O sinal mais importante relacionado ao câncer de endométrio, sem dúvida é o sangramento. Mulher no período da pós-menopausa que apresente sangramento uterino anormal deve ser investigada criteriosamente em busca de exclusão de diagnóstico oncológico, pela alta possibilidade de ter câncer de endométrio. Essa é a conclusão de artigo publicado na revista Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O objetivo do estudo (encontrar a relação entre sangramento, espessamento endometrial e obesidade no diagnóstico do câncer de endométrio na paciente na pós-menopausa) dá-se num contexto em que o câncer de endométrio é o terceiro câncer ginecológico mais frequente em mulheres no Brasil, sendo que o sangramento uterino anormal e o espessamento endometrial são as apresentações mais comuns da doença.
A pesquisa é um estudo retrospectivo no qual foi realizado o levantamento de dados das pacientes na pós-menopausa submetidas à curetagem uterina de prova (CUP) devido à queixa de sangramento anormal e/ou apresentarem espessamento endometrial, no Hospital de Clínicas da UFPR, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014.
Das 157 pacientes na pós-menopausa avaliadas, foram diagnosticados 33 casos de câncer de endométrio e dois de sarcoma. Da amostra total (157), 112 apresentavam espessamento endometrial e sangramento, 40 somente espessamento e 5 somente sangramento. Das 112 com sangramento e espessamento, foram encontrados 31 (27,7%) casos de câncer de endométrio. Das 40 que apresentavam apenas espessamento, uma (2,5%) apresentou câncer.
Das 5 que apresentavam sangramento isolado, foi diagnosticado um caso de câncer de endométrio (20%). A incidência de câncer de endométrio também mostrou relação com o aumento de IMC (com maior incidência acima de 25) e com o nível de espessamento endometrial a partir de 15mm.
O artigo, intitulado” Relação entre o espessamento endometrial e o sangramento uterino anormal no diagnóstico de câncer de endométrio em pacientes na pós-menopausa”, de autoria de Carmen Mayanna Jamur, Grace Kelly Rodrigues e Eduardo Schunemann Junior, está acessível, gratuitamente, na íntegra, em https://doi.org/10.26432/1809-
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