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Procura pela vacina contra o HPV cresce 185% em Curitiba, principalmente entre as mulheres

Quase 570 mil novos casos de câncer de colo do útero foram diagnosticados só em 2018 em todo o mundo. No Brasil, esse tipo de câncer é o terceiro tumor maligno mais frequente entre as mulheres e a quarta causa de morte delas por câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A vacina contra o HPV é o principal meio de evitar a doença, conforme reforça o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desde 2014, o Ministério da Saúde disponibiliza essa vacina no Sistema Único de Saúde (SUS), porém, apenas para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. No entanto, o médico infectologista Jaime Rocha lembra que a bula prevê a proteção de mulheres entre 9 e 46 anos e homens entre 9 e 26. “Essa idade pode se estender a critério médico, independentemente de já ter iniciado a vida sexual ou não”, garante.

Esse é um dos muitos mitos que rodeiam o assunto. Rocha, que também é diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba e responsável pela Unimed Laboratório, reforça a orientação de que a vacina pode ser indicada, inclusive, após o diagnóstico de alguma doença por HPV.

Em Curitiba, elas são as mais protegidas

Sensibilizada com os altos índices da doença, a Unimed Curitiba lançou neste ano uma campanha de vacinação contra o HPV e passou a oferecer a dose da vacina por um valor mais acessível aos beneficiários Unimed Curitiba (enquanto durarem os estoques) que se imunizarem na Unimed Laboratório. Entre janeiro e junho de 2019, houve um aumento de 185% no número de doses aplicadas pela Unimed Laboratório, em relação ao mesmo período do ano anterior. Destas, 65% foram para mulheres e 35% para homens.

Os números mostram, ainda, que 91% dos vacinados estavam fora do grupo alvo de vacinação do SUS, o que demonstra um aumento na conscientização em relação à importância da vacina, segundo Rocha. “O HPV é um dos vírus com maior taxa de oncogenicidade, ou seja, risco de formação de câncer. Como o câncer de colo do útero é o mais conhecido, as mulheres ainda são as que mais se vacinam”, justifica o médico.

Porém, ele lembra que a vacina contra o HPV está associada também a outras enfermidades, como o câncer de laringe, câncer de canal anal e de pênis, entre outros. “Sem falar nas verrugas que, além do inconveniente, aumentam as chances de surgimento de outras Doenças Sexuais Transmissíveis (DSTs)”, completa. Para o médico, a população, de forma geral, ainda tem pouco conhecimento sobre a vacina, além de muito preconceito. “Não há vírus na vacina, não existe qualquer chance de doença pela vacina e nem complicações que as pessoas citam nas redes sociais”, alerta.

Como e onde tomar a vacina contra o HPV em Curitiba

A Unimed Laboratório disponibiliza a vacina contra HPV na Megaunidade, localizada na Avenida Iguaçu, aos valores de R$ 284 a dose (para beneficiários Unimed Curitiba, enquanto durarem os estoques) e R$ 340 (particular). “As vacinas ainda são a mais importante forma de proteção, além da escolha de parceiros e sexo seguro. Caso o paciente seja exposto ao vírus, o anticorpo presente na vacina pode combatê-lo antes que se estabeleça”, explica Rocha.

O Ministério da Saúde possui um protocolo próprio no qual considera duas doses suficientes. A Unimed Laboratório, porém, segue a bula do fabricante da vacina e os estudos registrados na Anvisa, que recomendam três doses – um esquema adotado no mundo todo. A segunda com um intervalo de 30 a 60 dias e a terceira seis meses após a primeira.

<greyci@nqm.com.br>

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