“O que é original?” é o nome da exposição do artista Marcelo Conrado, uma realização do Museu Oscar Niemeyer (MON), que será inaugurada nesta quinta-feira, 11 de abril. Mais do que isso, a mostra também é uma indagação que o artista faz ao seu público, instigando uma discussão sobre o conceito de autoria na arte contemporânea. “Marcelo Conrado instiga a reflexão sobre o uso e o direito da imagem e esse é o papel do museu”, analisa Juliana Vosnika. “Conrado vem construindo sua carreira quase como quem faz uma escrita e vai relatando a memória”, diz o secretário de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Hudson José.
Artista formado no Centro Juvenil de Artes Plásticas de Prudentópolis, foi depurando seu estilo e tem duas fases distintas: a fase inicial cromática, com intensidade de cores, e a fase em preto e branco, onde ele consegue impor um novo percurso. “É um artista já reconhecido, mas que precisa ter suas obras revisitadas constantemente”, afirma o secretário.
Com propriedade, o artista questiona, através de sua obra, a autoria na arte. Doutor em Direito pela UFPR e professor da mesma universidade, Conrado explica que a exposição reúne reflexões próprias de suas duas vertentes profissionais: arte e Direito.
“Temos aqui uma discussão sobre os conceitos de autoria, anonimato, apropriação e originalidade na arte”, explica o artista. Para isso, ele utiliza 20 fotografias licenciadas de bancos de imagens, sobrepostas a frases anônimas, retiradas de pichações, redes sociais ou conversas casuais. “É um diálogo entre a apropriação de textos e imagens. Do duplo anonimato, das fotografias de banco de imagens e de frases, reivindico a autoria das obras”, informa.
Pinturas
Em outro espaço da exposição, Conrado apresenta ao público 13 pinturas em grandes formatos. Estas, por sua vez, ao serem produzidas, receberam influência de outros artistas, o que mantém vivo o questionamento central da mostra. No espaço dedicado às pinturas, a autoria se faz presente por meio da mão do artista. Aqui não é possível delegar, diferente da sala dedicada às fotografias, onde a autoria é evidenciada pela via da apropriação.
“Conrado se equilibra em duas vertentes. Na pintura, exercita sua expressão, emoção e subjetividade”, explica a curadora Maria José Justino. “A inclinação de Conrado pela fotografia e pela citação busca explorar outras possibilidades que os novos meios emprestam à arte”, afirma.
Ao se apropriar de ideias e citações, o artista alarga a fotografia e possibilita outro universo simbólico, novos sentidos a serem habitados, segundo informa a curadora.
A mostra conta ainda com um painel de LED com frases em movimento, que remete a locais públicos de grande circulação que utilizam tal ferramenta de comunicação. Ao final, uma obra interativa convidará o público a deixar contribuições para possíveis futuros trabalhos do artista.
Sobre o MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) pertence ao Estado do Paraná. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além da mais significativa coleção de arte asiática da América Latina. No total, o acervo conta com aproximadamente 7 mil peças, mantidas num espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, sendo 17 mil metros quadrados de área para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.
Serviço
“O que é original?” – Marcelo Conrado
Abertura: dia 11 de abril, às 19h, com entrada gratuita
Período expositivo: até 18 de agosto
De terça-feira a domingo, das 10h às 18h
Quarta-feira, entrada gratuita
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999
www.museuoscarniemeyer.com.br