Estudo indica que o público feminino se incomoda mais com os sintomas do que os homens e ainda têm maior conhecimento sobre a doença, que acomete 20 milhões de brasileiros²
De acordo com a pesquisa “Mapa dos problemas digestivos do Brasil”, conduzida pela GFK e encomendada pela Takeda, farmacêutica com mais de 237 anos de história e líder de mercado na área de gastroenterologia, o percentual de mulheres que se queixam dos sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é mais que o dobro do que de homens: 38% contra 16%¹.
Porém, de acordo com o Dr. Décio Chinzon, doutor em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), não há nenhuma explicação científica para as mulheres terem os sintomas mais enfatizados quando é feito o diagnóstico de DRGE e atribui a maior queixa desse público com o fato de irem mais atrás de auxílio médico do que os homens na presença dos sinais da doença.
“As mulheres tendem a procurar mais o médico quando sentem algum tipo de desconforto, até porque, elas são orientadas desde muito jovens a serem acompanhadas por um especialista. Por este fato, acredito que conheçam mais sobre a Doença do Refluxo Gastroesofágico ou tenham tido algum contato com o tema“, ressalta o médico gastroenterologista.
A pesquisa traz ainda um alerta importante: apesar de 45% das mulheres conhecerem ou já terem ouvido falar sobre a DRGE, a enfermidade é desconhecida por 60% dos brasileiros. O índice é mais agravante na proporção jovem, pois 74% das pessoas entre 18 e 24 anos nunca sequer ouviram falar da doença¹.
Ainda é preciso destacar que alguns fatores, como a obesidade, podem desencadear os sintomas, especialmente, no público feminino. De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos (EUA) com 10.545 mulheres, submetidas a questionários sobre sintomas de DRGE e a medidas de peso e altura, demonstrou relação direta entre o índice de massa corpórea (IMC) das participantes e a presença de refluxo gastroesofágico. Quanto maior o IMC, maior foi a prevalência e a frequência de sintomas de refluxo. Mesmo em mulheres com o índice dentro da faixa de normalidade (18,6-24,9 kg/m2) um aumento maior que 3,5 pontos no IMC poderia causar ou exacerbar estes sintomas².
“Estamos falando de uma doença crônica e não de um sintoma e, por isso, ainda existam certas dúvidas. A Doença do Refluxo Gastroesofágico ocorre quando o fluxo de parte do conteúdo do estômago retorna para o esôfago. Este refluxo pode provocar vários sintomas, como a azia e a regurgitação. Em alguns pacientes, dor torácica, faringite, tosse, asma brônquica, disfonia (alteração ou enfraquecimento da voz) e pigarro também são manifestações encontradas”, explica Dr. Décio Chinzon.
Principais achados da pesquisa “Mapa dos problemas digestivos do Brasil”¹
· 1 em cada 11 entrevistados já teve algum sintoma gástrico nos últimos seis meses;
· Quase metade da população (48%) teve sintomas gastroesofágicos nos últimos 6 meses.
· Cerca de 1/3 deles não tomou nenhuma atitude diante da crise, apenas esperou que ela passasse. E a mesma proporção fará isso novamente quando a próxima crise surgir.
· As mulheres podem apresentar maior sensibilidade aos sintomas e costumam consultar médicos com maior periodicidade. Assim, o percentual de mulheres que se queixam que o refluxo afeta muito o bem-estar (notas 9-10) é mais que o dobro do percentual de homens que fazem a mesma declaração: 38% x 16%;
· 68% dos médicos entrevistados concorda que a qualidade de vida é o aspecto mais impactado pela DRGE;
· Mais de 1/3 das queixas nos consultórios de médicos de diversas especialidades (gastroenterologistas, clínicos gerais, e otorrinolaringologistas) é relativa a problemas gastroesofágicos: médicos afirmam que, em média, 38% das queixas têm esta relação. No caso dos gastroenterologistas, o índice sobe para 70%.
· Mudança de hábitos e de vida: o grande desafio para médicos e pacientes no tratamento de queixas gastroesofágicas. 84% dos profissionais afirmam que a mudança de hábitos é o 1º passo no tratamento da DRGE leve (esse número cai ligeiramente para 68% e 62% respectivamente nos casos moderados e graves), mas as declarações dos pacientes indicam que a mudança é complexa. Somente 1 em cada 9 entrevistados (11%) deixou de consumir refrigerantes e bebidas gaseificadas após a última crise, e apenas um em cada 8 (12%) deixou de comer frituras e alimentos ricos em gordura.
Referências bibliográficas
1.GFK. Patient Journey. 2018
2.Jacobson BC, Somers SC et al.: Body-mass index and symptoms of gastroesophageal reflux in women. New Engl J Med 2006; 354(22):2340-8.
Sobre a pesquisa
A pesquisa “Mapa dos problemas digestivos do Brasil” é uma realização da GFK, encomendada pela marca Dexilant®, da farmacêutica Takeda, a fim de mapear a incidência de problemas digestivos no Brasil. Foram realizadas 1.773 entrevistas por telefone, em todo o Brasil, no mês de agosto de 2018. A amostra foi selecionada com cotas por sexo (52% feminino e 48% masculino), idade (pessoas com média de 40 anos), classe (68% pertencem à classe C, 28% à B e 4%, à classe A) e região. Destes, 60% são atendidos pelo SUS, 28% possuem convênio médico ou plano de saúde e 11% buscam a saúde particular. <paloma.costoya@ketchum.com.br>