A testagem de alta qualidade e em ampla escala exige capilaridade abrangente e disponibilidade de exames. Para enfrentar esse desafio e se consolidar na posição de rede diagnóstica que mais testa pacientes no Brasil, a Dasa, líder brasileira no setor e quinta maior do mundo, lança dois novos exames genéticos, com ganho de acurácia em relação ao RT-PCR, padrão-ouro do mercado, e incorpora soluções em exames moleculares, como o POCT-PCR e em sorologias, com os anticorpos totais. As inovações ampliam em 10 vezes a capacidade da companhia, que já realizou quase 500 mil exames e é a maior produção privada do país, além de diminuir o tempo de entrega do diagnóstico da COVID-19.
“Os processos de validação realizados pela nossa equipe de P&D apontam que esses dois novos exames genéticos garantem níveis de precisão igual ou superior a RT-PCR, alinhados com a nossa premissa de só disponibilizar testes após processo de validação interno com amplo rigor técnico e científico, alta performance, comprovada eficácia e evidência científica. Com eles ampliamos a capacidade de diagnosticar a COVID, sem competir por recursos no cenário internacional”, conta Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa.
O primeiro exame usa metodologia de sequenciamento por Sanger e vai adicionar mais 3 mil diagnósticos por equipamento na capacidade diária de processamento da empresa, já a partir da próxima semana, totalizando 20 mil exames moleculares por dia (Sanger + PCR), até o final do mês. Desenvolvido pela Billion to One, startup de biotecnologia sediada na Califórnia, USA, e disponibilizado no Brasil com exclusividade pela Dasa, o teste elimina a necessidade de reagentes para extração do RNA do vírus, hoje um gargalo mundial para a ampliação da testagem em massa.
O outro exame molecular promissor para acelerar o diagnóstico é baseado no CRISPR, a técnica de edição gênica mais inovadora na área de genética e que detecta o RNA do vírus em menor tempo, com resultados em até uma hora. A inovação chega ao Brasil por meio de parceria com a CASPR Biotech, startup argentina sediada nos EUA.
A tecnologia de Sanger apresenta a mesma acurácia que o método considerado ‘padrão-ouro` para diagnóstico da doença, o RT-PCR, com especificidade de 100% e sensibilidade acima de 80%. Já o CRISPR apresenta sensibilidade superior, em processo de validação pela equipe de P&D da Dasa, com tempo de processamento de 45 minutos. Nas duas metodologias o processo de coleta é o mesmo da RT-PCR, em amostra de secreção respiratória da região de naso-orofaringe, material biológico que apresenta maior taxa de detecção. Os laudos com os resultados seguem o mesmo padrão da RT-PCR: detectado, não-detectado ou indeterminado; sendo que o último exige a realização de exame complementar.
Na pandemia, a aposta da Dasa é a diversificação. A empresa está levando diagnóstico da COVID-19 por meio da sua rede de Apoio a mais de 4 mil cidades brasileiras fora das capitais, além das 900 unidades laboratoriais próprias. Se a corrida por exames impacta a população em geral nos laboratórios, o cenário é ainda mais urgente nos hospitais, que precisam de soluções rápidas para atender as emergências. Os mais de 100 laboratórios em hospitais atendidos pela rede já realizaram mais de 5 mil testes de POCT-PCR (point of care test para PCR), entregando a agilidade para definição de conduta clínica que o ambiente hospitalar exige, sem grandes demandas de infraestrutura.
“A pandemia impôs gargalos para a testagem em massa e para driblar o problema estamos diversificando o portfólio de exames com metodologias que não concorrem por reagentes, usam equipamentos já disponíveis em grandes centros do Brasil e do mundo, como o Sanger, que se mostram inovadores em termos de recursos tecnológicos, como o CRISPR, ou que solucionam as urgências dos ambientes hospitalares, como o POCT-PCR”, completa Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Perfil epidemiológico da epidemia: anticorpos totais
Além das soluções para o diagnóstico da doença, a Dasa incorpora ainda novo exame de sorologia para ampliar as possibilidades de análise do perfil epidemiológico da epidemia. Realizado por meio da coleta de sangue, os exames sorológicos detectam anticorpos de fase aguda da infecção (IgM), de fase tardia (IgG) ou de forma agrupada o IgG e IgM, os chamados anticorpos totais. O IgM tem mais sensibilidade após o 10º dia de início dos sintomas e os da classe IgG após o 15º dia de início dos sintomas.
Os anticorpos totais (IgG + IgM) identificam quem teve contato com o vírus e apresentam maior sensibilidade. “Vale ressaltar que a resposta imunológica na Covid-19 é bastante heterogênea e que as sorologias têm indicações específicas e os períodos de realização devem ser seguidos à risca. Como os resultados negativos não excluem a presença da doença, se o paciente seguir com sintomas deve fazer um exame de biologia molecular (RT-PCR ou Sanger) ou repetir a sorologia após alguns dias. É sempre importante a interpretação desses exames por um médico”, finaliza Campana. juliana.annunciato@bowler.com.br