A cistite, uma das inflamações mais comuns no mundo, acomete milhões de pessoas todos os anos. E, no inverno, o número de casos dispara, uma vez que as pessoas acabam ingerindo menos líquidos e, consequentemente, urinando com menos frequência. Essa simples situação que passa despercebida pode evoluir para uma inflamação, uma infecção no sistema urinário e/ou outras complicações.
Não há uma relação casual direta, mas certos comportamentos aumentam o número de casos da doença. Geralmente, a doença é causada pela bactéria Escherichia Coli, que está presente no intestino e é muito importante para a digestão. Mas outros micro-organismos também podem ocasionar a doença. “A história de que ficar com os pés descalços no frio também é um agravante não passa de lenda. Essa relação não tem comprovação cientifica”, alerta a médica nefrologista da Fundação Pró-Renal, Luciana Cardon.
De acordo com a médica, quando a cistite é de causa infecciosa, por bactérias ou fungos, temos uma infecção urinária. “Se não houver o tratamento precoce da cistite bacteriana ou fúngica, esta infecção pode subir até os rins e causar o que chamamos de Pielonefrite, podendo ocasionar redução no seu funcionamento agudamente ou deixar cicatrizes”, afirma. Luciana também alerta que quanto mais infecções, maior probabilidade de sequelas nos rins. Sintomas como febre, micção frequente e dores nas costas, nas laterais ou na região genital são um alerta.
Dor e forte odor são alguns dos sintomas
Desejo de urinar com frequência, sensação de queimação ou ardência ao urinar, presença de sangue na urina, turva ou com cheiro forte, dor ou desconforto na região pélvica e febre baixa (inferior a 38 graus) são alguns dos sintomas ocasionados pela infecção. “Vale dizer que algumas cistites causam pouco ou nenhum sintoma. Tendo qualquer sintoma, o médico deve ser procurado para não ocorrer complicações, como a Pielonefrite”, ressalta a nefrologista da Fundação Pró-Renal.
O risco da cistite aumenta quando a pessoa ingere pouca água, urina raramente, é sexualmente ativa (e não usa preservativo), usa diafragma para controle de natalidade, está grávida (a condição muda o corpo da mulher), possui sistema imunológico baixo (imunodeprimidos e diabéticos), sofre obstruções ao fluxo de urina ou/e faz uso prolongado de cateteres no trato urinário.
A cistite é mais comum em mulheres, por razões anatômicas, por serem sexualmente ativas ou após a menopausa, por redução de estrogênio – que protege a uretra contra bactérias – e traumatismos. Mas homens e crianças também estão propícios a desenvolver a infecção. É importante, caso a pessoa tenha esses sintomas, ir até a unidade de atendimento hospitalar mais próxima e procurar por atendimento médico.
Algumas dicas de como evitar a cistite
Ingerir boas quantidades de líquidos diariamente, urinar após as relações sexuais, evitar reter a urina na bexiga por muito tempo e não utilizar roupas íntimas muito apertadas e que evitam a transpiração. No caso das mulheres, não usar absorventes internos e trocar os externos com frequência, para reduzir a umidade local. Já os homens, devem seguir as mesmas dicas e verificarem a saúde da próstata anualmente. <jessica@iemecomunicacao.com.br>