualmente. No entanto, se a mulher tiver fator de risco, como casos na família de câncer de mama ou ovário, pode ter benefício em iniciar o rastreamento antes dessa idade. Nesses casos, a idade de início deve ser indicada após avaliação médica. Normalmente é realizada 10 anos antes da idade que a familiar teve a doença. A partir dos 70 anos, a frequência de realização do exame dependerá do critério médico.
Não é necessária a utilização do protetor de tireoide durante a realização da mamografia.
VERDADE. A dose de radiação para a tireoide durante o exame é extremamente baixa: menor que 1% da dose recebida pela mama. A Comissão Nacional de Mamografia afirma que não recomenda o uso do protetor de tireoide porque ele “pode interferir no posicionamento da mama e gerar sobreposição – fatores que podem reduzir a qualidade da imagem, interferir no diagnóstico e levar à necessidade de repetições de exames”.
Mulheres que possuem prótese de silicone não podem realizar mamografia.
MITO. Não existe contraindicação na realização de mamografia por mulheres com próteses mamárias. Quando vão realizar a mamografia, geralmente é feito um posicionamento que deixa a mama e a prótese separadas na imagem do exame. Vale lembrar que no rastreamento mamográfico das pacientes com próteses, a rotina do exame são 8 imagens ao invés de 4 imagens (pacientes sem próteses). Pela realização de manobras específicas (manobras de Eklund) que tem por finalidade a avaliação do tecido mamário.
Sobre a FIDI
A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) existe há mais de 30 anos e é responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem na rede pública de saúde. Fundada em 1985 por médicos professores integrantes do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina – atual Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) –, a FIDI nasceu com o objetivo de prestar assistência à população, além de contribuir para o aprimoramento de médicos radiologistas por meio de programas de educação continuada, bolsas de estudo e cursos de especialização.
Com 2.500 colaboradores e um corpo técnico formado por mais de 500 médicos, a FIDI realiza anualmente 5 milhões de exames entre ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios X e densitometria óssea. Desde 2006, a FIDI deixou de ser Instituto e passou a ser denominada Fundação. Em 2009 ganhou status de Organização Social, expandido sua atuação e hoje está presente em 85 unidades de saúde nos estados de São Paulo e Goiás, além de ter participado da primeira Parceria Público-Privada de diagnóstico por imagem na Bahia.
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