Aprender a cultivar o próprio corpo, com finalidades de saúde, de lazer ou mesmo de guerrear, sempre foi uma preocupação instrucional. O esporte tem sido um dos mais importantes fenômenos socioculturais através dos séculos de nossa civilização; atualmente escolas de vários níveis têm se dedicado à prática desportiva, e toda a mídia do planeta presta especial atenção ao tema.
Este fato, evidentemente, tem permitido aprofundamentos não apenas pedagógicos, mas também sociais, políticos e científicos das diversas comunidades, em estudos que inserem e consolidam os eventos esportivos na esfera social.
O número de praticantes de atividades físicas tem crescido, e esta exposição auxilia o professor da área, pois a ciência do esporte conquista cada vez mais adeptos, não apenas de atletas das várias modalidades, porém também de estudiosos e pesquisadores, multiplicando e ampliando a tecnologia envolvida. A importância transcende a própria área, pois a Economia, a Arte e a Cultura recebem seus importantes reflexos.
Todas as civilizações praticaram, com maior ou menor grau de utilitarismo, as atividades físicas. Etruscos já exercitavam os duelos, Hititas conheciam e treinavam a natação, o remo e sobretudo a equitação. Chineses desenvolveram suas artes marciais, até hoje em franca expansão, a esgrima com sabres, o arco atingindo alvo; os Egípcios a corrida, alguns tipos de lutas, a natação, o remo, os jogos de bola e as corridas de carro. Japoneses levaram as Artes Marciais a um estágio de pura arte, de total e complexo domínio sobre si mesmo.
O humanismo foi, com certeza, um dos grandes marcos da cultura grega, na sua busca por ampliar o autoconhecimento e autonomia de seus cidadãos, e por isso seus jogos envolviam muitas cidades, num esforço de integração, eram festas religiosas e populares.
Os Gregos realizaram os Jogos Olímpicos originais, que têm este nome por serem celebrados na cidade de Olímpia, na Élida, num bosque sagrado a cada quatro anos, suas principais provas eram: luta, pugilismo, pentatlo, corrida de estádio, corrida de cavalos montados, corrida com armas, e muitas outras. Os vencedores eram considerados os preferidos dos deuses, e recebiam uma coroa de ramo de oliveira, além de outras honrarias.
Na era moderna, no século XIX, os jogos foram recriados, sendo os primeiros na própria Grécia. Hoje atletas olímpicos são grandes ídolos, e embora a obrigatoriedade de serem amadores, ganham verdadeiras fortunas principalmente com publicidade, ou seja, ainda parecem ser os preferidos das divindades…
Os antigos romanos não deram grande espaço aos esportes. Embora preservando o treinamento destinado ao esforço de guerra, valorizavam mais as termas, como espaços especializados em higiene corporal, e jogos destinados à diversão pública como o circo, no qual treinavam seus gladiadores para combates mortais.
Já na Idade Média e na Renascença pouca atenção foi dada a práticas esportivas, com exceção das violentas, como o Torneio Medieval, na realidade um enfrentamento corpo-a-corpo, adversários usando armas, e onde vencedores recebiam prêmios e os perdedores, muitas vezes, a própria morte.
O esporte considerado moderno tem como marco o ano de 1820, quando regras foram institucionalizados, e este foi considerado também um direito de todos: desde esta época todas as instituições de ensino têm preocupações no desenvolvimento da maior consciência corporal, até como meio de melhora do processo cognitivo.
Não somos apenas intelecto, somos essencialmente emocionais, e saúde depende de uma série de bons procedimentos que famílias transmitem pelo exemplo, e que escolas ilustram, esclarecem, melhoram.
Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil. – <wcmc@mps.com.br>