A diretoria da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou, na tarde desta terça-feira (26 de novembro), os dados conjunturais da indústria de máquinas e equipamentos. O destaque ficou para o cenário de forte expansão das importações com crescimento de 21%, no ano de 2019. Os destaques ficam para o setor de componentes, que saltou de US$ 3,6 bilhões para US$ 5,1 bilhões, e o setor de mineração, cuja importação passou de US$ 200 milhões para US$ 860 milhões.
Boa parte do crescimento das importações é em função das alterações legais decorrentes do Repetro Sped, que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil.
As importações de máquinas e equipamentos de origem chinesa tiveram forte aumento 63,3%, na passagem de setembro para outubro de 2019. No ano, o destaque continua sendo os Estados Unidos, que mantiveram a primeira posição entre as principais origens de máquinas e equipamentos, registrando no período um aumento de 46% em relação ao ano anterior.
Já as exportações, que em 2018 tiveram papel fundamental para melhora das vendas, este ano foram freadas por um cenário mundial em desaceleração. A queda foi registrada, tanto em relação ao mês anterior (-11%), como sobre outubro de 2018 (- 21,1%).
De acordo com a diretoria da Abimaq, ainda que o câmbio, ao redor de R$/US$ 4 tenha proporcionado melhora nos retornos financeiros dos exportadores de máquinas e equipamentos, o cenário internacional em desaceleração vem inviabilizando o aumento das vendas, principalmente nos países da América do Latina, alguns da Europa e na China.
A América Latina, que no passado superou a marca de 50% das aquisições do setor, neste ano teve sua participação deteriorada por conta da retração das atividades, em diversos dos seus países. Na Argentina, a queda das exportações foi de 36%, no Paraguai de 27% e no Chile de 10%. Houve queda ainda nas vendas para o México, Colômbia, Bolívia, Equador e Uruguai.
NUCI – Sobre o Nível de Utilização de Capacidade Instalada, passados dois anos do encerramento da recessão econômica, que levou ao sucateamento e encolhimento do estoque de capital brasileiro, a indústria de máquinas e equipamentos ainda atua com ociosidade de quase 25% nos seus fatores de produção. Por outro lado a carteira de pedidos registrou melhora de 14,1%, em relação ao mês de setembro, e de 2,3%, em relação ao mesmo mês de 2018, sinalizando uma melhora nas encomendas de bens não seriados.
Emprego – Em 2019, o setor manteve suas contratações e em outubro, ainda que tenha registrado queda de 0,4% em relação ao mês anterior (setembro), o setor4 atuou com 306.310 pessoas. Em relação ao número de pessoas ocupadas no final do ano passado, este número foi 1,8% superior, equivalente a seis mil trabalhadores adicionais na indústria de máquinas.