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Álcool em gel em excesso pode favorecer ressecamento das mãos; saiba como evitar o problema

Se não acompanhado de um hidratante, uso do produto para higiene das mãos pode causar desidratação da pele da região devido à alta concentração de álcool em sua na fórmula. Dermatologista dá dicas para prevenir o ressecamento das mãos e garantir a eficácia do álcool em gel.

Coronavírus. No momento não se fala em outro assunto. Vivemos uma pandemia, ou seja, uma epidemia de escala mundial. No Brasil, o índice de novas infecções confirmadas está aumentando cada vez mais. A boa notícia é que o principal método de prevenção é simples: a higienização frequente das mãos com água e sabão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 25% das infeções respiratórias, incluindo o contágio por Coronavírus, podem ser evitadas simplesmente com a higiene eficiente das mãos. O problema é que, no dia-a-dia, pode ser difícil encontrar uma pia com água e sabão para realizar o processo com frequência. A alternativa então é recorrer ao uso do álcool em gel. Porém, é preciso tomar alguns cuidados na hora de usar o produto, já que, de acordo com a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o álcool em gel pode favorecer o ressecamento das mãos. “A pele das mãos é naturalmente mais fina e possui menos glândulas sebáceas, sendo assim a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região”, afirma.

Por isso, a médica recomenda que, após o uso do álcool em gel, você aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico. “O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta. “Por isso, além de também utilizar um hidratante para as mãos após lavar a região, vale a pena apostar no uso de sabonetes menos agressivos, dando preferência a fórmulas mais hidratantes.”

Além disso, é importante tomar alguns cuidados para garantir que o álcool em gel está realmente sendo eficaz na eliminação dos microrganismos infecciosos presentes nas mãos, como optar pelo produto adequado e utilizá-lo corretamente. “Os únicos produtos que são capazes de reduzir a quantidade de germes nas mãos são aqueles que contêm, no mínimo, 70% de álcool em sua composição. Produtos que possuem uma concentração menor de álcool não são realmente eficazes na eliminação dos microrganismos, pois não conseguem desestruturar as proteínas que revestem a parede celular do agente infeccioso”, alerta a dermatologista.  Já com relação à aplicação, o primeiro passo, segundo a especialista, é verificar no rótulo a quantidade do produto recomendada pelo fabricante para ser usada. “O valor exato de álcool em gel necessário para eliminar as bactérias varia de acordo com a concentração de álcool no produto”, destaca a especialista. Em seguida, retire pulseiras, anéis e outros acessórios e esfregue o produto em ambas as mãos, lembrando dos espaços entre os dedos e das costas das mãos. Após a aplicação deixe o produto secar naturalmente.”

Porém, mesmo seguindo as dicas acima, o uso do álcool em gel não é recomendado caso sua mão esteja demasiadamente suja, pois a sujeira interfere no mecanismo de ação do álcool, fazendo com que perca sua eficácia. Além disso, fique atento à data de validade do produto. “O álcool em gel é um daqueles produtos que tende a ficar longos períodos dentro da bolsa ou necessaire, esperando que nós lembremos de usá-lo. Mas de nada adianta utilizar um produto que esteja com a validade expirada, pois, após o prazo descrito no rótulo, seus ingredientes ativos perdem a eficácia. Por isso, ao notar que o álcool em gel se tornou opaco ou passou de sua data de validade, o melhor a se fazer é jogar o produto fora e comprar um novo”, diz a médica.

Entretanto, a Dra. Kédima Nassif ressalta que o álcool em gel deve ser utilizado apenas como segunda opção, em casos onde não existe a chance de se higienizar as mãos com água e sabão. “Apesar do álcool em gel, quando na concentração correta, ser capaz de reduzir a quantidade de microrganismos infecciosos presentes nas mãos, nada substitui a higienização com água e sabão, que, quando realizada corretamente, elimina de forma eficaz todos os tipos de germes e produtos químicos nas mãos, evitando que você fique doente e espalhe germes para os outros. Mas, para garantir que suas mãos estejam realmente limpas, lembre-se de realizar o processo por, no mínimo, 20 segundos”, finaliza.

DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. www.kedimanassif.com.br

maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br

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