Conheça três procedimentos para tratar varizes na veia safena, problema que causa danos à circulação

Cirurgia convencional, termoablação ou espuma densa? Entenda como funcionam os procedimentos mais comuns para tratar varizes que surgem na veia safena.

Temidas por muitos, as varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas que provocam alterações no relevo na pele, tornando-se visíveis. Dessa forma, as varizes, inicialmente, são problemas mais estéticos do que realmente prejudiciais à circulação. “Porém, as varizes podem causar danos à circulação quando atingem veias mais internas e calibrosas, como a veia safenaque é considerada a principal veia do sistema venoso superficial. Logo, quando as varizes surgem nesse tipo de veia seu tratamento é fundamental e indispensável para evitar complicações”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Hoje são muitos os procedimentos disponíveis para o tratamento da veia safena, sendo que cada um deles é indicado após avaliação atenta do médico do quadro de saúde e condições do paciente.

No Brasil, um dos procedimentos mais comuns realizados para tratar o problema é a safenectomia convencional, cirurgia onde um pequeno aparelho chamado fleboextrator é inserido por meio de incisões na virilha e na altura do joelho ou tornozelo, sendo guiado pela perna até alcançar a veia safena. Em seguida, esse aparelho é removido juntamente com a veia. “A cirurgia já é um método consagrado no tratamento da veia safena, pois proporciona bons resultados e possui baixa taxa de complicação. O problema é que o procedimento, por ser um tanto agressivo, possui uma recuperação mais difícil, podendo causar cicatrizes e uma maior quantidade de hematomas e, consequentemente, manchas pós-procedimento”, destaca a médica. O procedimento hoje não é considerado a melhor opção de tratamento para o problema, sendo ainda muito realizado por ter cobertura da grande maioria dos convênios.

Geralmente, os métodos mais indicados para o tratamento da veia safena são aqueles que funcionam através da tecnologia de termoablação. “Sem a necessidade de cortes e podendo ser realizado sob anestesia localem alguns casos, nesse tipo de procedimento realiza-se um pequeno furo na perna por onde é inserida uma fibra que é guiada por ultrassom até alcançar a virilha. Em seguida, essa fibra é conectada a um equipamento de laser ou radiofrequência que gera calor para cauterizar a veia, sendo em seguida reabsorvida pelo organismo”, afirma a angiologista. Por ser menos agressivo que a cirurgia convencional, o método de termoablação possui recuperação mais tranquila e com menor taxa de complicações. O único problema é que a maioria dos convênios ainda não prevê cobertura para esse tipo de procedimento.

Outra opção para o tratamento da veia safena é a aplicação de espuma densa. Nesse método, de acordo com a Dra. Aline, uma mistura de ar ambiente com polidocanol é inserida na veia através de seringas. Conforme a espuma entra em contato com a parede do vaso, a substância cria um processo inflamatório intenso que forçará a cicatrização da veia, tornando-a um cordão fibroso desconectado da circulação. O tratamento ainda pode ser associado à termoablação ou cirurgia convencional para potencialização dos resultados. “Apesar de possuir uma recuperação tranquila e um custo consideravelmente baixo, o procedimento é mais propenso à formação de manchas e também tem altas taxas de recanalização, ou seja, a veia pode reabrir com o tempo, necessitando de um novo tratamento. Mas a aplicação de espuma densa ainda é uma boa opção por ser um método menos invasivo e que não necessita de internação hospitalar, sendo assim indicado para pacientes com doenças avançadas ou que possuem uma grande quantidade de veias tortuosas na perna que dificultam a navegação dos outros métodos”, completa a médica.

Além desses métodos comumente utilizados no Brasil, o avanço das pesquisas nas áreas de angiologia e cirurgia vascular levou ao surgimento de novidades no tratamento da veia safena. “Fora do país atualmente é utilizado um sistema não-térmico que fecha a veia por meio de um adesivo patenteado que é injetado em seu interior.  Até o momento o procedimento demonstrou resultados excelentes e é uma das promessas para o futuro da cirurgia de varizes, principalmente por eliminar o risco de lesão do nervo associado a certos procedimentos térmicos. Porém, o procedimento ainda precisa evoluir com mais estudos sendo realizados para avaliar sua eficácia e complicações antes de chegar ao Brasil”, diz a especialista. Por fim, a Dra. Aline Lamaita ressalta que ao perceber o surgimento de varizes nas pernas o mais importante é que você consulte um cirurgião vascular, já que apenas ele poderá escolher o tratamento ideal para você levando em consideração fatores como o calibre e a localização da veia e o tom de pele e o quadro de saúde do paciente.

FONTE: Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/

 paula.amoroso@holdingcomunicacoes.com.br

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