Foi aprovada, no último dia 11 de setembro, a incorporação de ustequinumabe no Sistema Único de Saúde com a atualização do PCDT (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) para tratamento de psoríase moderada à grave. O imunobiológico da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, será uma importante opção para pacientes que falharam à terapia com medicamentos anti-TNF ou que apresentem alguma contraindicação a esta classe.
A psoríase é uma doença crônica e inflamatória[1] conhecida por causar lesões na pele que descamam e causam grande incomodo físico e psicológico, afetando a autoestima e a confiança dos pacientes. No Brasil, mais de 3 milhões de pessoas convivem com a doença[2].
Para os pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais, os medicamentos imunobiológicos são fundamentais: “A incorporação pelo SUS dessa classe de medicamentos mais modernos tem uma importância vital para a melhoria do bem-estar físico e psíquico dos pacientes”, afirma o Dr. Ricardo Romiti, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e responsável pelo Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da USP (HC-FMUSP)[3]. “Sem dúvida, essa nova diretriz possibilitará que o manejo da psoríase seja realizado da forma mais eficaz possível alcançando um maior número de pacientes”, completa.
“Tratamentos biológicos, como o ustequinumabe, são compostos por moléculas complexas, produzidas a partir de células vivas por meio de técnicas de biotecnologia. São medicações eficazes ao combater quadros mais complexos da doença, em que outras terapias não fazem o efeito desejado”, explica o especialista. O tratamento adequado é a única forma de minimizar os efeitos negativos da doença na vida dos pacientes: as lesões representam um grande incômodo para os pacientes pois podem tomar conta de órgãos visíveis, como braços, pernas, tronco e couro cabeludo.
Com o avanço de pesquisas e estudos sobre a doença, chegaram ao mercado novas classes de biológicos que agem bloqueando de forma específica a reação inflamatória, como “mísseis teleguiados” sobre as chamadas interleucinas. O especialista explica que esses medicamentos “são opções inovadoras, extremamente eficazes e seguras, e que oferecem alta porcentagem de regressão das lesões de pele. Isso porque elas atuam diretamente nessas citocinas que promovem a ação inflamatória causadora das lesões de psoríase”[4].
“A falta de conhecimento, o medo infundado de contágio e o próprio preconceito pela doença ainda são uma realidade do dia-a-dia das pessoas com psoríase, levando-as ao isolamento. Consequentemente, as relações sociais, a autoimagem e a autoestima também são prejudicadas pela doença”, relata o médico. Fato que se traduz em números: quase 70% dos pacientes são acometidos por patologias psicológicas, como ansiedade (39,7%) e depressão (27,1%), segundo o estudo APPISOT, publicado no Journal of Dermatological Treatment.[5]
Sobre ustequinumabe
Ustequinumabe é um anticorpo monoclonal totalmente humano e inibidor seletivo das interleucinas IL 12 e 23. O medicamento é indicado no tratamento da psoríase em placa, moderada a grave, em adultos que não responderam, que têm uma contraindicação ou que são intolerantes a outras terapias sistêmicas[6]. Os principais riscos dos medicamentos biológicos são o surgimento de infecções ou reativação de infecções latentes. As reações adversas mais comuns identificadas com o uso do medicamento são nasofaringite e cefaleia.
O medicamento também é indicado para pacientes adultos com artrite psoriásica ativa e para o tratamento da Doença de Crohn ativa de moderada a grave. <amanda.carvalho@littlegeorge.com.br>