História demonstra que se adaptar à nova realidade de mercado é necessário e pode ser benéfica ao empreendedor
Em época de crise, empreendedores usam da criatividade para sobreviver em um mercado incerto. É o caso de Douglas Venturin, chef patissier que teve o sonho adiado da expansão do seu negócio, mas que conseguiu se reinventar com o apoio do Sebrae/PR. A história de superação levou a retorno financeiro, clientela fiel e tempo hábil para a estruturação de um novo modelo para quando a economia iniciar uma retomada, pós coronavírus.
Douglas trabalhou por alguns anos na área de eventos, mas precisou parar por recomendação médica devido a uma lesão no joelho. Com a necessidade de renda e a expertise adquirida ao longo do tempo, ele percebeu uma tendência no mercado brasileiro de brownies e fudges, doces tradicionais nos Estados Unidos e na Inglaterra. A partir disso, criou e aperfeiçoou por 25 meses uma receita que unia as duas sobremesas, dando origem ao fudgie-brownie. A aceitação foi melhor do que a esperada e logo uma grande rede de cafeterias sinalizou interesse em ter a sobremesa disponível nas lojas de Curitiba.
“Pediram o produto para, no máximo, um mês. Literalmente, não tinha dinheiro para tornar isso viável, mas nunca perdi oportunidades. Neste momento decidi procurar o apoio do Sebrae para um planejamento financeiro para me ajudar neste desafio. Consegui estipular um preço para tornar viável ofertar o produto para a empresa e acabei fazendo uma negociação melhor do que eu esperava”, comenta Venturin.
Depois de fornecer o fudgie-brownie para quase todas as lojas da rede de cafeterias em Curitiba durante um mês, o distanciamento social entrou em vigor. Havia planos de expansão para São Paulo, abrangendo quase as 20 lojas do país. Com o fluxo de caixa interrompido e a necessidade de renda, mais uma vez o empreendedor buscou o apoio do Sebrae para voltar a encontrar uma solução, sendo orientado a utilizar as redes sociais como propulsor nas vendas.
“Ele iniciou o fornecimento dos produtos, mas com a pandemia, a franquia de cafés ficou fechada por um tempo. Incentivei ele a atuar pelo WhatsApp e Instagram, estudamos conteúdos e avaliamos marketing e vendas digitais. Ele criou a página e começou a estimular a comercialização pelos canais digitais e abriu um novo mercado. Aos poucos, está voltando com o fornecimento para a rede que está reabrindo suas lojas e, paralelo a isso, vendendo direto para o cliente também”, comenta a consultora do Sebrae/PR, Mayara Sandri.
Hoje, Douglas vende uma média de 25 a 30 unidades ao dia, mas aos finais de semana, alcança a média de 55 unidades. Para reduzir os custos, deixou de alugar a cozinha industrial em que trabalhava e passou a utilizar uma cozinha adaptada para atender a demanda on-line, mas pretende retomar as atividades na cozinha industrial assim que possível. Ele é quem faz as entregas a cada dois dias, sem custo para o consumidor e com pedido mínimo acima de quatro unidades.
“Essa crise fez com que eu travasse o início da minha jornada e possível crescimento, porém, ganhei tempo para melhorar minha proposta. Avalio este momento como uma oportunidade para que os novos empreendedores possam buscar espaço no mercado que está diferente e em mudança. A alimentação por delivery não é mais uma tendência e sim uma realidade. Dei dois passos atrás para dar três adiante, mas sigo confiante nos planos de expansão criando minha própria marca”, comenta o empreendedor.
Douglas também aproveitou o momento para desenvolver um novo produto com receita própria especial, um cookie. A parte externa é composta por uma casquinha crocante enquanto o interior é totalmente trufado, o que, segundo ele, seria a versão cookie do fudgie-brownie. Para contatar o empreendedor e conhecer seu trabalho basta acessar o usuário @chefdouglasventurin no Instagram.
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