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Três grandes frentes de batalha à COVID-19

Márcia Regina Pincerati*

O maior desafio no cenário mundial, atualmente, é a pandemia causada pelo novo coronavírus. Pesquisadores do mundo inteiro entraram em uma corrida para entender a ação do vírus no organismo e buscar formas de combater a COVID-19.

Entre as estratégias adotadas para combater o avanço da doença, a pesquisa para o desenvolvimento de vacinas e busca de medicamentos assumem papel fundamental nessa batalha. A Organização Mundial de Saúde, universidades, instituições nacionais e internacionais lideram grandes grupos de pesquisa tentando buscar medicamentos que já se mostraram seguros no tratamento de outras doenças e que possam ser efetivos contra a COVID-19. A utilização de importantes ferramentas tecnológicas também permitiu o sequenciamento rápido do genoma do vírus que, por sua vez, possibilita que pesquisadores e empresas de biotecnologia se desdobrem para o desenvolvimento de vacinas baseadas no material genético do vírus.

O desenvolvimento de vacinas e a busca por fármacos são algumas das frentes necessárias para o enfrentamento da doença. Além destas, o diagnóstico é crucial para o controle da COVID-19. Nesse contexto, é fundamental que existam ferramentas específicas e sensíveis para o correto diagnóstico que conduzirá ao isolamento dos infectados e dificultará a disseminação do vírus.

Dentre os testes diagnósticos disponíveis, aqueles que se baseiam nas reações entre antígeno e anticorpos servem como base para muitos dos kits disponíveis e/ou em desenvolvimento. Vários desses testes detectam anticorpos nas amostras e permitem que se tenha um resultado rápido, levando de 10 a 30 minutos.

Além dos testes sorológicos, o diagnóstico da COVID-19 pode ser realizado por meio da aplicação de testes moleculares que visam à detecção do material genético do vírus na amostra do indivíduo que está sendo pesquisado. Uma das questões associadas com os testes moleculares, em comparação com os testes sorológicos, é que, neste último, o resultado demora mais para ser obtido. Além disso, quando há a necessidade de milhares de testes num curto espaço de tempo, são necessárias grandes quantidades de insumos de laboratório, equipamentos específicos, além de pessoal treinado para realizar os testes. Outros métodos de diagnóstico estão sendo desenvolvidos com o objetivo de identificar a doença em curto prazo, atingindo milhares de pessoas e com custo reduzido.

Quando acessamos os veículos de comunicação, fica evidente o impacto e o medo da população com relação ao avanço e os efeitos desta pandemia. Entretanto, também é importante entender o papel fundamental da pesquisa e da construção do conhecimento para o controle do novo e maior desafio deste século.  Assim como as atuais gerações nunca vivenciaram situação igual, é fundamental entender que um esforço – também sem precedentes – está sendo feito nacionalmente e mundialmente no estudo de novos métodos de detecção, tratamento e prevenção, as principais frentes de batalha à COVID-19.

*Márcia Regina Pincerati, doutora em Ciências, é professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Biotecnologia Industrial e dos cursos de graduação em Ciências Biológicas e Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Positivo.

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