Se você tem dores no ombro, sabe muito bem que os desconfortos te acompanham nas tarefas do dia a dia, como na rotina de afazeres caseiros, se apoiar nas barras do transporte público e até nas práticas esportivas. Todas as atividades que exigem força, movimentação ou simplesmente a manutenção dos braços acima da cabeça tornam-se desgastantes. Apesar de tudo isso, é possível seguir com a rotina, mesmo que a incremente com um ou outro tipo de analgésico.
Um dos problemas mais comuns, que por gerar dores sem tanta intensidade permite que o indivíduo “carregue com a barriga” a situação, é a síndrome do manguito rotador. O Dr. Layron Alves, ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo explica que esse tipo de dano, dos casos mais leves aos mais intensos, surge do desgaste dos músculos que rodeiam o ombro e dão a estabilidade e sustentação aos ossos da junção com o braço e, normalmente, essa lesão está associada à repetição de movimentos. “Os pacientes que têm este problema, costumam apresentar sintomas como dor no ombro, fraqueza ou dificuldade para elevar o braço e diminuição da força. E para o tratamento, costuma-se indicar repouso, fisioterapia, aplicação de gelo, anti-inflamatórios e até, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos”, ressalta.
Outra patologia comum é a luxação recidivante, que é causada, majoritariamente, por impactos, choques ou uso incorreto ao fazer levantamento de algum peso, ações que “tiram o ombro do lugar”. Nesses casos, a dor é mais forte, e pode exigir que o médico o recoloque no lugar com manobras específicas ou por meio de cirurgia como artroscopia, segundo o especialista. “Apesar das luxações acontecerem após uma ação específica, há pessoas propensas por terem a articulação frouxa, facilitando o deslocamento e separação dos ossos. Mas independente do caso, a luxação recidivante é uma patologia que o diagnóstico não deve ser postergado, pois a não procura pelo tratamento pode levar mais episódios de luxação, o que agrava os sintomas, facilitando o aumento de repetições e a facilidade também que o ombro sai do lugar, além de causar erosões ósseas e nas cartilagens da articulação do ombro”, reforça o especialista.
Apesar de apresentarem gravidades diferentes, as patologias estão associadas ao enfraquecimento dos músculos que cercam os ombros. Enquanto a lesão do manguito rotador é mais comum em pessoas de idade mais avançada, cuja rotina conta com muito esforço do ombro, a luxação acontece mais com jovens, pois estão mais propensos aos impactos e ainda não atingiram a maturidade muscular. “É muito importante trabalhar em prol do fortalecimento e alongamento dos ombros, assim como de todas as regiões do corpo. Essa é uma região fundamental para as práticas do cotidiano, e não pode ser ignorada quando se busca mais rigor físico, tampouco quando surgem as primeiras dores. Procure um médico o quanto antes”, finaliza o ortopedista.
Dr. Layron Alves é ortopedista e especialista em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP. Atualmente mestrando e doutorando em Ciências da saúde e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC. augusto.cesar@medellincomunicacao.com.br