O papel do Gestor Escolar no Século XXI

Atualmente, muito se discute sobre o papel do gestor escolar, que pode ser compreendido em três pilares, a gestão pedagógica (Gpe), o principal foco da escola, a gestão administrativa (Gad), um ponto delicado e que requer atenção, já que sem controle de recursos, as demais áreas são afetadas, e, a gestão com a comunidade (Gcom), já que, o principal objetivo da escola é de formar cidadão e líderes, é fundamental que se conheça o contexto no qual estão inseridos. Porém, pesquisas recentes apontam que o trabalho do gestor é focado prioritariamente na esfera administrativa e a maior parte do seu esforço é aplicado nas atividades burocráticas e operacionais, e pouco tempo sobra para que ele invista em atividades, projetos e planejamentos voltados ao processo de aprendizagem e com a comunidade, ações que de fato otimizem a rotina da escola.

Gestão Pedagógica

A instituição costuma ter a personalidade e as características do seu gestor, e, já que o foco são os processos pedagógicos, é fundamental que o gestor seja ativo nessa esfera. Se a sua formação não é oriunda de uma licenciatura, é necessário buscar informações, além de contar com profissionais na sua equipe que dominem esse conhecimento. É imprescindível que o gestor monitore tudo, desde a elaboração até a implementação e controle dos processos, sempre conduzindo com liderança. A dica é separar um tempo para acompanhar essa dinâmica na prática, e não ficar preso somente aos momentos de reuniões. Visite a sala dos professores, troque ideias com a sua equipe e aproxime-se ao máximo da realidade da sua instituição e de como ela acontece. Conhecendo isto, você terá subsídios para compreender e deliberar com mais propriedade.

Gestão Administrativa

É nessa esfera que a maioria dos gestores acabam cometendo um erro, concentrando seus esforços em processos operacionais, delegando pouco e tomando o tempo que poderia ser aplicado em outras esferas da gestão. A dica é manter o controle dos processos e delegar a sua execução aos bons profissionais da sua equipe. Apenas delegue e acompanhe, pois, cada minuto poupado com tarefas operacionais, é um minuto a mais que você ganha para estar atento ao coração da escola, a (Gpe). Do que adianta você ter uma escola com um controle administrativo e financeiro excelentes, se os demais processos que são as premissas básicas para uma escola existir não estiverem de acordo? Então, delegue, administre, e foco no pedagógico.

Gestão com a comunidade

Mais do que receber as famílias ou chamá-las para reuniões, a grande sacada do gestor é promover espaço, encontros e ações que integrem a família e a comunidade com a escola. Torne-os a pertencentes ao âmbito escolar. Busque informações, tome ideias com outros colegas gestores com mais experiência, se atualize, é preciso tornar-se um gestor líder e conhecer as ferramentas certas para criar esse envolvimento. Compreender o contexto local, lhe dará bases para direcionar seus processos.

E tempo para tudo isso, existe?

É elementar que o tempo será um grande desafio a ser superado, portanto, planeje. Crie um cronograma, distribua suas ações, ajuste e busque o equilíbrio. Para corroborar esta ideia, trago um fato, certa vez na palestra do ex-treinador de vôlei Bernardinho, ouvi a seguinte frase: “o bom líder faz o que é certo, não o que é adequado”. Portanto, conhecendo o contexto da sua escola, você irá tomar a decisão correta, algumas vezes, precisará seguir os seus instintos e pôr-se à prova, contudo, se conhecer de fato sua realidade e estiver convicto das suas ações, você está no caminho certo. O bom líder tem que se colocar a frente, ser a referência e ter segurança para que sua equipe acompanhe e se envolva nas ações com a mesma intensidade.

Para fecharmos esta ideia, vale a pena refletir que estes três pilares da gestão escolar tornam-se cíclicos, partindo do ponto que a escola tem como principal foco formar cidadãos (Gpe), que por sua vez precisam ter seus processos administrativos e financeiros equilibrados (Gad), que precisa de referências externas como base, inclusive apoio de infraestrutura e financeiro, que deve ser buscado fora do âmbito escolar, na comunidade (Gcom), e que é fundamental para uma boa (Gpe), já que serve de alicerce para direcionarmos a formação e o desenvolvimento pautados em suas demandas, consolidando o início de um novo ciclo de ajustes, novos projetos e parcerias que promovam uma boa gestão e o dia a dia da escola flua com mais facilidade.

*Josemary Morastoni é pedagoga, especialista em formação de professores e Coaching Educacional, mestre e doutoranda em Educação e diretora da Faculdade Positivo Londrina.

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