Síndrome ASIA: entenda o que é a doença autoimune que pode ser desencadeada por próteses de silicone

A mamoplastia de aumento, técnica que utiliza próteses de silicone para aumentar os seios, é um dos procedimentos cirúrgicos mais procurados no Brasil e no mundo. Apesar de ser uma técnica segura, o procedimento, assim como qualquer outro, pode gerar complicações. Por exemplo, de um tempo para cá, as próteses de silicone têm sido apontadas como fatores desencadeantes de uma doença autoimune rara conhecida como síndrome ASIA, ou Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes. “Manifestando-se principalmente em pessoas com predisposição genética e doenças autoimunes, a síndrome ASIA ocorre quando adjuvantes, ou seja, substâncias estranhas ao corpo humano, desencadeiam uma reação imunológica que faz com que o organismo ataque a si mesmo. No caso, as próteses de silicone podem apresentar efeito adjuvante, assim como alguns tipos de vacina, que também estão sendo apontadas como fatores desencadeantes da doença”, explica o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

De acordo com o médico, isso ocorre porque a prótese de silicone, esteja rompida ou não, libera moléculas na corrente sanguínea que podem desencadear essa resposta imunológica do organismo. Já algumas vacinas contêm substâncias como o alumínio e o escaleno, que provocam essa mesma reação. “A doença pode causar o aparecimento de complicações inflamatórias e autoimunes locais e generalizadas, com sintomas como fadiga crônica, dor articular e muscular e fraqueza muscular”, destaca o especialista. “Além disso, pode levar ao surgimento de outras doenças autoimunes sistêmicas, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla.”

Podendo ocorrer mesmo após 10 anos da implantação das próteses de silicone, a síndrome ASIA ainda não tem cura. “Nos casos em que a doença é desencadeada pelas próteses de silicone, apenas a remoção do implante, geralmente, já é capaz de minimizar e até eliminar os sintomas da doençaPorém, no caso das vacinas, o tratamento visa o controle dos sintomas e a melhora da qualidade de vida do paciente”, afirma o cirurgião plástico. Mas, segundo ele, a solução para prevenir o desenvolvimento da doença não é evitar vacinas ou o implante das próteses de silicone. “O ideal é que seja realizada uma investigação para identificar se o paciente possui maior predisposição ao desenvolvimento da doença e, a partir disso, avaliar os riscos e benefícios para decidir se a aplicação da vacina ou a implantação dos silicones é válida ou não para aquele indivíduo em específico”, recomenda o Dr. Mario Farinazzo. “Por fim, é importante ressaltar que a síndrome ASIA ainda é uma doença muito recente. Logo, mais estudos ainda são necessários para realmente confirmar sua relação com as próteses de silicone”, finaliza.

FONTE: DR. MÁRIO FARINAZZO – Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros. www.mariofarinazzo.com.br

maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br

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