Os cistos nos ovários, os miomas uterinos e a endometriose estão entre as doenças ginecológicas mais frequentes na população feminina brasileira. O grande problema é que, em muitos casos, o diagnóstico pode demorar anos, o que afeta a qualidade de vida da mulher e causa complicações graves, como a infertilidade. Para explicar melhor, os ginecologistas e obstetras credenciados da Paraná Clínicas, Dr. Wallace Viana e Silva e Dr. Rafael Pazello, construíram um pequeno guia sobre essas três doenças:
CISTO DE OVÁRIO
O que são os cistos?
“Muita gente acha que cisto é uma doença e na grande maioria das vezes não é”, explica Dr. Wallace. De acordo com o médico, cada ovulação nasce de um pequeno cisto que, por volta do 13º dia do ciclo menstrual, será liberado pelo ovário para fecundação. Quando essa liberação falha, o cisto permanece no ovário, originando o problema.
Quais são os sintomas dos cistos?
Em muitos casos, a paciente não apresenta sintomas, mas o principal indicativo dos cistos nos ovários é a irregularidade menstrual. “A dor só aparece caso eles aumentem muito de tamanho ou ocorra algum sangramento em função do rompimento desses pequenos cistos”, indica Dr. Wallace.
Com funciona o diagnóstico e o tratamento dos cistos?
Apesar de não apresentarem grande risco, “existem cistos que inspiram cuidados e precisam ser observados”, ressalta Dr. Wallace. Nesse caso, é preciso fazer o acompanhamento periódico com o ginecologista, com exame físico e ecográfico. Na maioria dos casos, os cistos simples de ovário tendem a se dissolver sozinhos, mas o tratamento clínico pode ser feito com base em anticoncepcionais.
MIOMA UTERINO
O que são os miomas?
Os miomas são nódulos que se formam nas paredes do útero, atingindo a parte muscular do órgão. Segundo Dr. Wallace, até 50% das mulheres têm miomas após os 40 anos de idade.
Quais são os sintomas dos miomas?
“É um tipo de tumor benigno que pode gerar um sangramento excessivo durante a menstruação, com coágulos, e que, se não tratado, pode fazer com que a mulher permaneça mais dias menstruada do que sem sangramento durante o mês”, explica Dr. Wallace. Além disso, causa cólica, dor pélvica e no momento da relação sexual, e pode levar a um quadro de anemia pelo alto volume de sangue perdido.
Com funciona o diagnóstico e o tratamento dos miomas?
Sem forma de prevenção dos miomas, o acompanhamento de rotina com o ginecologista ganha importância adicional. “A identificação precoce depende de uma boa conversa com o médico. Em caso de suspeita, um exame de ultrassom pode auxiliar no diagnóstico definitivo”, acrescenta Dr. Rafael. “A retirada ou do mioma ou do útero é o tratamento definitivo, mas não é indicado para todas as pacientes. Vai depender da idade, da resposta aos tratamentos clínicos e do desejo de ter filhos”, completa Dr. Wallace.
ENDOMETRIOSE
O que é a endometriose?
De acordo com Dr. Wallace, a endometriose se caracteriza pela presença de focos de células menstruais fora do útero. “Ao invés do sangue descer para o absorvente, ocorre um refluxo, o que faz o sangue voltar pelas trompas e se depositar nos ovários, nas próprias trompas e até mesmo nas paredes intestinais ou da bexiga”, detalha.
Quais são os sintomas da endometriose?
“O principal sintoma é a cólica menstrual. Entretanto, existem outros importantes como dor ao evacuar, dor durante a relação sexual e infertilidade”, indica Dr. Rafael que ressalta ainda que todos esses quadros tendem a piorar durante a menstruação.
Como funciona o diagnóstico e o tratamento da endometriose?
A endometriose atinge cerca de 10% da população feminina e leva em média de 9 a 10 anos para ser diagnosticada. “Muitas vezes a doença é silenciosa, mas existem casos em que a reclamação da paciente não é ouvida ou é menosprezada”, pontua Dr. Rafael. Segundo ele, é preciso investir no diálogo, no exame físico e na investigação dos sintomas associados. O tratamento é cirúrgico, feito por videolaparoscopia, e consiste na completa retirada dos focos de endometriose que estão danificando tecidos de outros órgãos como os ovários e a bexiga, por exemplo. “Mas é uma doença crônica e não existe cura”, conclui Dr. Rafael.
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