Animais do Jardim Botânico estão se sentindo mais a vontade sem a presença dos seres humanos. A Unidade de conservação está fechada devido a pandemia de Coronavírus.
Sem o vai e vem de turistas e de moradores da cidade que buscam o Jardim Botânico de Curitiba para caminhadas e contemplação, a equipe de manutenção da unidade de conservação registrou a presença de maior número e espécies diferentes de animais silvestres no local.
Ponto turístico mais visitado da cidade, o Jardim Botânico está fechado por conta das medidas preventivas da contaminação do novo coronavírus.
“As equipes continuam trabalhando, com todos os procedimentos de segurança e, agora, com o presente de poder observar esses visitantes”, o diretor de Produção Vegetal da Secretaria do Meio Ambiente, José Roberto Roloff.
Todos os registros estão no site iNaturalist, que vem sendo abastecido, em especial pelos biólogos Tadeu Motta e Maristela Zamoner. “Aves e borboletas estão entre os mais vistos”, conta a chefe da unidade de conservação, Sônia Oliveira.
Os biólogos relatam terem avistado um pica-pau-do-campo, pica-pau-branco, pica-pau-anão, além de mais corujas, saracuras, gambás, cutias, famílias inteiras de preás e espécies raras de gaviões.
“Sem o movimento normal, vemos mais preás pelos gramados e os gaviões – predadores da espécie – vêm atrás de alimento”, conta Tadeu Motta, ao explicar os motivos para o aumento da presença dos animais.
Não alimente
Apesar de alguns relatos feitos em redes sociais, de que os animais estariam passando fome, o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria do Meio Ambiente, Edson Evaristo, lembra que eles são de vida livre e têm alimentação disponível na natureza.
“Há uma grande variedade de itens para essa alimentação, como folhas, flores, sementes, seiva de árvores, ovos, larvas, insetos e outros animais”, enumera.
As equipes de manutenção têm encontrado restos de alimentos nas cercas próximas ao Bosque do Jardim Botânico, o que pode indicar que as pessoas estejam tentando alimentar os animais silvestres, mas a prática não é indicada.
“Isso gera dependência, desmotivando-os a buscar o seu alimento e interfere na capacidade de suporte do ambiente, afetando o equilíbrio populacional”, conta Evaristo. Além disso, itens fornecidos por humanos podem conter conservantes ou ter passado por uma situação imprópria de armazenamento para a nutrição animal.
Outras unidades de conservação
Parques da cidade que não foram fechados, mas que registram queda de movimento em razão do isolamento, também foram palco de fatos inusitados, como a desova do cágado-rajado na área das quadras de vôlei do Parque Barigui.
fonte: www.curitiba.pr.gov.br