Valor, que é 49% maior do que o de 2019, leva em conta o PIB Industrial diário e a quantidade de dias parados devido a datas comemorativas e emendas de fins de semana ao longo do ano
Os feriados e pontos facultativos nacionais de 2020 podem fazer com que a indústria do Paraná deixe de faturar até R$ 4,57 bilhões ao longo do ano. A estimativa, feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), leva em conta a previsão do PIB Industrial total do estado, o número de folgas que cairão em dias de semana e também as possibilidades de emendas com fins de semana.
Para este ano, tomando como base o Valor da Transformação Industrial medido pelo IBGE, a Fiep estima que o PIB Industrial paranaense seja próximo de R$ 88,7 bilhões, resultando em aproximadamente R$ 352 milhões por dia útil. Como serão dez feriados nacionais em dias de semana – sem contar feriados estaduais e municipais –, as perdas alcançariam R$ 3,52 bilhões no ano.
“Um único dia corresponde a praticamente 5% da produção mensal de uma indústria”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Portanto, quando essa empresa tem um dia a menos de atividade, está deixando de produzir e, consequentemente, de faturar e até de gerar impostos”, completa.
Quando se consideram ainda que três dos feriados deste ano caem em terças ou quintas-feiras, possibilitando que muitas atividades sejam paralisadas por mais um dia, o valor total que a indústria paranaense deixaria de faturar pode chegar a R$ 4,57 bilhões, o que representaria mais de 5% do PIB Industrial do estado no ano. O montante é 49% maior do que a estimativa de perdas causadas pelos feriados nacionais em 2019, calculada em R$ 3,07 bilhões. Isso porque, no ano passado, foram sete feriados em dias de semana e apenas dois que permitiam emendas, totalizando nove dias, quatro a menos do que em 2020.
O economista da Fiep, Evânio Felippe, explica que os valores podem variar pelo fato de que indústrias de determinados setores – como siderúrgico, petroquímico e automotivo, entre outros – nem sempre interrompem suas atividades mesmo em feriados. “Ainda assim, por questões legais, essas empresas precisam arcar com custos extras para manter a produção nos feriados, o que acaba impactando em seus resultados”, afirma.
Carlos Valter acrescenta que uma solução para amenizar as consequências do excesso de dias parados é a negociação entre empresas e funcionários para a adoção de planos de compensação dos dias parados. Essa possibilidade passou a ser permitida pela Reforma Trabalhista e pode minorar as perdas. “A indústria brasileira já sofre com custos excessivos que impactam no preço final dos produtos e comprometem sua competitividade. Especialmente neste momento em que o país ainda busca uma retomada mais intensa de sua economia, é preciso pensar em medidas que reduzam esses custos e aumentem a produtividade das empresas”, afirma o presidente da Fiep.