Pesquisa da Yale School of Public Health publicada no American Journal of Psychiatry em outubro do ano passado mostrou que procura por tratamento para transtornos como ansiedade e depressão diminui consideravelmente entre indivíduos transgêneros que realizam cirurgia de redesignação sexual.
Publicado em outubro na revista médica American Journal of Psychiatry, o estudo foi o primeiro do tipo a analisar o efeito a longo prazo da terapia hormonal e da cirurgia de redesignação sexual na saúde mental de indivíduos transgêneros. Ao revisar 10 anos de dados médicos da população sueca os pesquisadores observaram que, embora a maior parte dos indivíduos transgêneros que fizeram a cirurgia de redesignação sexual também tenham realizado terapia hormonal, apenas a terapia hormonal não foi capaz de reduzir a procura por tratamento para transtornos mentais. Em contrapartida, entre os indivíduos que passaram pela cirurgia de redesignação sexual a procura por tratamento para transtornos como ansiedade e depressão teve redução de 8% a cada ano após o procedimento. “No caso, as cirurgias de redesignação do sexo masculino para o sexo feminino podem incluir a amputação do pênis e a construção da vagina, implante de próteses de silicone nas mamas e redução do pomo de adão para tornar a voz mais aguda. Já na redesignação do sexo feminino para o sexo masculino, as cirurgias incluem remoção dos seios, reconstrução dos genitais e até lipoaspiração. Além disso, muitos pacientes optam por cirurgias faciais para uma melhor harmonia”, explica o Dr. Mário Farinazzo.
O estudo em questão também apontou que pessoas transgêneros, quando privadas da oportunidade de realizarem a cirurgia de redesignação sexual, são seis vezes mais propensas a desenvolverem ansiedade e a tentarem suicídio do que a população geral. “Além da questão da saúde mental, a negação da cirurgia de redesignação sexual para pessoas transgêneros também aumenta a probabilidade dessa população de buscar tratamentos alternativos extremamente prejudiciais, incluindo o uso não supervisionado de medicamentos hormonais e a realização cirurgias plásticas e procedimentos estéticos de alto risco, como a implantação de próteses de silicone de baixa qualidade por profissionais não especializados”, alerta o cirurgião plástico. “É visível então como a cirurgia de redesignação não é apenas uma questão de opção para pessoas transgêneros, mas sim uma questão de saúde pública que ainda precisa de muita atenção”, diz o Dr. Mário Farinazzo.
O médico alerta, no entanto, que o paciente deve procurar um cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tirar suas dúvidas antes do procedimento, para que tenha uma ideia dos resultados da cirurgia.
FONTE: DR. MÁRIO FARINAZZO, cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rhinoplasty™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Foi coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya-SP até junho 2019 e opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros. www.mariofarinazzo.com.br
Estudo: https://ajp.psychiatryonline.
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