De acordo com a Allot, com 230 milhões de smartphones ativos no Brasil, a evolução do machine learning e dos algoritmos abre uma janela de oportunidades para novas ameaça virtuais
A Inteligência Artificial está cada vez mais presente em nossas vidas, começando pelos ambientes domésticos com uso crescente de assistentes de voz e dispositivos conectados e continuando com sua participação empresarial. “A onipresença do machine learning no nosso dia a dia pode se tornar uma forte ameaça cibernética se não tivermos os mecanismos de proteção adequada”, explica Thiago Souza, responsável pela operação da Allot no Brasil.
De acordo com um estudo recente da Juniper Research o gasto total de operadoras em soluções de Inteligência Artificial (IA) deve ultrapassar US$ 15 bilhões até 2024; subindo de US$ 3 bilhões em 2020. A pesquisa identifica soluções de otimização de rede e mitigação de fraudes como os serviços baseados em IA mais procurados nos próximos quatro anos.
Para se ter uma ideia do perigo iminente, uma startup chamada Lyrebird criou um algoritmo capaz de imitar a voz de qualquer pessoa e aprender a falar da mesma maneira, usando as mesmas expressões verbais. Essa funcionalidade, baseada em Inteligência Artificial, foi constatada pelo uso de um algoritmo que imitou os últimos presidentes dos Estados Unidos. Se os hackers usassem um algoritmo para criar bots que imitam pessoas com mais precisão, poderiam acessar banco de dados pessoais, senhas, contas bancárias ou os dados de cartões de crédito de milhares de pessoas.
Dados da FGV-SP indicam que hoje temos 230 milhões de smartphones ativos no Brasil, mais do que um aparelho por brasileiro. E os modelos mais recentes estão adotando Inteligência Artificial com novos chips que estão sendo desenvolvidos. Como resultado dessa adoção, o dispositivo pode interpretar certas ações repetidas de seus proprietários para prever a demanda de uso e serviços. Essa funcionalidade também pode ser explorada por criminosos.
Ao mesmo tempo que que a IA mapeia nossas vidas com informações sobre horários, preferências de compras ou restaurantes visitados, gerando algoritmos para nos oferecer produtos e serviços adequados às nossas necessidades, os hackers também podem fazer uso dessas informações para assumir o controle dos smartphones ou assumirem nossas identidades.
A comunicação com serviços bancários ou e-commerces por meio de aplicativos mobile ou web vem sendo realizada por mensagens de texto e respondidas em primeira instância por chatbots. Essa mesma técnica vem sendo adotada por muitas empresas pela metodologia de Inbound Marketing, que gera conteúdo específico e personalizado para seus clientes, distribuídos por sistemas de Inteligência Artificial. Estima-se que neste ano ocorram mais ataques por violações de segurança exploradas nessas plataformas do que a criação de sites falsos orientados a phishing.
“A inteligência artificial será cada vez mais usada pelos criminosos, seja pela democratização dessas ferramentas ou pela disponibilidade de informações sobre produtos de segurança, permitindo que algoritmos descubram automaticamente novas formas de ataque. A Inteligência Artificial e o Machine Learning, que vêm aprimorando os negócios de muitas empresas, também deverão aprimorar uma nova geração de ataques, cada vez mais inteligentes e sofisticados”, afirma Thiago Souza.