Papanicolau, exame de sangue, ultrassons… médica ginecologista ressalta os principais exames preventivos para serem realizados no período de flexibilização da quarentena
Com o isolamento social e o risco do contágio pelo Novo Coronavírus, muitas pacientes deixaram de lado exames importantes de rotina. Mas agora com a flexibilização, é necessário retomar, já que eles são em sua maioria preventivos, como Papanicolau, mamografia, ultrassom transvaginal, ultrassom da mama, exames anuais de bioquímica (exames de sangue para checar hemograma, colesterol, glicemia, função renal e hepática). “Dependendo da patologia que a paciente tem, às vezes é necessário investigar mais, mas na dependência da qualidade de saúde prévia. Esses exames devem ser feitos anualmente, agora se a paciente tem uma alteração anterior como mioma, nódulo na mama, ou algum tipo de alteração como cisto ou outra patologia ginecológica que requeira o controle antes de 12 meses, ela deve seguir a recomendação e manter o exame”, afirma a médica ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, da Clínica Fada (https://www.clinicafadasaude.
Exames de bioquímica – Os exames de bioquímica servem para analisar o hemograma completo, colesterol, glicemia, função renal e hepática. Eles são fundamentais após esse período de isolamento, em que os hábitos foram modificados. “Muitas pacientes ficaram ansiosas e estressadas e isso influencia na sua alimentação, que pode ser mais rica em açúcar e gorduras trans. Além disso, a dificuldade em comprar mais produtos in natura, por ter que sair de casa somente quando necessário, fez muita gente optar pelos enlatados e embutidos, alimentos mais processados e que causam dano ao organismo como um todo. O exame de sangue é fundamental para verificar essas questões e é importante para iniciar tratamentos de readequação mais rápidos no caso de controle de colesterol e diabetes”, afirma a médica.
Papanicolau – Um dos mais importantes exames que devem ser feitos em mulheres sexualmente ativas a partir dos 25 anos é o Papanicolau, que colhe células do colo do útero e identifica lesões pré-cancerosas de alterações promovidas pelo HPV (que pode se transformar em câncer do colo de útero), além de algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), candidíase e demais fungos na vagina. “Esse é um exame preventivo que não serve para diagnosticar a doença, mas para prevenir que ela apareça, se feito regularmente. No geral, esse exame deve ser feito a cada dois anos e, caso não apresente alteração, pode ser refeito após três anos. Mas pacientes que já tiveram HPV devem realizar esse exame anualmente”, afirma a médica.
Ultrassom transvaginal – Ideal para análise do útero, ovários e colo uterino, o exame de ultrassom transvaginal verifica a saúde desses órgãos, sendo indicado para observar o posicionamento do DIU, gravidez nas primeiras semanas, além de detectar lesões e entender sintomas como dor pélvica, sangramento anormal e suspeita de cisto. “Problemas como mioma uterino, endometriose, infertilidade e câncer no colo do útero podem ser identificados por esse exame, que deve ser feito caso a paciente tenha algum sintoma. Caso contrário, o médico irá fazer a indicação”, explica.
Mamografia – Importante para detectar precocemente o câncer de mama, a mamografia é um exame de rastreio por imagem, no qual a mama da paciente é comprimida entre duas placas de acrílico. “O objetivo é identificar alterações nas glândulas mamárias para identificar tumores malignos que, se percebidos de maneira precoce, têm maior chance de sucesso no tratamento”, diz a ginecologista. Esse exame pode identificar sinais tão precoces dos tumores que eles não são identificados pela palpação. Alguns médicos costumam pedir para o exame ser feito dos 40 anos em diante, anualmente. “As taxas de mortalidade desse tipo de câncer permanecem elevadas, muito provavelmente porque o diagnóstico da doença ocorre com frequência em estágios avançados. Por isso, indicamos esse exame de maneira preventiva já a partir dos 40 anos”, explica a médica.
Ultrassom da mama – Complementar ao exame de mamografia, o ultrassom da mama é realizado por um especialista que manuseia o transdutor na pele após a aplicação de um gel à base de água, para facilitar o deslizamento e impedir o surgimento de bolsas de ar que podem atrapalhar as ondas sonoras que criam as imagens. “É possível identificar nódulos, cistos, secreções nos mamilos, espessamento do tecido mamário, entre outras alterações. A indicação para mulheres que nunca tiveram nenhum problema mamário é fazer ultrassom uma vez por ano a partir dos 40 anos ou conforme orientação ginecológica”, diz a Dra. Ana.
Por fim, a médica ressalta que a quarentena fez com que a paciente se afastasse dos cuidados de saúde ginecológicos, mas é necessário continuar a fazer seus exames de check-up. “Se a paciente faz um agendamento com um profissional que tem o cuidado de manter distanciamento de outras pacientes, higienização adequada do consultório, ela não vai ser exposta a risco. O vírus não acabou aqui, vai continuar, e na verdade teremos uma extensão da doença para sempre. E esses cuidados permanecem, não é por isso que a paciente deve se afastar dos cuidados de saúde também”, finaliza.
FONTE:
*DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA – Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco. https://www.clinicafadasaude.
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