Programa Liberdade Construída: empresa terceiriza mão de obra de monitorados

Além de um salário mínimo nacional, os monitorados reduzem um dia de suas penas a cada três dias trabalhados

Ressocializar e dar a chance de uma nova vida aos monitorados. Esse é o objetivo do programa Liberdade Construída, criado em 2008 pelo Grupo Risotolândia em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania e o Departamento Penitenciário Nacional (SEJU/DEPEN).

No início do programa e até o primeiro semestre de 2019, a empresa – especializada em refeições coletivas – empregava detentos do regime semiaberto: eles vinham diariamente do Complexo Penal Agro Industrial à empresa, trabalhavam e, no final do dia, retornavam ao presídio. No entanto, a partir de 03.06.19 o programa passou a beneficiar os monitorados, aqueles que podem ficar em suas casas e que usam tornozeleiras eletrônicas. No novo molde das atividades, eles vão de suas residências à sede do Grupo Risotolândia, em Araucária-PR, trabalham no setor de higienização dos utensílios, como caixas isotérmicas usadas para o transporte da alimentação e voltam para suas casas no fim do dia.

Programa Liberdade Construída: empresa terceiriza mão de obra de monitorados

Para irem até a empresa, os 23 monitorados que participam do projeto atualmente, recebem vale-transporte, um salário mínimo nacional, uniforme igual aos demais colaboradores e também refeição para esse período: um lanche e um almoço. Além disso, a cada 3 dias trabalhados os apenados reduzem 1 de suas penas. Para alguns dos detentos que participaram do projeto, os benefícios foram ainda maiores no decorrer do mesmo: o de um emprego depois da liberdade. Alguns deles já foram contratados pela Risotolândia e fazem parte do quadro pessoal do Grupo.

Para Carlos Humberto de Souza, Diretor Presidente Da Risotolândia, o Liberdade Construída é uma oportunidade de um recomeço. “Os monitorados estão ainda mais próximos de suas liberdades e nós, como empresas, precisamos dar o exemplo e quebrar o preconceito de que eles não podem estar na sociedade. Eles precisam e merecem essa chance de ressocializar e recomeçar suas vidas. São colaboradores engajados e comprometidos com a possibilidade de fazer tudo diferente, de fazer a oportunidade valer a pena”, complementa.

O Diretor Presidente ainda disse que, com os monitorados, o programa apenas mudou o foco dos atendidos, mas que o trabalho e o respeito na empresa permanecem os mesmos. Além disso, a redução de turn-over nessa área, a partir da mão de obra dos monitorados, é um dos diferenciais do programa ao Grupo.

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