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Com apoio da ONU Mulheres, documentário revela dados inéditos sobre masculinidade no Brasil

Com apoio da ONU Mulheres, documentário revela dados inéditos sobre masculinidade no Brasil

Ser homem no Brasil é muito mais amplo e plural do que muita gente pensa. As masculinidades pela visão de mais de 40 mil pessoas, entre homens e mulheres brasileiras, são abordadas por pesquisa nacional, que é antecipada pelo trailer do documentário “O silêncio dos homens”, disponível no canal do youtube do Papo de Homem. Os dados da pesquisa completa serão divulgados na segunda quinzena de agosto. Estudo e audiovisual são resultado do trabalho de quase um ano desenvolvido por mais de 30 pessoas e viabilizado por Natura Homem e Reserva sob a liderança do Instituto PdH — braço de pesquisa do site PapodeHomem, com foco em estudos e desenvolvimento em florescimento humano — e a Zooma Inc, com apoio da ONU Mulheres Brasil por meio do movimento ElesPorElas HeForShe.

O estudo revela que em cada dez homens, sete afirmam terem sido ensinados na infância e na adolescência a não demonstrar fragilidade. A cada dez homens, sete lidam com um distúrbio emocional, em algum nível. “Uma das frases que mais escuto nas rodas de homens que conduzo por todo o país é que eles não têm nada para falar. Mas se o grupo permanece atento ao silêncio que vem a seguir, algo especial pode acontecer. Impulsionado pelo círculo de confiança à sua volta, a barragem se rompe. O silêncio é quebrado”, diz Guilherme Valadares, fundador do PapodeHomem e coordenador da pesquisa. Para ele, o mundo emocional de boa parte dos homens é um vulcão prestes a explodir e, por isso, é fundamental ir além, mapeando soluções e sonhando novas masculinidades possíveis.

Ainda segundo a pesquisa — que ouviu mais de 40 mil pessoas no Brasil inteiro — a participação masculina em grupos que discutem o que é ser homem ainda é tímida: um em cada dez homens participa ou participou de grupos de homens e um em cada dez tem interesse em participar de grupos, apontando que há uma grande oportunidade de abertura para o diálogo. Pensando nesse público, além da pesquisa — que terá base de dados 100% pública por meio de convênio com o Consórcio de Informações Sociais (CIS) da USP — o Instituto PdH irá disponibilizar gratuitamente um livro-ferramenta com mapeamento das principais iniciativas que trabalham com a transformação das masculinidades e um guia de como criar um grupo de homens.

“A parceria com o PdH para a produção de ‘O silêncio dos homens’ nunca foi opção e sim obrigação para nós. É um orgulho que o Brasil esteja envolvido neste diálogo global e tão necessário que é a masculinidade. E este não é apenas um documentário, é um serviço de utilidade pública. Que sirva para começar a quebrar este tão barulhento silêncio”, afirma Rony Meisler CEO do Grupo Reserva.

Desde a infância, a masculinidade é definida por meio de padrões impostos pela sociedade. Assim, meninos não podem chorar e demonstrar sentimentos. É um aprisionamento, vivido em silêncio, que pode gerar homens emocionalmente frágeis, afetivamente rígidos e muitas vezes violentos. O impacto disso na sociedade é terrível. A pesquisa endossa a urgência para se romper essa barreira e abrir o diálogo para que a masculinidade possa ser expressa em plenitude, livre de julgamentos”, diz Maria Paula Fonseca, diretora da Marca Natura.

Com previsão de lançamento para final de agosto, o PapodeHomem lança, em parceria com a Monstro Filmes, o documentário O Silêncio dos Homens, que tem como meta convidar os espectadores masculinos a quebrarem seus silêncios, se juntando a grupos de homens que já existem ou iniciando os seus. O PdH sonha com a possibilidade de que possa surgir um grupo de transformação das masculinidades em cada um dos 5.570 municípios do país. Espaços que encorajem homens a abrirem seus corações e assumirem a responsabilidade pelo cultivo de um futuro mais igualitário, saudável e benéfico.

A iniciativa também conta com apoio institucional da ONU Mulheres, parceira estratégica na aspiração do Instituto de trabalhar cada vez mais próximo a escolas e instituições de ensino por meio do movimento ElesPorElas HeForShe. “As mulheres vêm destacando como os homens precisam agir para eliminar as desigualdades com base em gênero e promover os direitos de mulheres e meninas. Isso implica reposicionamento das masculinidades e a construção de novas atitudes e modos de agir dos homens nas relações entre homens e mulheres com base na igualdade. É isso o que o movimento ElesPorElas HeForShe segue trabalhando em todo o mundo com homens e mulheres”, afirma a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino.  <priscila@falacriativa.com.br>

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