Articulação política da ONG conquista mais uma importante vitória
Foi instalada ontem a Frente Parlamentar de Prevenção à Prematuridade no RS na Assembleia Legislativa do Estado. Presidida pelo deputado Dr. Thiago Duarte (DEM), a frente é fruto da articulação política da Associação Brasileira de Pais, familiares, cuidadores e amigos de bebês prematuros – ONG Prematuridade.com e tem como objetivo a mudança de fluxo, a melhoria da assistência e a diminuição da prematuridade no Rio Grande do Sul.
Dentre as ações concretas pelas quais a frente trabalhará estão à ampliação dos leitos em UTIs neonatais, a liberação do acesso dos pais 24 horas na UTI, a amamentação dos prematuros, a doação de leite materno, a participação multidisciplinar no atendimento humanizado, a qualificação das equipes de saúde, campanhas de prevenção e a ampliação da licença maternidade.
Com indicadores acima da média nacional para nascimentos prematuros, 12,1% dos partos realizados no estado são prematuros. Para o deputado Dr. Thiago Duarte (DEM), presidente da Frente, “a Prematuridade está diretamente relacionada com a falta de planejamento familiar. Diminuir a prematuridade significará diminuir a mortalidade infantil, e é isso que perseguiremos”.
Participaram do Lançamento da Frente os deputados Dr. Thiago Duarte, Franciane Bayer (PSB) e Tiago Simon (MDB), além de representantes da Defensoria Pública do Estado, Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Conselho Federal de Medicina, Sociedade de Pediatria do RS, Secretaria Estadual de Saúde, Grupo Hospitalar Conceição, profissionais da saúde e estudantes da UniRitter.
Denise Suguitani, fundadora e diretora-executiva da ONG Prematuridade.com, disse na ocasião: “é uma importante vitória estarmos reunidos hoje para tratar desse tema. Os dados são muito alarmantes, temos muito trabalho a fazer. Tem muita coisa já dando certo e o trabalho da associação vem justamente para agregar no que está dando certo e sugerir melhorias no atendimento tanto dos bebês, quanto das famílias, bem como na questão da prevenção”.
O impacto da prematuridade no Estado
De acordo com dados recentes da ONG, o período médio de internação de bebês prematuros na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal logo após o nascimento é de 51 dias, o que representa um elevado custo para o sistema de saúde. Soma-se a isso ainda o elevado custo do tratamento multidisciplinar necessário após a alta, que em caso de deficiência grave tem um custo direto em saúde na ordem de quase R$ 3 milhões por criança até os 20 anos de idade, de acordo com o Dr. Gabriel Variane, membro do Painel de Especialistas responsável pela Estimativa de Utilização de Recursos e Custos Médicos Diretos no Manejo das Complicações Relacionadas ao Mau Gerenciamento da Temperatura em Neonatos com Risco de Asfixia Perinatal, sob a Perspectiva do Sistema de Saúde Suplementar.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), em 2018 nasceram 140 mil bebês no Rio Grande do Sul, o que, de acordo com a média do estado, representa 16.940 bebês prematuros. Apenas com a primeira internação na UTI Neonatal após o nascimento, os custos poderiam ultrapassar R$ 807 milhões por ano, de acordo com um estudo realizado na Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis (MT), apresentado noXXIV Congresso Brasileiro de Custos de 2017 e que apontou que a média de custos diários por paciente na UTI Neonatal é de R$ 934,48.