Analistas indicam que a tecnologia será mais eficaz se utilizada como resultado de uma colaboração total entre líderes de TI e especialistas das áreas de Saúde
O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, avalia que os executivos responsáveis pela estratégia de Inteligência Artificial (IA), em especial os Chief Information Officer (CIOs) e os Chief Data Officers (CDOs) de organizações governamentais e ligadas à saúde, deveriam utilizar a Inteligência Artificial em cinco áreas específicas para melhorar a tomada de decisões durante a pandemia de coronavírus.
“Na luta contra a COVID-19, a Inteligência Artificial nos oferece um importante arsenal de recursos”, afirma Erick Brethenoux, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner. “Ela permite que sejam feitas previsões sobre a disseminação do vírus, auxilia a diagnosticar casos com mais rapidez e precisão, mede a eficácia de contramedidas para retardar a contaminação e otimiza ações de emergência, entre outros. O poder da Inteligência Artificial não deveria ser ignorado ou apenas utilizado parcialmente, desde que seja aplicado de maneira eticamente responsável”.
As cinco áreas em que o uso de IA para combater a COVID-19 terão mais impacto são:
Detecção Precoce e Análise Epidêmica – As técnicas de Inteligência Artificial são usadas para entender, analisar e prever como e onde o vírus está se espalhando ou retrocedendo. O rastreamento automatizado de contato, por exemplo, é utilizado para criar gráficos detalhados de interação social a partir de uma análise profunda de dados dos cidadãos, como localizações de telefones celulares e reconhecimento facial público, refazendo os passos da população para identificar a provável fonte de contaminação do vírus. Além disso, indivíduos que estiveram em contato com a fonte podem ser notificados, testados ou colocados em quarentena.
“Outras aplicações de Inteligência Artificial que se enquadram nessa área incluem previsão de epidemias e monitoramento do desenvolvimento de imunidade da sociedade. Tais recursos são obviamente muito relevantes em curto prazo conforme a sociedade tenta ‘achatar a curva’ e minimizar a sobrecarga em nossos sistemas de saúde, mas também são importantes em longo prazo se novos surtos, esperemos que mais brandos, reaparecerem”, explica o analista.
Contenção – Considerando o enorme impacto público e econômico de medidas como o distanciamento social, a colaboração com especialistas que não são nativos da área de Tecnologia da Informação é fundamental ao aplicar Inteligência Artificial aos esforços de contenção.
“A análise de comportamento gera novos insights que consideram as dinâmicas de comportamento humano, cultura e pensamento individual para responder perguntas sobre a conformidade social ou o surgimento de comportamentos coletivos indesejados”, diz Pieter den Hamer, Diretor Sênior de Pesquisa do Gartner. “Os executores da lei podem prever onde e quando as pessoas podem não aderir a ordens de ficar em casa ou de praticar o distanciamento social, por meio da aplicação preditiva, e enviar unidades de fiscalização para garantir esse cumprimento”.
Triagem e Diagnóstico – O uso de auto triagem, habilitada para Inteligência Artificial, já ganhou popularidade à medida que práticas de telemedicina, incluindo o uso de assistentes virtuais, foram disponibilizadas para ajudar as pessoas a identificarem se estão possivelmente infectadas e quais são as próximas etapas apropriadas. O diagnóstico médico e a triagem aprimorados também são os recursos de Inteligência Artificial importantes que ajudam nessa área.
“A Inteligência Artificial é conhecida por melhorar a precisão de certos diagnósticos se aprimorada com julgamento humano, especialmente em casos mais complexos”, afirma den Hamer. “A modelagem prognóstica ou a previsão de como a doença provavelmente se desenvolverá nos pacientes também podem ser usadas para melhorar as recomendações de tratamento. O fato de que a IA tem um papel a desempenhar na avaliação de risco e prognóstico do paciente não é algo a ser ignorado, especialmente quando existe a possibilidade de escassez de profissionais médicos”.
Operações de Saúde – A Inteligência Artificial desempenha um papel importante na racionalização das operações de assistência médica e na otimização de recursos hospitalares escassos durante a pandemia. Os CIOs e CDOs da área de saúde podem usar ferramentas preditivas para melhorar a alocação de equipes, analisando antecipadamente números de pacientes e seus prognósticos individuais e fazendo referência cruzada com a disponibilidade de profissionais médicos, materiais e equipamentos qualificados. “O monitoramento remoto do paciente e o alerta com o uso de Inteligência Artificial também permitem que os doentes fiquem em casa, diminuindo a carga sobre os hospitais e fornecendo uma melhor compreensão de como os sintomas se desenvolvem ao longo do tempo”, diz o analista do Gartner.
Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas (P&D) – Os gráficos de Inteligência Artificial e o Processamento em Linguagem Natural (PLN) permitem que os pesquisadores médicos vasculhem milhares de relatórios importantes para estabelecer conexões de dados em um ritmo sem precedentes. A pesquisa e o desenvolvimento aprimorados de vacinas também são capazes de identificar contramedidas para o coronavírus, incluindo aquelas que já foram testadas em seres humanos.
“Os CIOs e CDOs da área de saúde deveriam explorar todas as possibilidades da Inteligência Artificial para combater a COVID-19 utilizando um processo contínuo e sistemático de identificação e priorização de aplicações de IA. Os tecnólogos não deveriam superestimar sua capacidade de entender o que faz sentido de uma perspectiva de saúde pública e medicina e, portanto, trabalhar colaborativamente com profissionais de saúde para criar e anunciar um mercado aberto que compartilhe recursos, modelos e dados de IA de forma transparente”, afirma den Hamer.