Cerca de 80% dos surdos têm dificuldade em ler e escrever uma língua e, por isso, dependem da experiência visual com libras para comunicação
Dados da Organização Mundial da Saúde alertam que 900 milhões de pessoas no mundo poderão ter surdez até 2050. Isso representa quase o dobro do número atual e traz um grande alerta para maiores desafios no que se refere a falta da audição, deficiência que requer condições especiais para os portadores. A plataforma Hand Talk, aplicativo premiado pelo Google em R$5 milhões de créditos e consultoria do Google Cloud – que também já foi apontado pela ONU como o melhor “APP” social do mundo – afirma que “cerca de 80% dos surdos tem dificuldade em ler e escrever a língua escrita de seu país, pois a experiência de comunicação deles é extremamente visual”, assim como a Língua de Sinais.
A Hand Talk surgiu em 2012 e foi criada para traduzir/converter, em tempo real e de forma automática, os conteúdos digitais de texto e áudio para a Língua Brasileira de Sinais – Libras. As atuais opções oferecidas pela plataforma são duas: um aplicativo para tablet ou smartphone e uso individual ou um tradutor para sites, que pode tornar os conteúdos acessíveis para os surdos automaticamente. A plataforma tem a ajuda do Hugo, intérprete virtual em 3D que faz a tradução, ou seja: enquanto os vídeos e textos estão rolando por uma página, o Hugo está traduzindo simultaneamente no canto inferior direito da tela.
Desde a sua criação, o Hugo vem chamando a atenção de muitas pessoas físicas e empresários, que já contam com esse serviço de inclusão e acessibilidade nos seus portais. Esse é o caso do Grupo Risotolândia, empresa paranaense especializada em refeições coletivas, que acaba de inserir a Hand Talk em sua Universidade Corporativa – a UCR. De acordo com Kamille Dantas, gerente de RH do Grupo, as marcas da empresa são responsáveis pela produção de mais de 550 mil refeições diárias e, para isso, contam com um quadro de quase 5 mil colaboradores. “Temos uma equipe muito grande, nos seis estados que atuamos. E, cada um de nossos profissionais tem suas características e necessidades. É nosso dever atender a todas essas demandas. Estamos otimistas com a “amizade” entre e o Hugo e nossa equipe”, diz.
A gerente ainda complementa que além de agregar valor ao relacionamento com o colaborador, é lei. Está firmado na lei brasileira de inclusão nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que “sítios da internet” mantidos por empresas com sede no país devem garantir acesso às informações disponíveis para uso da pessoa com deficiência. “É exatamente isso que estamos fazendo com a ajuda do Hugo. Além de incluir o portador de surdez na UCR, estamos incentivando que os colaboradores ouvintes do Grupo se familiarizarem com as Libras, valorizando essa importante linguagem”, finaliza Kamille.