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Déficit visual pode ser sinal de tumor na hipófise

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgou um alerta em que 70% dos pacientes diagnosticados com tumor na hipófise apresentaram algum grau de déficit visual. A constatação ocorreu no Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, em que os enfermos com a perda de visão progressiva, sem diagnóstico oftalmológico definido, foram diagnosticados com a doença, já que o tumor comprime os nervos ópticos podendo levar à cegueira. Entre 2009 e 2014 foram atendidos 322 pacientes e, destes, 76% já chegaram com alteração da visão estabelecida, sendo que 17% constatou perda irreversível da visão de pelo menos um olho.

O neurocirurgião Dr. Mariano Ebram Fiore destaca a importância de se fazer uma avaliação criteriosa ao investigar casos de pacientes que apresentam a perda da visão por causa desconhecida. “O quanto antes esse paciente for encaminhado para um neurocirurgião e tiver novas possibilidades de tratamento, maiores as chances de evitar a perda parcial e até total da visão”, ressalta.

Um desses casos são os tumores da hipófise que, segundo Fiore, podem ser descobertos a partir de grandes alterações hormonais e representam aproximadamente 2% dos tumores intracranianos. Por isso, é importante estar atento aos sinais que podem aparecer, como perda visual, diminuição da libido e saída de leite (em mulheres que não estão amamentando).

Outros sinais de tumores na hipófise são: depressão, cefaleia, crescimento exagerado das extremidades como mãos, pés e queixo, a pressão pode estar aumentada nos pacientes que não tem pressão alta de origem cardiovascular (por consequência de um excesso de Cortisol no sangue), e até a diminuição de todos os hormônios em conjunto, mais conhecido no meio médico como pan hipopituitarismo.

Quando o tratamento clínico, ou seja, o uso de remédios como nos prolactinomas (tumores produtores de prolactina), não apresenta resultado, a indicação pode ser a cirurgia. “Os procedimentos cirúrgicos para tumores da hipófise são realizados, atualmente, com o uso de uma câmera (endoscópio) que utiliza o corredor natural do nariz. Nesta técnica, quando comparada ao uso do microscópio, o especialista consegue um melhor resultado e, muitas vezes, sem corte”.

A hipófise, ou pituitária, é uma glândula pequena localizada na base do cérebro, responsável por conduzir as principais funções do sistema endócrino, como o controle das funções da tireoide, adrenais, mamas, crescimento, hídrico e o sistema das gônadas. Para isso, produz ou distribui diferentes hormônios: GH (hormônio do crescimento), prolactina, ACTH, TSH, LH, FSH, ADH e ocitocina. É considerada a principal glândula do corpo humano.

Dr. Mariano Ebram Fiore é neurocirurgião, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), atende nos principais hospitais de São Paulo como A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Oswaldo Cruz, responsável pelo serviço de neurocirurgia do Hospital São Lucas e pelo grupo de cirurgia de base de crânio e hipófise do Hospital Municipal de São José dos Campos.

carol.sanchez@medellincomunicacao.com.br

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