O boletim divulgado no início da semana pela Secretaria da Saúde do Paraná registrava 10.882 casos de Dengue no Estado – 3.264 a mais do que o anterior. Os registros são de 198 municípios e representam um aumento de 42,82% em uma semana. Ao todo, sete pessoas já morreram, sendo cinco somente nos últimos sete dias.
São 34 municípios em situação de epidemia: Braganey, Juranda, Nova Cantu, Peabiru Quinta do Sol, Douradina, Diamante do Norte, Guairaçá, Inajá, Paraíso do Norte, Paranavaí, Santa Isabel do Ivaí, Tamboara, Ângulo, Colorado, Doutor Camargo, Floraí, Paranacity, Uniflor, Florestópolis, Sertaneja, Guaíra, Bandeirantes, Ivaiporã, Jesuítas, Barbosa Ferraz, Iretama, Alto Paraná, Paranapoema, Munhoz de Melo, Lupionópolis, Jacarezinho, Quatro Pontes, Godoy Moreira. Além destas, outras 26 cidades estão em situação de alerta.
Além de maior esforço no que diz respeito à prevenção – eliminando os focos de água parada, usando repelente, preferindo roupas claras e compridas, protegendo a casa e organizando corretamente o lixo -, especialistas recomendam atenção aos principais sintomas da doença. “Se a pessoa apresentar febre de início súbito com duração de até sete dias, além de cefaleia, dor no fundo dos olhos, dor muscular ou articulações e fraqueza, já pode ser considerado como quadro suspeito de dengue”, explica Jaime Rocha, médico infectologista responsável pela Unimed Laboratório e diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba.
É nesta fase que o diagnóstico acontece por meio da avaliação física, conversa com o paciente e a realização de exames laboratoriais. Segundo Daiane Cristina Gallo, supervisora da área de produção da Unimed Laboratório, o exame Antígeno NS1 permite diagnóstico precoce da doença a partir do primeiro dia de febre. “Este exame realiza a pesquisa do antígeno NS1 – uma proteína presente na fase inicial da infeção – e é capaz de consolidar o diagnóstico da dengue nos primeiros cinco dias da doença. O ponto positivo é que o resultado sai rapidamente, em no máximo 48 horas”.
Segundo Rocha, em casos confirmados da doença, outros exames podem auxiliar no diagnóstico. “O hemograma, por exemplo, serve para informações sobre a gravidade do quadro, recomendado no processo de triagem para definir o estado do paciente – grave, intermediário e leve”. É importante lembrar que passada a fase febril, após três ou cinco dias, o caso tende a evoluir para a cura ou agravar a doença, apresentando alguns sinais de alerta, como dor abdominal intensa, – vômitos persistentes, queda da pressão arterial, sangramento das mucosas – ouvido, nariz e gengiva -, sonolência, agitação ou confusão mental.
A respeito do aumento expressivo no número de casos, o médico lembra que existem três pontos principais que podem impactar no cenário: o ambiente, as pessoas e os vetores. “Como temos muitos casos, as pessoas consideram já terem contraído a doença e acabam descuidando da prevenção. Ou seja, esquecem que existem quatro tipos de Dengue e que ficam normalmente imunes apenas a um tipo, o contraído. Com isso, por acharem que não estão mais suscetíveis, descuidam do o ambiente, tornando-o mais propício para a proliferação dos mosquitos – que seguem circulando de um ano para o outro”, lembra.
Para reforçar a prevenção, vale lembrar que as principais medidas são:
- Elimine os focos de água parada
Segundo as autoridades brasileiras, a principal forma de prevenir as doenças é combater o mosquito que transmite o vírus. Para isso, é necessário eliminar todos os possíveis focos de reprodução do Aedes aegypti. O mínimo de água pode virar um foco da doença, já que o mosquito depende dela para colocar seus ovos. Isso inclui vasos de plantas, poças de água da chuva no quintal ou na calçada e privadas sem tampa. Também é importante manter a limpeza das calhas em dia e cobrir os reservatórios de água e piscinas.
- Use repelente
Para evitar ser picado pelo mosquito, a melhor estratégia é passar repelente em todas as partes expostas do corpo. Segundo recomendação do O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) o ideal é usar repelentes à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) ou icaridina. A orientação é que se aplique o repelente regularmente, várias vezes ao dia. Vale lembrar que o filtro solar deve ser aplicado antes do repelente para não mascarar os efeitos preventivos.
- Prefira roupas claras e compridas
O ideal é usar roupas claras e que deixem poucas partes do corpo expostas. Calças e camisetas de manga comprida podem evitar as picadas.
- Crie uma casa “à prova de mosquito”
Especialistas recomendam criar uma casa “à prova de mosquitos” com o simples hábito de dormir atrás de “barreiras físicas”, como portas fechadas, janelas vedadas e telas de mosquito.
Durante a noite, um mosquiteiro também pode ser uma proteção extra. Porém, não se pode esquecer que o Aedes aegypti costuma agir mais durante o dia, ou seja, cuidado deve ser permanente.
- Organize o lixo
O lixo doméstico também pode se tornar um terreno fértil para os mosquitos, pois podem acontecer acúmulos de água nele. É importante mantê-lo organizado em sacos plásticos, sempre fechados. Pneus velhos e restos de materiais de construção também devem ser removidos dos quintais.
andressa@nqm.com.br