Pacientes infectados por Covid-19 e portadores de doenças cardiovasculares podem ter taxas de mortalidade em torno de 10%. Apresentam maiores taxas de mortalidade também os diabéticos, pessoas com doença respiratória crônica, hipertensos e pacientes com câncer.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), diante do anúncio pela Organização Mundial da Saúde de pandemia para o novo coronavírus (Covid-19), comunica a seus associados e à população em geral os riscos associados a essa infecção, sobretudo para enfermos que são acometidos por doenças cardiovasculares.
Segundo a Dra. Ludhmila Abrahão Hajjar, diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da SBC e professora da disciplina de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), são esses os pacientes que têm maior chance de se contaminar com o novo coronavírus, e que apresentam maiores taxas de mortalidade associadas à doença. De fácil transmissão, o Covid-19 tem letalidade média de 2% a 3,5%. Entretanto, nesses doentes, que representam por volta de 40% da população brasileira, pode atingir taxas de até 10,5%.
Na sequência, apresentam maiores taxas de mortalidade os diabéticos (7,3%), pessoas com doença respiratória crônica (6,3%), hipertensos (6%) e pacientes com câncer (5,6%).
Dentre as complicações cardiovasculares, chama a atenção a elevada incidência de arritmias cardíacas, que podem ocorrer em 15% a 20% dos pacientes. Infartos agudos do miocárdio ocorrem em aproximadamente 8% dos infectados. A miocardite (inflamação aguda do músculo cardíaco) ocorre entre 5% e 10% dos pacientes.
Dados publicados essa semana em periódicos médicos importantes como o New England Journal of Medicine, o Lancet e o JAMA, demonstraram que na China, os pacientes graves pioraram entre o 9º e o 12º dia e que 30% a 50% evoluíram para óbito por complicações cardiovasculares, infecciosas e renais entre o 14º e o 20º dia da infecção.
Dessa forma, a SBC reitera que pacientes cardiopatas devem ser conduzidos de acordo com as atuais diretrizes vigentes, assegurando o melhor tratamento disponível para essas enfermidades crônicas. E, diante da pandemia atual, é fundamental a adoção sistemática de todas as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde, e a busca precoce por assistência médica em caso de surgimento de sintomas.
Buscando uniformizar as informações a respeito da infecção pelo novo coronavírus, a segurança, e a qualidade no cuidado do paciente e dos profissionais de saúde, a SBC publicou aos médicos associados um documento baseado na melhor evidência disponível até o momento e na opinião dos especialistas. O material tem como objetivo auxiliar o profissional de saúde no manejo dos pacientes, em concomitância ao cumprimento das recomendações do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais. Acesse aqui a íntegra do material.
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