Em 2019, aproximadamente 289.700 pessoas já morreram por doenças cardíacas, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. No próximo domingo, dia 29 de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Coração, e com ele se intensificam os alertas para as doenças do coração, que são a principal causa de morte no Brasil: uma morte a cada 40 segundos, 350 mil a cada ano. A data é para lembrar que muitas mortes podem ser evitadas com medidas preventivas e acompanhamento médico. Segundo o cardiologista João Vitola, presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), a hipertensão arterial e os níveis inadequados de colesterol e diabetes são os principais fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardíacas, mas muitas pessoas não medem com regularidade a pressão e os níveis de glicose e colesterol no sangue. Esses fatores causam a aterosclerose, placas de gordura que podem diminuir o fluxo sanguíneo para o coração ou mesmo obstruir as artérias a qualquer momento. “A aterosclerose é silenciosa e é uma das maiores causas de morte do mundo. Muitas vezes, o primeiro sintoma que aparece já é fatal, como AVC (Acidente Vascular Cerebral), chamado de “derrame”, ou infarto do coração conhecido como “ataque cardíaco”, alerta.
Fazer exercícios físicos, não fumar e ter uma alimentação balanceada ajudam a ter uma vida mais saudável e a evitar esses problemas cardíacos. “As pessoas, muitas vezes, buscam uma ‘pílula mágica’ que resolva todos os seus problemas de colesterol, pressão alta e diabetes; porém, se o paciente adota hábitos saudáveis, deixa de fumar, controla o peso e faz atividade física, ocorre uma significativa melhora da saúde, da autoestima e da qualidade de vida. Quem passa por essa experiência, não quer voltar ao que era antes”, afirma o cardiologista e diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Silvio Henrique Barberato.
O check-up regular é outra medida importante para manter o coração saudável. Por meio dele, o cardiologista pode diagnosticar os fatores de risco ou problemas cardíacos, que não apresentam sintomas na sua maioria, possibilitando um tratamento mais precoce e evitando complicações mais sérias. “É recomendado fazer um check-up regularmente a partir dos 40 anos, mas essa idade é só uma marca, que pode ser alterada dependendo do caso. Pacientes com risco muito alto, como, por exemplo, uma família em que todos enfartaram com 30 ou 40 anos, devem começar as avaliações cardiológicas muito mais cedo”, ressalta o cardiologista Rodrigo Cerci, diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre mortalidade por doenças cardiovasculares
• Em 2019, aproximadamente 289.700 pessoas já morreram por doenças cardíacas;
• mais de 30% dos óbitos registrados no Brasil são devido a doenças cardiovasculares, sendo, assim, a principal causa de mortes no país;
• as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de mil mortes por dia;
• as doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes em relação a todos os tipos de câncer juntos, 2,5 vezes mais mortes que acidentes e a violência, três vezes mais que doenças respiratórias e seis vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS;
• a hipertensão arterial é responsável por 40% dos infartos;
• 67% das pessoas não sabem quais são as suas taxas de colesterol;
• diabéticos sofrem risco duas a quatro vezes maior de ter uma doença cardiovascular.