Um estudo inédito que propõe solução para a queda das mamas após a cirurgia de mastopexia de aumento – feita geralmente para corrigir a flacidez nas mamas pelo excesso de pele – foi apresentado pelo cirurgião plástico curitibano, Adel Bark Junior, no Congresso Internacional de Cirurgia Plástica, realizado no final do mês de junho, em Cartagena, Colômbia.
O caimento natural dos seios com o passar dos anos, após a mamoplastia de aumento, é chamado tecnicamente pelos cirurgiões de ptose mamária.
A ptose ocorre devido ao peso das mamas e ao fator gravitacional, denominado na física como momento – que é a relação entre o peso e a distância deste peso ao ponto de ancoragem.
“Apresentamos uma técnica cirúrgica de sustentação das mamas, na qual diminuímos determinada parte do tecido mamário existente e compensamos com um maior volume de implante mamário atrás do músculo peitoral. Este tecido mamário reduzido é, então costurado ao músculo peitoral para evitar sua queda”, explica o cirurgião plástico Adel Bark Junior.
Segundo ele, no mesmo estudo foi calculado o volume mamário e o momento gerado por este volume, caso o implante seja colocado na frente do músculo e atrás do músculo.
Em comparação com as técnicas cirúrgicas existentes, o estudo revelou um aumento do momento gravitacional de 42% na técnica submuscular e de 395% na técnica subglandular em relação a técnica proposta, comprovando fisicamente uma diminuição do efeito da gravidade e, por consequência, muito provavelmente da ptose pós-operatória.
FÓRMULA FÍSICA EXPLICA – Na tese apresentada pelo cirurgião brasileiro foi realizado um estudo volumétrico das mamas, calculado o volume do tecido mamário e o momento gerado pela ação da gravidade, para mamas com o mesmo tamanho final. Foram analisadas três situações: com um implante retroglandular, com a técnica submuscular convencional e com a técnica proposta.
Para chegar a esta conclusão, utilizando a técnica apresentada, 98 pacientes foram submetidas a mamoplastia de aumento – entre janeiro de 2018 e março de 2019.
“Uma vez que o implante que está atrás do músculo peitoral é sustentado pelo mesmo e não cai ao longo dos anos, o cálculo do momento foi feito para o tecido que está na frente do músculo”, ressalta Adel Jr.
O estudo traz uma nova perspectiva para mulheres que, com o passar dos anos, com ou sem implantes mamários, apresentam queda das mamas mas, desejam obter um colo mais marcado, “mais artificial”.
Haverá a substituição de parte do tecido mamário por um implante mamário de maior tamanho, a fim de compensar o tecido mamário reduzido, que sofre os efeitos da gravidade, por um que será segurado pelo músculo peitoral. <andreza@comunicore.com.br>