O número de crianças e adolescentes de cinco a 19 anos obesos em todo o mundo aumentou 10 vezes nas últimas quatro décadas. Quatro países das Américas, entre eles o Brasil, estão entre os 10 no ranking de obesidade mundial. Segundo dados do Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional, a cada ano, o número cresce em 3,6 milhões de pessoas, tornando a obesidade a maior ameaça nutricional na América Latina e no Caribe. Recentemente, o Ministério da Saúde alertou que crianças obesas têm mais chances de virar adultos obesos.
De acordo com o cirurgião endoscopista Helmut Poti, as políticas de estímulo ao hábito saudável devem aliar ações de alimentação e atividade física desde a infância. “Os pais precisam estar mais atentos nas alimentações das crianças, senão isso pode se transformar em um grande problema no futuro. Observamos cada vez mais adultos obesos e com problemas de saúde, o que acarreta também em prováveis procedimentos futuros para reduzir o estômago”, disse.
A obesidade infantil é uma epidemia global, atingindo cerca de 40 milhões de crianças de 0 a 5 anos, que já sofrem com situação de sobrepeso, destacou a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer, em último encontro que discutiu a problemática, em junho deste ano.
Redução em crianças, pode?
O cirurgião endoscopista Helmut Poti afirma que não é o mais adequado crianças realizarem procedimentos cirúrgicos, mas em certas ocasiões de casos extremos, as cirurgias e técnicas já podem ser consideradas opções. “Operações como o bypass gástrico podem ser utilizadas em casos mais críticos e encorajar pais a submeterem suas crianças aos procedimentos, a fim de afastá-las de um futuro com doenças graves decorrente da obesidade”, conclui.
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